sexta-feira, 30 de novembro de 2012


DO  MEU  AMOR  QUISERA  SABER

Do meu Amor
quisera ter uma certeza:-
-Se muito me ama,
se  muito me quer!
Se o seu querer
só o meu prefere!
Se é o maior,
tal qual sua beleza.

Do meu Amor
quisera ter esta certeza:
-Se me espera com interesse
igual ao meu!
Se ao receber-me
me abraça como eu
O abraço, neste querer
de realeza.

Quisera saber...
 se me recorda hora a hora,
Tal como eu,
na distância indesejável!
Se o seu amor, como o meu,
é incalculável!,
Se como eu o adoro
ele me adora.

DO MEU  AMOR- MEU  ÚNICO  AMOR!
QUISERA CONHECER O REAL  VALOR.

30 de novembro de 2012
JGRBranquinho



       À  SAUDADE

"Mandei a saudade embora
Atirei-a pela janela
Mas fui buscá-la lá fora
Já tinha saudades dela."

Já tinha saudades dela
Companheira muito querida
Com ela, sim, ai, com ela
Ando saudoso na vida.

Ando saudoso na vida
Sentindo, mesmo, tristeza.
Saudoso na minha lida
Por um Amor de certeza.

Por um Amor de certeza
Por muito amar e sentir
Ela em mim é realeza
Tem que por força surgir.

Tem que por força surgir
Enquanto eu amar alguém
De mim nunca irá fugir
Sofrendo, quero-lhe bem.

 30 de novembro de 2012
JGRBranquinho


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A MINHA DECLARAÇÃO


            A  MINHA   DECLARAÇÃO

Escrevendo digo o que sinto na alma e no coração!
Esta é a minha intenção, afirmo-o e nunca minto.

Afirmo-o e nunca minto; só sei dizer a verdade!
Há total sinceridade; escrevo sempre o que  sinto

Quando  canto sou sincero; como se me confessasse!
Como se a Deus eu contasse tudo o que na vida quero.

Tudo o que na vida quero;  minha mais forte ambição!
Abro-lhe o meu coração; sou simplesmente sincero.

Quem me ouvir cantar um dia, há de por força dizer:
Este canta  com prazer; seu cantar é de alegria.

Novembro de 2012
JGRBranquinho

RECORDANDO


RECORDANDO

Cantavam todo o dia no Monte,
        ao desafio!,
Logo pela manhã, ao meio- dia,
        pela tardinha,
Canções que na aldeia
         se ouviam, horas a fio,
Deliciados  na diversidade
        de cada cantiguinha.

À paz ali reinante,
        ao silêncio habitual,
Sobrepunha-se a cantoria
         que tanto nos agradava!
Eram os nossos alegres galos
         no seu belo ritual
E  que no largo do Monte
         a todos encantava.

Ecoavam nas encostas da Serra,
         alegrando o dia!
Quantas saudades, amigos,
          da vossa bela melodia!
Novembro de 2012
JGRBranquinho

domingo, 25 de novembro de 2012


JÁ  DESCE  A NOITE SOBRE  O  MONTE

Já desce a noite sobre o Monte onde nasci!
Recolhem-se alguns animais à estrebaria.
Ficam alguns na pastagem, remoendo ali…
 O luar e o silêncio são sua companhia.

Voltam homens e mulheres do trabalho.
Cansados, juntam-se aos filhos, à lareira.
É diferente agora o meu Monte Carvalho
Terminada, por  hoje, toda a canseira.

Ouvem-se ainda os que saem das tabernas
Alegrotes…comentando o seu dia a dia!
Reflexão julgada por eles quase que eterna!...
Mas que logo morre, passada a euforia.

Julgando ser ouvidos em suas razões?
Por outros, coitados, seguirem calados?...
Mas,sem serem escutadas tais dissertações!...
Lá continuam a dissertar, entusiasmados.

Da janela- acordado- alguém atira uma piada:
“ -Cantas bem, mas não me encantas”, pá!
Indiferente, lá continua o grupo pela calçada.
 Quadro engraçado que na aldeia ainda há.
Novembro de 2012
JGRBranquinho

SITUAÇÕES DA VIDA, SITUAÇÕES VIVIDAS


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SITUAÇÕES  DA  VIDA-  SITUAÇÕES  VIVIDAS
 Percorreram dois seres- que muito se amavam e eu conheci bem- caminhos paralelos na vida ,
 durante muitos anos.
Rumos diferentes, desencontrados,  numa viagem terrena de desenganos, eivada de episódios de tristeza e dor, como causa de falsidades propaladas sem pejo de qualquer espécie.
 Contrariedades numa sequência imparável, que os afastavam mais-  dia a dia-  não por vontade própria, mas por sub-reptícias manobras engendradas por gente sem alma, que do amor não tinham  a menor noção!
 Que o amor não respeitavam, que na ligação de dois seres só viam interesses de ordem  material, relação de privilégio egoisticamente sentida, ofendendo a natureza singela e pura de dois seres que se amavam, independentemente da sua diferente condição social.
Episódios repetidos ao longo dos tempos e nos mais diversos lugares da Terra, como se tivessem obrigação de subsistir, por antítese-  com o desejável, com o que deveria ser-  numa ligação de amor entre dois seres que mais não queriam que encontrar a felicidade, sem se imporem a si mesmos,  condições.
Situações como esta,  deram origem a vidas desencontradas, por força de ações sem escrúpulo de familiares, que em vez de procurarem contribuir para a felicidade dos dois namorados, respeitando a sua vontade, se constituiram como obstáculo, impedindo a concretização da união de duas almas.
Os dias, meses, anos, foram decorrendo no seu caminhar constante, indiferentes à vontade dos jovens namorados que  mesmo não se encontrando, jamais se esqueceram!
Vidas arruinadas- digo eu que os conheci bem.
Dirão alguns que também um pouco por culpa dos dois jovens; talvez aqui, também, pela sua juventude, o  que não lhes permitia tomar uma decisão na altura devida, e que pareceria ser a mais indicada, não fora o facto das exíguas condições financeiras que os faziam pensar e temer avançar, mas ainda, e sempre, na expetativa de que surgissem num futuro mais ou menos próximo, melhores dias  nas suas vidas.
Constituiram família muitos anos mais tarde, sem terem a verdadeira noção do passo que estavam a dar, desistindo- digamos - de si mesmos, procurando a felicidade noutras paragens.
Não deu certo para nenhum deles, como seria de prever.
Um dia, sem que se saiba se por acaso se por obra do destino, encontraram-se numa cidade distante. Tremeram ambos, cumprimentaram-se quase a medo, e… algum tempo depois, um encontro programado!
Estava dado um passo importante! Seria trágico? Não poderia ser!
Agora, acreditavam e diziam a uma só voz que não tinha que ser por simples acaso que ali se encontraram. 
Pensaram, trocaram palavras e manifestaram sentimentos reveladores do amor que sempre os unira.
Havia uma situação já resolvida por parte de um deles;  isso era já uma dificuldade a menos, e que se iria resolver por decisão própria, mais dia menos dia.
Por que teriam que ser assim as coisas? Por que só agora surgia a possibilidade de verdadeiramente se unirem, se sempre se amaram?!
Por que tiveram de ter vivido vidas diferentes?!
Estava decidida por ambos, a tomada da decisão há muito ansiada.

NOTA:- Cada um de nós é livre de emitir opinião sobre este caso, criticando ou, simplesmente, “assobiando para o lado”.
Não querendo influenciar nenhum dos que tiverem a paciência de ler este apontamento, não emito a minha opinião. embora seja fácil de compreender qual é.
Digam de vossa justiça.
Novembro de 2012
JGRBranquinho

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

UMA TARDE FRIA NA MINHA ALDEIA / MÃE


UMA  TARDE  FRIA  NA  MINHA  ALDEIA/MÃE
Era novembro.
Passava uns sempre breves dias na minha aldeia/mãe (assim os considerava mesmo que por vezes os dilatasse no tempo, tal  o bem- estar que ali sentia) quando, a meio da tarde, dirigi meus passos a caminho da ribeira.
Estava frio- que teimosamente suportava - e que, a cada passo, mais se acentuava ! 
Como recurso, ajeitei  as bandas do casaco de modo a proteger a garganta e o peito, e lá continuei, na curiosidade de observar a ribeira, que, naquele tempo outonal, após as chuvas, era qual basófias- isto, por analogia com o célebre rio Mondego, calculem!
Queria matar saudades daquela corrente de água nascida em S. Mamede, e onde nos meus tempos de infância e juventude, me deliciava junto aos salgueiros, amieiros, sabugueiros e aveleiras, ouvindo o doce deslizar das águas, de mistura com a alegre cantar dos muitos pássaros que por ali havia e faziam, também,  seus ninhos com arte e engenho dignos de admiração.
Agora, em novembro, a corrente era fortíssima e extravasava as margens, inundando as hortas mais baixas e onde boiavam- laranjas, marmelos e dióspiros- caídos por obra do tempo e dum vento mais forte que acentuava ainda mais aquele desagradável e frio dia. No entanto, nada disto arrefecia o meu desejo e entusiasmo de sentir de perto o forte murmúrio da água deslizando de pedra em pedra e arrastando consigo alguma ramagem, a caminho da Barragem da Póvoa.
Era o contraste com a ribeira tranquila dos meses de Verão, onde,nos anos da juventude, me demorava com os meus amigos nas pescarias (com a canastra forrada de verdura) nos calmos pegos que ao longo da corrente se formavam e que, simultaneamente, eram as mossas piscinas, ao tempo. Era uma alegria sem contrariedades a que sentíamos ali- horas a fio- só interrompida pelo chamamento das mães, muitas vezes já aflitas com a nossa demora…
Neste frio dia de Outono, era diferente, era o contraste absoluto, mas necessário à Natureza/Mãe que agora se renovava com a chuva alimentando os lençois de água que eram a reserva para o Verão, das gentes e das terras de regadio.
Passada a ribeira, depois dos momentos de contemplação inevitáveis e impressionantes para mim, pobre poeta, era o caminhar pela estreita estrada sobre os ouriços caídos dos castanheiros e apanhando, inclusive, algumas  pequenas castanhas, ao mesmo tempo que apreciava os cogumelos-aqui chamados tortulhos- mas sem me atrever a tocar-lhes, por saber o perigo que representam para quem não os sabe distinguir, limitando-me a fotografá-los.
Depois, um pouco mais à frente, subindo a azinhaga do Fareu- uma calçada antiquíssima-  foi a vez de registar fotograficamente uma bonita latada de folhas amarelecidas e acastanhadas, bem como algumas pedras graníticas atapetadas de musgo e ervas típicas da região, que guardo religiosamente e que logo pensei poderem servir de imagem de capa para um meu próximo livro.
Era já quase noite e ouvia-se agora mais distintamente o ladrar dos cães de guarda das casas e quintas espalhadas desde o sitio das Hortas até ao meu Monte Carvalho, onde cheguei ligeiramente cansado mas mais quente do que na partida, contente por este matar de saudades numa região que me foi berço e aonde vou menos vezes do que queria e devia.
Quem não gosta de regressar à terra, para sempre bendita, em que nasceu e morou? Respirar aquele ar puro que no campo ainda se pode respirar, recordando, simultaneamente, os belos tempos da infância e juventude?
Eu gosto.
Novembro/ 2012
JGRBranquinho