quarta-feira, 7 de novembro de 2018


Junto a ti, ó meu torrão querido (meu Alentejo muito amado) todo o meu ser rejubila!
Ao aproximar-me de ti (caminhando de Lisboa) logo meu coração e minha alma dão seus sinais de exaltação, de bem-estar singular, ante a deliciosa expetativa de em ti penetrar, começando na imensidão da tua planície verde ou dourada, com o gado a pastar ainda em grande quantidade (especialmente bovino) nesse montado único, horizonte largo e sem fim até ao acidentado da paisagem da minha adorada Cidade/Mãe.
Viajando pela estrada nacional é a passagem por Vendas Novas, Montemor-o-Novo, Arraiolos, Vimieiro, Estremoz, Veiros, Monforte e, finalmente, a sempre desejada, a minha saudosa Portalegre.
São momentos de revigoramento físico e mental, encantado numa ambiência peculiar que meus sentidos bem conhecem desde os tempos de criança.

Meu Alentejo, meu tesouro
Província minha verdade!
Teu valor supera o ouro
Razão da minha saudade.
Alentejo minha ventura
Imagem sempre presente
Maior bem, minha amargura
Se de ti estou ausente.
Terra/Mãe, terra adorada
Meu refúgio, meu lar
Terra por mim mais amada
Razão maior pra cantar.
Alentejo, escola e guia,
És amparo e fortaleza!
Razão da minha euforia
Manancial de beleza.
Ao louvar-te, falo verdade
Ao cantar-te, digo canção
Ao consagrar-te, amizade
Ao amar-te, coração.
És a luz quente que se origina na lareira
Meiga e acolhedora, que meu ser enlaça!
Com os raios dessa chama que me abraça
Sinto, já, que sou outro- minha companheira.

Minha companheira de hoje, meu amparo,
Já um outro calor trouxeste à minha vida!
É por ti que vivo melhor - mulher querida!
Desse bem maior (meu tesouro) sou avaro.

Antes, era eu alguém? Pouco eu seria!
Amar-te e ser amado, tudo o que queria
Desde então foste luz/chama em meu viver.

Hoje unidos por este amor único, sem par
Dotado de rara magia, fulgor singular
Somos na vida, um só, por um só querer.

Saudades tuas são mágoas sentidas,
Angústias minhas na dura ausência.
Um sentimento real de impaciência
De impaciência e tristeza mal contidas.

Ah! - meu Amor- quanta dor reprimida!
Desalento diário por não te ter aqui
Enquanto lembro dias que contigo vivi
Suspirando por ti minha alma dorida.

Tormento maior de não te poder ter
Uma hora que fosse - mulher querida!
Ah! como sofro hoje por tua partida
Sempre à espera de te voltar a ver.

Reflito hoje
e ao Céu peço perdão
por desvarios meus
em tanta ocasião.
Loucuras
que quisera poder esquecer.
De pouco vale
meu arrependimento!...
Sim, mas é sincero
este meu lamento
tão forte é o  motivo
deste meu sofrer.
Quisera apagá-los
da minha memória
Não são razão
de qualquer glória
falhas cometidas
por motivos fúteis.
Bem melhor fora
não terem sucedido!
É minha revolta forte
o tê-los cometido
Não os substituindo
por motivos úteis.
Culpa dos verdes anos,
(agora se dirá)
prometendo
que jamais tal se fará.
Arrependimento tardio
sim, mas sincero.
Que o Céu me perdoe
tais desacatos!
(Não, não envolvem
quaisquer maus tratos)
mas que no longínquo Letes
lançar eu quero.

DESILUSÃO
Quem disse
que a vida era só tristeza
Desenganos mui fortes
em si sofreu.
Doenças e injustiças,
no mundo não venceu.
Vida mais cruel
se nem do amor
 conheceu a beleza.






Canto, hoje, ao tempo - canto à vida!...
Nesta corrida p’la Terra que é finita.
Vivê-la o melhor que pudermos, nossa lida!
Cada qual a ambicioná-la mais bonita.

Longe de todos, isolado no meu canto,
Procuro em mim o saber feito verdade:
Conseguir alcançar meu melhor canto
Ambicionado bem, suprema realidade.

Canto, sim! É meu maior prazer cantar
Sabendo que é altura da vida desfrutar
Já que a meta é a janela para a morte!

A vida é escola onde aprendemos dia a dia!
Onde convivemos com realidade e fantasia…
Onde todos procuram a tal amiga - a sorte.



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