sábado, 30 de março de 2013

TRISTE E INDESEJÁVEL REALIDADE


                   TRISTE E INDESEJÁVEL REALIDADE
Triste de quem se vê só, neste mundo de incompreensões, sem encontrar eco para os seus lamentos, ainda que os mais justificados!
Longe de tudo e de todos- o Joaquim- perdida a esperança de muitos anos, desiludido, está agora isolado no seu humilde casebre, tendo como única companhia o seu também já velhinho e dedicado  cão- o amigo “Tejo” com quem partilha os pequenos prazeres e os desprazeres da vida,  já muito perto do seu final.
Teve uma intensa e dura vida de trabalho no campo, desde cedo ajudando os pais no arranjo da terra. Não foi se não por uns breves dias à escola, o que, ao não ser de todo obrigado (por as autoridades fecharem um pouco os olhos e por aos pais dar jeito o seu ainda que pequeno contributo) o levou a integrar-se nas tarefas espinhosas do cultivo das terras, deixando o convívio com as crianças do seu tempo e a possibilidade de sociabilizar e aprender algumas letras.
Afastado do seu próprio e pequeno meio no interior, dia a dia se viu a lidar com pessoas de um nível etário diferente, e…nunca foi criança!
Os anos foram passando na sua sequência normal. À noite, cansado, queria era descansar, fechado no seu pequeno mundo de preocupações com o trabalho que o esperava no dia seguinte e já destinado pelos pais:- limpar a cavalariça, dar de comer aos animais junto à casa ou na horta distante (que traziam à renda ) ir à fonte, cavar, regar, sachar, mondar, etc..
 Enfim, um trabalho rotineiro que não lhe deixava tempo algum livre para que sequer lhe pudesse passar pela cabeça a necessidade de ir à escola da aldeia, onde estavam os meninos do seu tempo e da sua idade- esses, ainda assim, meninos! ( Restava saber, no entanto, até quando!... )
A sua ruralidade acentuava-se cada dia mais, com todos os seus interesses virados para os trabalhos do campo, ajudando a família, realmente necessitada.
As conversas tinham, naturalmente, que girar em torno dos seus afazeres e ia adquirindo os conhecimentos que, cada vez o prendiam mais a essas atividades campestres, deixando de se interessar por qualquer outra, inclusive, a dos estudos.
Veio o tempo de “ir às sortes” e foi apurado contra a sua e a vontade dos pais. Fazia falta na casa!
No entanto, lá teve que ir cumprir o serviço militar, contrariamente aos seus desejos e da própria família..
No quartel havia as aulas regimentais e aí aprendeu alguma coisa, embora limitando-se a aprender a ler e a escrever e a saber fazer algumas contas, o que, no entanto já representava algum progresso.
Foi o tempo cumprido e… comprido… para quem tinha a paixão e o chamamento da terra, onde sabia que fazia falta e os pais o reclamavam.
Ali voltou e, embora com mais algumas “luzes”, lá ficou outra vez a trabalhar no amanho da terra.
Nunca constituiu família, faleceram os pais e ficou sozinho no mundo!
Envelheceu agarrado à terra, de que foi tirando os seus proveitos, trabalhando até que pôde.
Hoje, está velho, com algum saber adquirido na vida onde se formou. Vive só- como digo no início desta crónica- acompanhado do seu velhinho “Tejo”.
Ultimamente é visitado por agentes da G.N.R., quase exclusivamente, que o vigiam e aconselham, para além de algum apoio social, especialmente se fica doente.
As condições em que sobrevive são pouco mais do que as que tiveram os nossos povos primitivos!
Isto está certo?! De quem é a culpa?! Ai, sociedade do meu País! Estamos no século XXI !
 Até onde nos levariam estas e outras conjeturas?! Quantas pessoas estão hoje nestas condições?
Que responda quem souber e que, embora já muito tarde, sejam dados, rapidamente, passos no sentido de obviar a que as coisas não continuem a ter que ser assim.
Mâos ao trabalho, homens e mulheres responsáveis deste nosso Portugal!
 O tempo urge!
Quinta da Piedade, 29 de Março de 2013
JGRBranquinho


sexta-feira, 29 de março de 2013

QUANDO EU TE LEIO


                  QUANDO EU TE LEIO
Quando, por minha felicidade e por bondade tua, leio o que escreves (muito  interessado, pois sei bem o teu valor) espero sempre com total avidez poder beber as tuas inspiradas palavras, que ao longo do tempo, isto é, desde que te conheço, me têm proporcionado  momentos inesquecíveis bem guardados em mim para todo o sempre, como um tesouro raro.
Ultimamente, por razões que naturalmente te assistem, mas por azar meu, não tenho tido tantas oportunidades de te ler, sem que saiba bem os porquês de tal ausência, o que me deixa deveras inquieto.
Muitas vezes interrogo-me, desejando encontrar respostas, mas… sempre receando que algo de menos bom te impeça de o fazeres, o que me traz preocupado, crê, Amiga!
Confesso que prefiro (sem que isso seja bom) admitir alguma preguicite ou, até, falta de disposição/inspiração que quisera fosse momentânea, isto é, passageira, para meu e teu bem; nunca por razões de impossibilidade, por controlo de outrem, como já aconteceu, infelizmente, em outro tempo, embora distante.
Ninguém tem o direito de coartar a iniciativa, a liberdade, a quem- num anseio legítimo e filho do seu sentir- quer partilhar sentimentos, dar largas às suas emoções, enriquecendo os que, por gosto (por bom gosto) venham também a ter o privilégio de enriquecer conhecimentos, lendo tais escritos. “Não se esconde a luz debaixo do alqueire”… lá diz o Novo Testamento.
Por mim, quando te leio- atento, naturalmente, ao  conteúdo- delicio-me especialmente na forma- isto é, na hábil ligação das ideias, que fazem de ti uma verdadeira escritora que eu tanto prezo e tu sabe-lo muito bem.
Detenho-me sobre o conteúdo- sobre os temas que escolhes- no entanto, e embora os aprecie pela variedade, devo ser sincero que ainda me encanta mais a forma- o requinte que pões nas palavras que com sentido e arte superior, compões os teus textos.
Então, esperançado, e tendo como base a tua capacidade de comunicar de uma maneira muito própria- muito"sui generis", fico aguardando impacientemente mais algum tempo, na expetativa de que me brindes com as tuas letras de ouro, para mais uma vez eu poder felicitar-te ao dirigir-te o meu justo elogio, em simultâneo com o meu gesto de gratidão.
Portanto- Amiga- fico à espera e olha “ que quem espera… desespera!”
Assim- senhora- seja em que circunstâncias for- mãos à obra, mãos ao trabalho ! E, se vires que o mereço, dá-me a dita de muitas mais vezes te ler com a alegria costumada, com o gosto de sempre.
Cá fico à espera.
Beijos e abraços.
JGRBranquinho

segunda-feira, 25 de março de 2013

DIA 25 DE MARÇO


     DIA 25 DE MARÇO

Dia do aniversário
              de minha saudosa mãe!
Quantas saudades-
               -meu Deus, meu Santo Pai!
Quanto tempo-
                -Senhor meu Deus, já lá vai...
Sem aquela que me amou
                 como mais ninguém.
Hoje, relembro-a,
                   ainda, com maior saudade!
Quisera tê-la- aqui-
                    bem junto a mim.
Hei de recordá-la sempre,
                     até chegar meu fim!
Quero estar com ela,
                     lá, na eternidade.

Quinta da Piedade, 25 de março de2013
JGRBranquinho

DIA 25 DE MARÇO!

 
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          DIA  25  DE  MARÇO!

Foi neste dia- para mim sagrado, muito querido- que vieste ao mundo, minha saudosa mãe!
Criada com todo o amor de teus pais e avós- que viviam perto- cresceste no lugar da Hortas e na R. das Casas de Cima, na Ribeira de Nisa, freguesia  onde mais tarde eu viria também a nascer na R. de Nossa da Esperança, onde me criaste na doce companhia de meu querido pai.
Tivemos uma vida modesta mas, graças a Deus, nunca nos faltou o pão de cada dia!
Sabias muito de costura e ajudavas bastante em casa, assim como ensinavas algumas jovens da aldeia a troco de recompensas que entendiam dar-te, pois não cobravas nada por esse trabalho.
Vivíamos relativamente bem, embora sem luxos; no entanto, tínhamos uma vida que se pode classificar de razoável no nosso lar de amor, graças, também, à tua excelsa orientação,sempre elogiada pelo bom pai, que via em ti uma extraordinária gestora. Aliás, devo dizer que não sei se conheci alguém tão inteligente como tu- minha querida e saudosa mãe. Tu percebias de tudo! Inclusive, fizeste o plano e orientaste a transformação da nossa casa grande, tal como ainda hoje existe, embora com algumas obras de restauro, já orientadas por mim, mantendo-se (como disse) o traçado inicial.
Eras a verdadeira alma daquela casa, como mãe e esposa e também como filha que sabia receber com amor e respeito a minha sempre lembrada avó, Maria Joaquina,bem como outros familiares, alguns dos quais auxiliavas- que eu e o pai bem sabíamos. Passaste, passámos alguns sustos com doenças, felizmente vencidas por graça de Deus Pai.
Oh! Que momentos inolvidáveis vivemos naquele tempo e naquela casa! Que serões à lareira, ouvindo belas histórias que me fascinavam e me faziam sonhar!
Que saudades das festas tradicionais :- "Srª. da Esperança", "Sr.ª das Candeias"," Páscoa","Santos Populares " e das feiras em Portalegre- "A dos Porcos", "A das Cerejas" e a das "Cebolas" bem como os mercados das quartas-feiras e sábados! Tudo, para mim, verdadeiramente, bonitas festas!
Assim vivíamos na Paz de Deus e eu, especialmente protegido no aconchego do nosso ditoso lar.
Um dia- querida mãe- era eu ainda muito novo, pensaste e conseguiste ensinar-me a ler pela Cartilha Maternal de João de Deus- livro na altura adotado como oficial.
Recordo-me tão bem desses dias e da alegria que senti ao já saber ler- minha mãe/professora!
Feitos os cinco anos, queria ir para a Escola; no entanto, devido à idade,tal não me era permitido.Só que, alguns dos meus amigos de brincadeiras- um pouco mais velhos- já tinham entrado!
Ninguém me calava e sentia-me muito só, pois não tinha com quem brincar, a não ser com alguns muito mais novos,o que não era a mesma coisa...
Lá conseguiste que eu entrasse uns dias mais tarde, como ouvinte, apenas, mas para mim já muito bom. Sempre a tua oportuna influência!
Hoje, dia 25 de Março de 2013- dia dos teus anos- recordei uma vez mais esses belos tempos.
Que Deus te tenha em bom lugar como mereces! Eu creio que assim será.
Abraço-te e beijo-te com todo o meu amor, com toda a minha saudade, minha adorada mãe!

Quinta da Piedade, 25 de Março de 2013
O teu filho:
JGRBranquinho




A CRIANÇA



                       A   CRIANÇA


Eu gostaria de poder e saber cantar à criança!
Esse ser tão maravilhoso que por Deus é dado.
Ele é o futuro que desejaria fosse abençoado!
Ele é, para todo o sempre, a radiosa esperança.


Cuidemos mais, deste ser!- Com responsabilidade!
Assim prepararemos melhor o próximo futuro.
Olhemos, com maior atenção, esse ser tão puro!
Asseguraremos um outro mundo de felicidade.


As Instituições- a Família- têm que o fazer!
Tudo quanto se fizer, em união terá que ser
A bem do nosso futuro comum no mundo.


Que todos compreendam esse dever sagrado!
É uma obrigação que não precisa de tratado.
Acordai, cantai este sentimento tão profundo.

Quinta da Piedade, 25 de Maio de 2012
JGRBranquinho

Nota:-Investir na formação da criança- educação e instrução- socialização e bem estar fisico/mental, é a melhor decisão a bem do futuro de um povo.
         É esta a minha opinião, que, espero, todos apoiem; melhor... estou certo que todos apoiarão.
O meu abraço.
JB

domingo, 24 de março de 2013

AOS INVEJOSOS ( O que eu diria aos invejosos)


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( O que eu diria aos invejosos )

        AOS  INVEJOSOS

Meus senhores e minhas senhoras, chegou a altura de vos desmascarar. Durante muitos anos da minha vida, nunca me passou pela cabeça- isto é a verdade- que existia a maldita inveja!
Ingenuamente ( talvez melhor dito.... estupidamente!) confesso que não sabia o que isso era!

(Talvez alguns dos que me leem hoje- bem intencionados e não tendo, também, esse mau sentimento- fiquem a sorrir- zombando, mesmo, de mim; talvez até nem acreditem que eu, até há uns tempos, não acreditava na existência desses tais mal formados ou, como agora se diz, mal formatados!)

Mas, este escrito de hoje- dia 24 de março de 2013- como diz claramente o título- é mais para vós, invejosos que infelizmente tive o "gosto" de conhecer, primeiro por chamada de atenção de pessoas amigas que me alertaram, depois por experiência própria, ficando, desde então, a lamentar-vos, mais que a detestar-vos!
E, então, lá vem a tal afirmação muita vezes repetida relativamente`as bruxas: "Não acredito que las hay, mas que las hay... las hay"!
Sois pessoas medíocres, sem capacidade de realizar algo de proveitoso, que não aceitais o mais pequenino triunfo de outros (que, mercê do seu apego ao trabalho e/ou dos seus dons naturais, isto é, de um conjunto de circunstâncias que os distinguem e tornam melhores na sociedade) e, lamentavelmente, usais repticiamente meios e processos condenáveis para denegrirdes a imagem daqueles que tanto invejais. Acredito, mesmo, que sofreis por isso. Mas... quem semeia ventos....
Procurai o bem, de uma vez por todas! Sofreis e fazeis sofrer os outros, sem necessidade, sem qualquer justificação! Sim, porque os outros a quem invejais despropositadamente, injustamente, também sofrem por isso."Nunca o invejoso medrou, nem quem ao pé dele morou" lá diz o velho ditado...
Deixo-vos aqui um conselho:-
-Procurai trabalhar dentro das vossas possibilidades sem inveja dos outros! Procurai aperfeiçoar-vos em tudo o que puderdes, dentro dos vossos limites! Não vos derroteis a vós próprios! Não façais isso! Pode haver em vós,qualidades por explorar, potencialidades que não exercitastes ainda!
Cada um de nós é um ser diferente e tantas vezes isso já foi dito por quem sabe:- que não há duas pessoas iguais! Querer ser maior é legítimo, claro, mas sem atraiçoar os outros
Cada um- se tiver suficiente amor próprio e for consciente- compreenderá isto perfeitamente.
Aceitem o conselho de que nem queria acreditar nesse negro sentimento da inveja- tão negativo e tão detestável é.
Desculpem, se vos ofendo!
Quinta da Piedade, 24 de março de 2013
       (são 14 horas e faz bom tempo, embora um tanto frio).
JGRBranquinho


sexta-feira, 22 de março de 2013




ADEUS  TERRA  BENDITA   ( acróstico )

Adeus, terra bendita,
                minha terra amada!
De saudades, vivo distante,
                amargurado.
És mãe amiga,
                 pelo Céu abençoada
Uma cidade com alma,
                 burgo idolatrado.
Saúdo-te, transtagana-
                  altar dum crente!
Por ti-  Portalegre-
                   admiração sentida.
O teu colorido (estampa e moldura)
                    paixão imanente!
Recordação perene
                   em mim retida.
Tuas ruas e praças,
                   palácios de valor,
História consagrou
                    merecidamente.
Ligação a um passado
                     do  maior fulgor,
Elos fortes, inquebráveis
                      no presente.
Gosto de ti, cidade/coração,
                      minha cidade!
Relembro-te  aqui
                       instantemente,
Em meus versos, ausente…
                         minha saudade.

Revistos em 22 de março de 2013
JGRBranquinho


quinta-feira, 21 de março de 2013


(O que eu diria a uma grande Poeta, que muito admiro, neste Dia Mundial da Poesia.)



                                  O  QUE  ESCREVES

O que escreves- querida Amiga- embora digas não serem primores literários, tocam-me profundamente!

Contrariamente ao que dizes, eu vejo-os e sinto-os diferentes. 
Só por virem de ti? Estarei a valorizá-los por esse motivo, apenas?
Eu já li (como calculas) muito, o bastante para saber distinguir o trigo do joio.
Gosto da tua escrita! Vejo nela- em cada frase- uma elegância tal que me transporta para um mundo melhor! Um mundo que eu também sonhei diferente e por onde me sinto entrar por teu intermédio, por intermédio do que tão habilmente escreves.
Quero poder, então, continuar a receber as pérolas que crias nessa concha que é a tua alma poética, que me dão ânimo e são suporte para a minha vida.
Não te desvalorizes! Continua a deliciar-me com os teus escritos que são maná de leite e mel no deserto da minha viagem por Aqui.
Hoje é o Dia Mundial da Poesia e, embora em prosa, quis deixar-te estas palavras, talvez com algum fundo poético, referindo, justamente, a tua Poesia.
Por hoje, fico-me na esperança/certeza de ter em breve razão para te agradecer mais algumas deliciosas linhas.
És uma bênção para todos os que te leem e, para mim, de um modo muito especial.
Julgo que o sabes. Quero que, de uma vez por todas, o acredites, continuando a alegrar-nos, a trazer-nos felicidade, partilhando gratuitamente a tua inspirada escrita.
O meu abraço.

Quinta da Piedade, 21 de março de 2013
JGRBranquinho

quarta-feira, 20 de março de 2013


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ERA  A  NOITE

Era a noite! A tão desejada noite!
Era aquela que há muito eu sonhava com a autorização recebida de meu pai.
( Nunca mais fazia dezassete anos- pensava- pois a promessa era que, feitos os dezassete, eu teria outra liberdade! )
Poderia chegar um pouco mais tarde a casa, acompanhar alguns dos meus amigos mais velhos, num tempo muito diferente do de agora, embora, também, com os seus perigos. No entanto, nada que se pareça com o que hoje se vê, onde, a cada esquina, se pode ter uma desagradável surpresa, se pode ter um mau encontro a vários níveis ( especialmente à noite ) tanto para os jovens como para os mais velhos, sem distinção do género, embora reonheça que com maiores riscos para o  feminino.
É muito vulgar ouvir, a uns e outros, o receio de sair à noite. Concordo que também nos meus tempos de juventude havia perigos, mas estavam melhor identificados (abuso do alcool ou sexo ) e era uma questão de cuidado, de bom senso, por nossa parte.
Ora, nessa mesma noite da autorização paterna- alegre e feliz e sentindo-me já um homenzinho- confesso que me sentia um tanto nervoso, ainda que apoiado por um amigo mais velho, que eu muito considerava, sabendo, inclusive, da sua maior experiência noturna.
Lá fomos para um baile numa povoação já mais perto da fronteira- S. Julião- mas a uns bons quilómetros da minha Ribeira de Nisa, utilizando o carro do médico da aldeia, primo desse meu amigo- o João Maçãs.
Caminhos antigos, azinhagas estreitas atravessadas por ribeiros, alguns saltos dentro do carro por motivo de buracos não assinalados (claro) mas lá chegámos ao salão de baile!
Éramos forasteiros e isso implicava alguns receios…
 Os rapazes dessas terras (ainda mais no interior) não viam com bons olhos a nossa presença, já se calcula porquê:- o pensarem que íamos ali “roubar-lhes” as raparigas.
Como primeira experiência- confesso- sentia algum desconforto, mas o meu amigo já conhecia o meio e pôs- me mais à vontade.
Começou o baile e eu reparei numa rapariga muito interessante que convidei para dançar.
Dançámos várias vezes, não indo eu procurar qualquer outra! “Conversa puxa conversa” e eu- que até era um pouco tímido- atrevi-me logo a pedir-lhe namoro, ficando com o contacto dela e ela com o meu.
Devo dizer com toda a franqueza que eu tinha namoro em Portalegre, mas… foi assim! Talvez censurável, mas… coisas de “malta” nova que nem pensava nas consequências, nem via mal nisso.
Vejamos, então, o meu azar, ou… o castigo?!
 Dias depois, estava com a minha outra namorada e notei que as coisas não estavam bem.
Aconteceu que a tal moça-  a quem eu me tinha declarado no baile- era amiga dela e escreveu-lhe dando a notícia de namorar um rapaz de Portalegre, dizendo mesmo o meu nome!
Calculem a situação! Foi o cabo dos trabalhos, como é costume dizer-se.
Lá me fui desculpando:- que foi tudo uma brincadeira, que não era bem assim, que era dela que eu gostava. Enfim, até estava a ser sincero, pois eu amava-a. Durou algum tempo esta zanga e, por fim, as coisas lá se compuseram e eu senti necessidade de apresentar desculpas também à outra moça, que nunca cheguei a saber bem se me perdoou.
Aventuras da juventude. Não terei sido o único, mas realmente foi desagradável.
Para uma primeira saída autorizada longe de casa, foi uma ”boa” estreia, não haja dúvida!
Depois de tantos anos passados, reconheço que não procedi bem, mas… foi assim. Esta é a verdade.
 Ó rapaz, tu não tinhas, mesmo, juízo! 
Já não voltas a fazer o mesmo, não é verdade?
Monte Carvalho, 2012
JGRBranquinho

segunda-feira, 18 de março de 2013


                                  O  QUE  ESCREVES
O que escreves- Amiga- embora digas não serem primores literários, tocam-me profundamente!

Contrariamente ao que dizes, eu vejo-os e sinto-os diferentes. 
Só por virem de ti? Estarei a valorizá-los por esse motivo, apenas?
Eu, com esta idade, já li (como calculas ) muito, o bastante para saber distinguir o trigo do
Joio.
Gosto da tua escrita! Vejo nela- em cada frase- uma elegância tal que me transporta para um mundo melhor! Um mundo que eu também sonhei diferente e por onde me sinto entrar por teu intermédio, por intermédio do que tão habilmente escreves.
Quero poder, então, continuar a receber as pérolas que crias nessa concha que é a tua alma poética, que me dão ânimo e são suporte para a vida.
Não te desvalorizes! Continua a deliciar-me com os teus escritos que são maná de leite e mel no deserto da minha viagem por Aqui.
Por hoje, fico-me na esperança- que eu sonho certeza- de ter em breve razão para te agradecer mais algumas linhas inspiradas.
És uma bênção para mim!
JGRBranquinho

domingo, 17 de março de 2013


        ERGUEU- SE O SOL

Eu vi erguer-se o Sol por detrás da Serra
Nesta manhã de Abril do meu encanto!
Esqueço aqui, um pouco do meu pranto
Ante a beleza que este quadro encerra.

Com os olhos brilhantes, prenhes de amor,
Eu vi, o astro-rei, beijar a minha Serra !
Vi, entusiasmado, mais vida nesta terra
E desejei-te, ainda mais, meu Amor.

Quis abraçar-te e agradecer a Deus
Por tanto te amar e ser por ti amado!
Desejei então poder escrever-te um fado
Sempre inspirado nos encantos teus.

Sentei-me; escrevi-te o melhor poema!
Dediquei-to, mulher querida, com paixão.
Abriu-se, ali, então, meu pobre coração
Só este amor por ti podia ser o tema.

Li-o, reli-o! Guardei-o para to oferecer
Quis dar-to ainda neste dia, meu Amor!
Mas, sem sucesso te procurei, minha dor!
Voltei pra casa desiludido por te não ver.

Monte Carvalho,  Abril de 2012
JGRBranquinho

             À  TUA  ESPERA 

Não sei porque não vens se te espero
Depois do combinado ontem à tarde!
Meu ser te aguarda já em desespero
E de amor por ti meu coração arde.

Ao longe, mas já receoso, desiludido,
Olho inquieto, querendo descortinar-te!
Quero adivinhar o teu rosto querido
E, como sempre… hei de aguardar-te.

Este namoro proibido é nosso fado
Meu Amor! Nasceu tão malfadado…
Mas vamos lutar, confiando no futuro.

Nossos dias sem fim, duros, terríveis,
Não podem prolongar-se assim, difíceis,
Contrariando o nosso amor tão puro.

Quinta da Piedade, 17 de março de 2013
JGRBranquinho

sábado, 16 de março de 2013


     EM TEU LOUVOR
           
As próprias letras do teu nome- linda Flor!
Têm pra mim o maior sentido de ternura.
Quais pedras preciosas do maior valor
Ornando o diadema da tua alma pura.

Felicidade sem par, em teu rosto lindo!
No teu riso belo,o encanto que domina.
Na tua alma de eleição, que sinto sorrindo,
A nobreza sem vaidade que me fascina.

Puro é o meigo coração que em ti mora!
Inteligência e doçura que me prendem.
Bela e tão terna, a tua alma sonhadora!
Alvorada que os sentidos surpreendem.

Quinta da Piedade, 16 de março de 2013
JGRBranquinho
          

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         QUANDO  ESCREVO
Quando escrevo, sentado à minha secretária ( normalmente à noite ) já depois de cumpridas as tarefas dum dia mais ou menos preenchido, mais ou menos agitado, de acordo com as tarefas a que me impus ou me foram exigidas, relaxo e, então, cumpro esta- que é a de escrever.
Neste ato isolado, silencioso, realizo uma das minhas mais agradáveis ”tarefas”, dando forma às minhas ideias, mostrando algo do que vai dentro de mim:- o que me sensibiliza ou sensibilizou durante as horas dum dia prestes a findar, ou pela lembrança de outras situações que no momento me ocorrem e foram por mim vividas tempos atrás.
Sem esforço- afirmo-o- surgem-me as palavras e vou-as escrevendo, acrescentando uma a uma na construção das frases que hão de constituir o meu texto, para mim importante, sem que o tenha que ser, forçosa e obrigatoriamente, para aqueles que porventura me possam vir a ler um dia.
Se pensasse assim ( e não é por menor respeito) teria mais dificuldades, baseadas numa exigência que adivinharia existir em cada um dos meus possíveis leitores. Assim, escrevo de acordo comigo próprio, sem pensar em julgamentos críticos de outros, e atrevo-me a dar forma ao que me vai na alma- como é costume dizer-se na gíria ( uma frase, aliás, já muito batida) mas a que muitos recorrem e eu também.
Hoje, por sinal, estava um dia de certo modo “mal encarado”, frio, sem sol e cinzento, e saí de casa também pouco bem humorado.
Tinha mesmo que sair e preferi fazê-lo na zona da minha morada- Quinta da Piedade- Póvoa de S.ta Iria, aliás, um sítio muito do meu agrado, devo confessar.
Já o dia ia alto e, feitas as compras no supermercado, parei o carro e fiquei a apreciar o movimento de sexta-feira- sempre mais intenso- quando fui despertado pelo alegre e maravilhoso cantar dos melros, a par de outras aves, que nesta fase do ano andam a fazer as suas conquistas amorosas!
 Que regalo para os meus sentidos!  Que encanto! Oh! Bendita Natureza!
Não sei se todos vós já parastes um pouco, vivendo ou não nas cidades, e se vos detivestes a ouvir a orquestra natural e admirável que resulta do canto das diversas aves em pleno ciclo amoroso, atraindo as suas companheiras!
Como é bela a Natureza manifestando-se assim por intermédio destes seres silvestres que melhor que ninguém a desfrutam e nela habitam por não terem outro abrigo, tendo nela, afinal, o maior e o melhor abrigo.
Fala de poeta? Um pouco, sim. Mas quem pode ficar indiferente perante um quadro destes?
Numa altura em que nos queixamos- e com razão- da situação difícil que atravessamos (ainda que o desfrutar deste quadro nada resolva dos problemas que nos assolam ) sempre é bom poder sentir o calor da Natureza/Mãe manifestando-se e encantando os nossos sentidos, revigorando por instantes o nosso ser tão carente de bem-estar.
Fala de poeta? Um pouco, sim, mas verdade!
Deus seja louvado!
Quinta da Piedade, 15 de março de 2013
JGRBranquinho

sexta-feira, 15 de março de 2013


CAMPOS  DA  MINHA  TERRA

Alegres campos
por prazer outrora trabalhados,
Nesta terra/mãe, meu bonito berço,
 meu querido lar!
Hoje tão esquecidos,.tão tristes, 
quase abandonados!...
São pastagens
para algum gado aproveitar.
Campos produtivos, fartos,
 onde tudo se colhia
alimentando-nos dia a dia!
Trazendo abundância,
produzindo sua riqueza.
Olho-os com mágoa
 pelo abandono verificado!
Doi muito ver este solo-
- outrora exuberante,
 tão pouco aproveitado,
 Na minha alegre
 e amada terra/mãe,
 hoje, só tristeza.

Monte Carvalho,13de Fevereiro de 2013
JGRBranquinho

quinta-feira, 14 de março de 2013


             SOU  O  HOMEM

Sou o homem que te ama-  senhora/encanto!
Aquele, que ao ver-te, logo se perdeu por ti.
Foi amor à primeira vista- musa do meu canto!
Tudo se confirmando nos versos que escrevi.

Nesses e noutros versos que inda não viste-
-Mulher/paixão- que hoje  eu guardo para ti
Só porque este amor por ti em mim existe,
Só porque este sentimento só por ti senti.

Sou o homem que, mesmo longe, está contigo!,
Porque outro modo de estar, eu não consigo
E és tu- mulher amada- quem eu só quero.

Sou aquele que um dia, receoso, te falou.
O homem que por ti mais sonhou, mais cantou-
-Meu Amor! Até à morte por ti espero e desespero.

Quinta da Piedade, 14 de março de 2013
JGRBranquinho

                  FOSTE  E  ÉS

Foste e és- senhora- razão da minha vida!
Por ti, o mais forte impulso do meu ser.
Foste e és o anjo bom- a deusa querida
Aquele céu que sonhei sem nunca obter.

Foste e és o rio que inundou a minha vida!
Por ti-  meu Amor- sofri e ando a sofrer.
Foste, para mim- Amor- a dor sentida
Uma dor que tanto doi, mas faz viver.

Foste o sol e a água! O ar que respirava!
Tudo o que no mundo eu mais ansiava.
Foi por ti que não pude amar, jamais!

Foste quem mais amei- minha loucura!
Foste e és para mim, a mulher mais pura!
Aquela a quem eu não esquecerei mais.

14 de dezembro de 1975
JGRBranquinho

INSATISFEITA ALMA


             INSATISFEITA  ALMA

Ó alma insatisfeita que tanto desejas
E Aqui vês tamanha incompreensão!
Ó meus anseios duma vida de certezas
Que sonhei com empenho, com emoção.

Ó meu doce porvir, meu futuro risonho
Onde idealizei o céu da minha vida!
Desenganos do presente tão tristonho
Que deixais a minha alma em ferida.

Ó meus tristes ais- tormentos padecidos
Nesta esperança de ser feliz um dia
E esquecer, do mundo, a ingratidão!

Parti! Deixai-me só com meus sentidos
Viver, desta vida o bem, sem a agonia
Que hoje está a sentir meu coração.

Nora:- Escrito na década de setenta.
JGRBranquinho

terça-feira, 12 de março de 2013


                AMORES  PROIBIDOS

Amores proibidos- angústias e tormentos
Venturas e aventuras sem pecado ou mal!
Encontros e desencontros sem ter igual…
Difíceis situações, difíceis tais momentos.

Amei! Procurei ser amado! Fui amado !
Encontrei amores por minha felicidade.
Alguns proibidos por minha infelicidade
Mas sem que jamais tenha atraiçoado.

Amei mesmo muito e sei que fui amado
Por mulheres/encanto- meu feliz fado!
Cantei-as com o coração pulsando forte.

Hoje recordo esses amores, minhas paixões
Encontros de duas almas em convulsões
 Numa fidelidade suprema até à morte.

Quinta da Piedade, 12 de março de 2013
JGRBranquinho

segunda-feira, 11 de março de 2013


       LONGE  DE  TI

Longe de ti, a ventura de te escrever ou receber escritos teus,
 não tem par, não tem igual!
Nada vale mais, nem tem mais poder sobre mim,
do que esta dita de, em verso ou prosa, para ti poder escrever
ou poder receber uma querida missiva tua.
Prazer maior e sem medida, que ameniza a dor,
 que anima a pobre da minha alma entristecida.
São essas letras que nossas mãos traçam uma a uma 
e que, partindo de nós (de nossas almas e corações) 
nos interligam fortemente a cada dia que passa
 e nos alegram e fazem parecer a vida mais bela e encantadora.
Se te escrevo- meu Amor- estou ansioso de que as recebas 
em tuas queridas mãos para que então as possas ler 
e sentir tal como eu sinto as tuas, para mim sempre importantes 
e ansiosamente desejadas aqui tão longe de ti.
Como é bom escrever-te, se não posso falar-te!
Em meus escritos… “ver-te”; em meu coração… achar-te!
Como é bom pensar em ti, embora aqui ausente
e sem ter a possibilidade de ir ao teu encontro!
Como é bom poder sofrer por este amor diferente!
Cantar-te nos versos meus, sequioso dos encantos teus!
Minha “companhia” de todos estes anos, que me não vês,
que há tanto, já, te não vejo!
Que não me tens, que te não tenho e estou contigo!
Luz distante e suave que alumia a eternidade dos meus planos!
Raio de sol que espero receber ainda qual bela aurora!...
Eu te bendigo, mulher amada! Eu te bendigo, Amor!


NOTA:-Revisto em 11 de março de 2013)
JGRBranquinho


 ALEGRE  VOLTASTE  ( acróstico )

Alma sã, meu modelo de bondade!
Liame entre um tempo e outro tempo,
Estrela cintilante sobre esta cidade
Gestante de ensino, superior alento.
Revelação sublime de eternidade
és meu desejo a cada momento.

Vives por bem, dás felicidade.
O teu dom natural, teu talento,
Lê-se em teu olhar lindo, cristalino.
Transparências de um espirito jovial,
A  invejável beleza que em ti eu vi!
Sol de outono, lindo, purpurino!
Trazes contigo o calor essencial
Esse aconchego que só há em ti.

Outubro de 1980
Revisto em 11 de março de 2013
JGRBranquinho
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               SONHO
Sonho juventude, sonho alegria
Quero a virtude por companhia.

Sonho ternura, sonho bondade
E em mim perdura esta saudade.

Sonho amor, sonho pureza
E és tu- Flor- minha certeza.

Sonho singeleza, sonho alma pura
E tenho a certeza da tua candura.

Sonho contigo, linda vestal
Meu amor antigo e sem igual.

Sonho-te minha, sonho acordado
Minha rainha, meu El-Dorado.

Sonho carinho, sonho felicidade
Mas estou sozinho nesta cidade.
 Maio de 1981
JGRBranquinho

REFLEXÃO SOBRE SITUAÇÕES VIVIDAS


REFLEXÃO SOBRE SITUAÇÕES  VIVIDAS
 Há dias, num dos meus apontamentos, referi alguns aspetos negativos da sociedade no tempo da minha juventude.
Só pode parecer exagero o que escrevi, para aqueles que (ou não viveram
essa época e não estão informados ou, então, andavam ou andam- os do
meu tempo- um tanto “distraídos”.
Nos meios mais pequenos- na província- ou nos bairros das grandes
cidades onde todos se conheciam mais de perto, era bem evidente uma
separação entre os que mais tinham e os outros, pertencentes às
classes sociais com menos posses.
Depois da “primária” oficial, onde ainda assim, havia uma menor
diferença, vinham os colégios- onde só podiam entrar os meninos ricos-
e, também, os liceus oficiais reservados a essa mesma classe e que
podiam dar acesso às faculdades em Lisboa, Porto e Coimbra.
Simultaneamente, mas um nível mais modesto, havia as escolas industriais de cursos de carpintaria e serralharia mecânica (com poucas
disciplinas de “letras” e só até ao 3.º ano) para onde iam os filhos
dos de menores recursos. com uma muito reduzida possibilidade de
ingressarem em cursos superiores, sendo lhes exigido, depois dos
cinco anos do curso, mais dois anos dum curso complementar.
Isto, para quem tinha poucas posses, era mais um travão impondo a
progressão dos alunos.
O que acontecia, na maior parte dos casos, era terem que procurar
emprego na área dos serviços e, assim, entrarem no mundo do trabalho,
onde, muitas vezes, não encontravam correspondência com o que tinham
aprendido, sendo quase dispensável terem estado cinco anos(isto se
não “chumbassem”...) a frequentar a escola técnica. Esta situação
estudantil gerava, desde logo, uma distanciação entre os rapazes e as
raparigas de ambos os cursos.
(Em Portalegre (onde nasci e vivi) até a nível desportivo- mas,
felizmente sem a violência que hoje se vê- havia grande rivalidade:--
era "o fato/macaco" contra" a capa e batina", em jogos entre a Escola
Industrial (onde eu jogava) e o Liceu, no velhinho Estádio da Fontedeira. Era incutido pelas próprias “ famílias bem” esse estado de
espírito, com recomendações de que não se deviam dar com os alunos das
escolas chamadas “industriais”, muito pouco consideradas. muito pouco
tidas em conta por quem a todo o custo, ambicionava ter um doutor na
família, direta ou indiretamente.
Quem viveu estes tempos, tem obrigação de saber quanto isto é verdade.
Quantos disparates foram cometidos em nome desta filosofia de vida!
Quantos amores desencontrados por proibições estúpidas que não tinham
em conta a vontade dos corações!
É verdade que houve exceções- gente jovem que teve coragem para se
afirmar e venceu essa luta- e, ainda, alguns poucos casos de pais,bem na vida, que aceitaram ligações com pessoas de diferente
condição social, confirmando que não há regra sem exceção.
Dirão que sempre foi assim e assim continuará a ser; mas hoje, em
muito menor percentagem, creio eu. Que o Céu perdoe a quem cultivou ou cultiva ainda a luta contra quem se
ama, só vendo a parte economicista da vida, sem atender à vontade dos
que se amam;sujeitando-os, apenas,à razão da força,em oposição à força da razão, às leis do coração.

 Quinta da Piedade, 10 de março de 2013 
JGRBranquinho

MEU DESEJO , MINHA CERTEZA


       MEU  DESEJO , MINHA   CERTEZA

Eu queria dar-te- senhora- o mundo todo!
Mas… só o que de melhor esta vida tem.
Longe, muito longe deste mar de lodo,
Undação do meu ser, encantado bem.

Meu refúgio- minha bênção, minha lida,
Único enlevo da minha alma sonhadora!
És minha única ambição- musa querida!
És digna e bela- minha fada salvadora.

Ó viçosa Flor- minha rosa inspiradora!
Teu riso bonito em teu rosto abençoado,
É amoroso e puro como sei não existir.

Cantarei, persistente, teus dons- senhora,
Até ao dia que pelo Céu seja chamado!
Até este meu coração parar e eu partir.

20/01/1981
 NOTA:- Revisto em 11 de março de 2013
JGRBranquinho

domingo, 10 de março de 2013

LUTA DESIGUAL


           LUTA  DESIGUAL
Lutei ainda - linda Flor- por te esquecer...
Sem saber que esta luta era perdida!
Lutei-  sim-  mas sem me aperceber
Que me eras- dia a dia- mais querida.

Foi uma luta desigual a que travei
Por ser mais forte- sim- o amor por ti!
E se esta luta por algum tempo sustentei…
Hoje não o faço por tudo o que senti.

Lutar contra o que se quer não é loucura?!
Querer esquecer a Flor terna e mais pura
Que nos transporta ao Céu inda no mundo?!

Não mais lutarei- não!- porque te quero!
Pois és quem na Terra eu mais venero!
É por ti-  mulher-  o meu amor profundo.
28/05/81
JGRBranquinho
Nota:- Revisto em 9 de março de 2013

HORAS SEM FIM


     HORAS SEM FIM   

Horas sem fim de amargura e tristeza
Martírio e pesar que na ausência senti .
Horas indesejáveis numa infinita reza
Que durante esses tempos eu fiz por ti.

Horas que passei, sonhando contigo
Horas chorando por estar a teu lado.
Horas de saudade do teu rosto querido
A lembrar-te sempre, sonhando acordado.

Em tua longa ausência-  de sonhos vivi!
Em sonhos busquei lembranças de ti
Às quais me agarrei, sedento de amor.

E se te encontrava depois de tais sonhos
Brilhavam, mais, meus olhos risonhos
Morria em mim, um pouco, esta dor.

Quinta da Piedade, 10 de março de 2013
JGRBranquinho

UM NOVO HINO




            UM  NOVO  HINO

Ao escrever meus versos por alguém,
Solto as palavras, uma a uma, com amor.
Quantas são de alegria, quantas são de dor!
Todas por uma causa-  por meu Bem.

Dia-a-dia, medito! Escrevo por tanto amar!
Dou asas à vontade que habita em mim.
Inspiração que espero não tenha fim
Neste entendimento de ao amor cantar.

Que bênção esta de escrever ao meu Amor!
São versos/verdade, são versos de louvor
Em atitude se encantamento quase divino!

Escrevo e canto à mulher que me cativou!
Aquela que meu coração logo encantou
A quem canto, dia-a-dia, um novo hino.

Monte Carvalho, 8 de Junho de 2012- 
(1 hora e 15 minutos da madrugada)

JGRBranquinho