segunda-feira, 29 de setembro de 2014

É LEI D O CORAÇÃO



É LEI DO CORAÇÃO

Quando canto o amor
 ao meu AMOR
Faço-o com verdade,
porque o sinto.
Sim, jamais ao declará-lo
 eu minto!
Nem nunca o cantaria
 por favor.

Quantas vezes já o fiz?
Não sei!
É força da razão de ser
 do mesmo amor.
É poder corresponder
 ao seu fulgor
É imposição do coração,
é a sua lei.

Monte Carvalho, 29 de setembro de 2014
JGRBranquinho

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A L I


A  L  I

Eras para mim a mais bela flor naquele jardim de encanto
- no jardim que eu próprio imaginei
 e criei na minha já distante adolescência.
Passeavam nele os meus olhos gulosos, 
sequiosos de beleza, daquela beleza que eu um dia inventei,
que eu idealizei ser a essência da própria perfeição
- o suprassumo duma figura perfeita, angelical 
que eu acreditava ter descido à Terra, 
materializada na tua pessoa.
Era constante a minha permanência
nesse mítico paraíso e nunca dele me cansava!
Ali vivia a minha imaginação no superior enlevo
de te admirar e sentir mais perto.
Ali descansava mais a minha alma, por estar junto a ti
sem a intromissão de mais ninguém.
Ali eu era outro, outro bem diferente para melhor!
Ali era como se eu habitasse o Céu na tua doce companhia!
Ali- meu AMOR- os outros anjos ficavam perto de nós
entoando hinos de louvor ao amor sem mácula que nos unia.
Ali- senhora- tu eras única! Eras minha em plenitude!
À mesa no aconchego do nosso comum acúbito, 
sentiamo-nos absolutamente confortáveis,
deglutindo os manjares que os deuses punham à nossa disposição.
Olhávamo-nos embevecidos, dialogávamos, 
beijávamo-nos com entusiasmo,
 com divina loucura, e éramos inteiramente felizes.
Ali era o nosso Céu, era o nosso Éden sem noite escura, 
que, embora sem pecado, nos foi retirado abruptamente.
Porquê, meu Deus e Pai?!
Eu continuo à espera da resposta.
Virá alguma vez?

Monte Carvalho, 26 de setembro de 2014
JGRBranquinho



quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O A M O R


O  A M O R
Quem amou jamais esqueceu o bem que amou!
Digo-o com toda a convicção, pois amar não é só gostar. É muito mais do que isso!
Não gosto de ouvir dizer que há verdadeiro ou falso amor.
O AMOR é um sentimento por demais sagrado para que se possa confundir com outros sentimentos! O AMOR É ETERNO, é ÚNICO!
 Muitos confundem o AMOR com um modo de gostar, que pode ser passageiro.
Surgem ainda outros que confundem paixão com AMOR.
A paixão surge numa primeira fase e por vezes esvai-se ao fim de algum tempo. É arrebatadora, impulsiva, e leva a que se confunda com AMOR, que, esse sim, dura para sempre, jamais se apagando nos corações.
A paixão, por vezes, engana os próprios que a sentem, que são levados pela atração física e se convencem de que amam.
Ao início de um encontro entre dois seres, pode surgir a dúvida. Isso é normal. Só o tempo poderá vir a comprovar se é AMOR o que realmente se sente.
Quantas juras de amor! Quantas promessas na convicção de que se ama!
A convivência prolongada dirá aos próprios se o que sentem- essa atração pelo outro- é ou não AMOR.
É preciso deixar o coração pronunciar-se para concluir, então, da eternidade desse sentir.
Não nego que a atitude de quem procura o outro ser, seja bem-intencionada, que seja positiva, mas é essencial deixar ‘o tempo dar tempo ao tempo’, para que nenhum venha a sofrer alguma desilusão.
Eis o que hoje, aqui do meu cantinho alentejano, me aprouve escrever sobre a relação entre as pessoas, especialmente sobre a temática do AMOR.
Monte Carvalho, 25 de setembro de 2014

JGRBranquinho

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O TEU CANTAR


O TEU CANTAR

Quem canta seu mal espanta
Diz um antigo ditado
Tens o cantar na garganta
Por ele és abençoado.

 Obrigado todo o dia
Tu lhe deves essa graça
Por mim eu não me esquecia
E tu és da minha raça.

Quem canta seu mal espanta
Diz um antigo ditado
Teu canto muito me encanta
Daqui o meu obrigado

O cantar é dos anjos
Dizia S.to Agostinho
Se o disse esse arcanjo
Então faz-me esse jeitinho.

Depois eu te agradeço
Mulher que cantas tão bem
Se vires que eu o mereço
Não cantes p'ra mais ninguém.

Serei egoísta, eu sei
Porém é mesmo o que sinto
É esta a  minha lei
Mas ao menos não te minto.

Monte Carvalho, 24 de setembro de 2014
JGRBranquinho

A FOTO


UMA FOTO
Recebeu, das mãos da prima, como lembrança, a foto de menino. Esteve bem guardada, bem estimada por sua saudosa mãe- a tia Domingas.
Emocionou-se ao recebê-la! Chorou ao vê-la, num misto de tristeza e alegria. A ofertante pode comprová-lo.
Olhou essa foto e sentiu um certo arrepio, algo de estranho que o fez vibrar!
O menino de fio ao pescoço, que segurava um brinquedo- um passarinho de metal- e sorria para o fotógrafo, era agora um velho poeta, um humilde poeta. Talvez por isso chorasse.
- Como o tempo passa!- disse numa primeira frase, quase sussurrada.
À memória vieram recordações dum passado distante, mas que agora se revelava próximo, ante aquela fotografia de menino sorridente porque o fotógrafo na ânsia de o fazer sorrir, lhe pusera nas mãos aquele brinquedo, sabe-se lá quantas vezes já utilizado em circunstâncias análogas!
Momentos depois de rececionada a fotografia, continuaram as lembranças, mas agora de uma época muito menos antiga.
Foi com saudade que foram recordadas (até onde a memória o permitiu) as brincadeiras na rua com os amigos de infância e juventude, as de sua própria casa, e outros episódios como o de prender o “ O Gatinho” ao banco e as suas consequências, bem como outros vividos na sua aldeia natal, os encantados serões à lareira no inverno ouvindo estórias do “Arco da Velha Velha, contadas pelos pais e avós, especialmente antes da idade escolar, que, aí, já as estórias eram outras….
A propósito recordou, também, uma visita a familiares no lugar de Carrios, acompanhando a tia Domingas e que teve como fim na chegada a casa, um reconfortante escalda- pés para atenuar o efeito da maçada de alguns quilómetros.
Enfim, todo o efeito que produz uma foto de menino, que felizmente lhe chegou às mãos ainda a tempo de a sentir e comentar.
Para vosso esclarecimento devo dizer-vos que o menino da foto era eu e quem ma ofereceu  foi a minha prima Diamantina.
Monte Carvalho, 24 de setembro de 2014
JGRBranquinho


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O MELHOR POEMA



O MELHOR POEMA
É comum dizer-se que o melhor poema de cada um de nós é o que ainda está por escrever. 
Pensando bem, de acordo com este desejo de cada dia melhorarmos o nosso trabalho na escrita -essa legítima ambição de nos superarmos sempre que pegamos na caneta- faz todo o sentido aquela afirmação.
Se não estivesse presente em nós, alcançarmos tal desiderato, correríamos o risco de estagnarmos, repetindo produções sobre produções sem esse justificado estímulo de nos aperfeiçoarmos, de procurarmos atingir um outro estatuto- um estatuto melhor no campo da escrita.
Um poeta ou escritor em prosa (romancista, contista, cronista) escreve sempre na fagueira esperança de se superar,, enriquecendo o seu currículo e assim conquistar um lugar melhor na área da literatura. É um direito que lhe assiste e quanto mais e melhor escrever, melhor será para ele próprio e, consequentemente, para a própria sociedade de que é parte integrante.Por isso, aos que gostam de escrever, aqui deixo ( seria preciso?)o meu conselho de que nunca se sintam satisfeitos com o que já fizeram, acomodando-se. Esta legítima ambição de procurar ser melhor, deve estar sempre presente no nosso espírito e, para isso, para além das vivências de cada um e da sua aptidão para a escrita, também ajuda muito a leitura que façamos dos outros que têm a coragem de escrever, de continuarem a produzir, enriquecendo a nossa LITERATURA já de si mesma, rica, desde os nossos clássicos que ainda hoje se afirmam porque são eternos, talvez nunca pensando que viriam a ser tão considerados.
Grandes vultos da nossa LITERATURA que também, provavelmente, teriam as suas dúvidas ao começarem, mas foram persistentes e colheram os frutos do seu saber (ou outros os colheram!...) mas que deixaram bem gravados os seus nomes na GRANDE LITERATURA PORTUGUESA.

Monte Carvalho,  22 de setembro de 2014
JGRBranquinho
(TEXTO INCOMPLETO)

sábado, 20 de setembro de 2014

S E R E N A T A



   S E R E N A T A
Cantam os poetas, seus versos inspirados, pelas ruas da cidade!
Ecoam em nossos corações sedentos de amor, tão sequiosos de amor/verdade.
Encantam, igualmente, nossas almas tocadas por esse cantar mavioso cantado ao luar.
Uma mulher, por detrás da janela, resolve abri-la para melhor ouvir, para melhor saborear.
Vêem-na os poetas inspirados, mais alegres, já, por alguém os escutar.
Aproximam-se da janela e começa uma serenata especialmente dedicada a quem os aprecia e os quer homenagear, numa homenagem, aliás, simultânea e bela, onde todos os intervenientes estão em comunhão de sentimentos.
 POESIA e CANTO de mãos dadas!
A noite já vai longa. É já madrugada! No ar, nos corações e nas almas, há subtilezas que nos tocam fortemente e nos conduzem a um outro universo! Um universo de bem- estar que nos proporciona um clima melhor numa ambiência diferente, onde ambiciosamente sonharíamos viver para sempre.
Vibram as cordas num cantar divinal! Escutam-no as almas inquietas, mas sossegadas simultaneamente, num misto de sensações que jamais se podem olvidar!
Terminou a serenata a contento de todos.
Todos agradecidos, afinal:- Os que a escutaram, os que a protagonizaram.
Houve mais luz naquela noite de luar.

Quinta da Piedade, 20 de setembro de 2014
JGRBranquinho