terça-feira, 29 de janeiro de 2013

SE EU PUDESSE


 

SE  EU  PUDESSE

Se eu pudesse!
Ah! se eu pudesse, meu Deus!
Àquela Flor cantar um dia
No ardor desta paixão
Esta paixão que em mim
provoca esta saudade!
Que me envolve em ansiedade
E atormenta meu pobre coração.

Se eu pudesse!
Ah! se eu pudesse, meu Deus!
Encontrá-la e dizer-lhe de viva voz
Bem junto a si, aberto o coração,
Quanto lhe quero e sofro longe dela!
Quantas vezes, em sonhos
Me julgo a vê-la!
Quantas vezes a lembro em oração!

Se eu pudesse!
Ah! se eu pudesse, meu Deus!
Ser uma luz no seu caminho...
Em meu ser, esta dor se desfaria!
Na vida, outra razão encontraria.
No mundo, não estaria mais, sozinho.
Ter, enfim, sua tão desejada,
Tão meiga companhia.

Então, meu Deus!
Alegre, feliz, ao sol e ao vento,
Faces tisnadas, cabelo revolto em desalinho,
Com ela caminhar lado a lado de mãos dadas!
Corações no mesmo anseio envoltos
Seguindo, a par e passo, um só caminho.

Revistos na Quinta da Piedade, dia 25 de janeiro de 2013
JGRBranquinho

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domingo, 27 de janeiro de 2013

UMA VISITA FAMILIAR


Resultado de imagem para NA SERRA DE S. MAMEDE

        UMA  VISITA  FAMILIAR

Estávamos em plena invernia, com a dureza e rigor próprios da época natalícia, naquela zona da Serra de S. Mamede- a minha amada e recantada Serra, que tanto marcou a minha infância e juventude e em mim vive como marca indelével.
Do cimo da Serra a vista se alonga e alarga pelas redondezas- S. Salvador de Aramenha, Castelo de Vida, Porto da Espada, S. Julião, Escusa, e, dispersos, entre outros, os sítios:-  Reveladas, Malhada do Vale, Portagem, Rasa, Montinho, Jardim e Prado.Todos tão cheios de tradições importantes, cada qual com a sua Festa anual, grande motivo para vestir um fato melhor ou, até, estrear um novo; pontos de encontro onde tinham lugar, também, muitos negócios e as pessoas se divertiam na parte pagã da festividade, onde não faltava o bailarico, à noite, até alta madrugada, depois da Festa religiosa em honra da Santa Padroeira do lugar.
Mirando a norte, ao longe, da Serra se vê bem destacado no cimo do Monte do Sapoio, a vetusta  e fortemente amuralhada vila de Marvão ( de onde se diz que se veem os pássaros pelas costas, tal a sua altitude) candidata a Património Mundial.
O tempo-  como ia contando- estava nesta altura frio, tendo, também por isso, o seu particular encanto. Claro que, sendo assim, é preciso que saibamos resguardar-nos, defendendo-nos de um possível resfriado que venha a ter outras consequências para a nossa saúde, como é bom de ver e me escuso de falar, por tão evidentes.
Ora, tudo isto vem a propósito do que hoje vos quero contar.
Já são passados muitos anos ( ai, como o tempo correu breve) e, num fim de semana, minha mãe tinha decidido ir visitar uns nossos familiares residentes no lugar de Carrios- um pouco mais a norte na zona da Serra de S. Mamede- lugar só acessível por estreitos caminhos ou veredas.
Aparelhado o burro com a albarda, lá fomos, manhã cedo, a caminho do nosso destino,sempre pelas encostas da Serra, com paisagens verdadeiramente deslumbrantes pela variedade de tons ( escutando, simultaneamente com o silêncio da Natureza, o latido dos cães ou o piar das aves que por ali havia) com minha mãe a indicar-me os nomes de cada sítio por que passávamos:- Hortas, Piscota, Vale Grande, Sobreiras; enfim, para mim novidades- belas realidades- pela sua perfeita ruralidade.
Chegados a Carrios, fomos, como sempre, muito bem recebidos por minha tia Maria Jacinta, irmã de minha mãe e que logo mandou chamar os filhos e filhas que estavam nos campos àquela hora; uns guardando gado- especialmente cabras-  e outros "à lenha" para a lareira, que bem precisa era no dia a dia das famílias. Um sítio com "meia dúzia" de casas humildes com anexos de alojamento para os animais, mas sempre sob a alvura da cal salpicando os campos. Casas caiadas ( tarefa da exclusiva responsabilidade das mulheres) que lhes davam uma peculiar beleza, "um certo ar" no meio campestre.
Passámos um agradável dia em família, embora eu, um pouco deslocado, visto que me sentia muito longe do meu Monte Carvalho. Era o que sentia, sim, embora hoje reconheça não ser assim tão longe...
Como o habitual, se íamos carregados... carregados voltávamos de lembranças:- coisas boas da terra, principalmente, e que tanto significado tinham.
Brinquei com meus primos àqueles jogos tradicionais ("cabra-cega"," saltar ao eixo" "escondidas"` "pião", "fincão" e outros.
 Chegou a hora de regressarmos, com eles a acompanhar-nos até uma distância bastante considerável, sinal de amizade e cortesia- como era hábito, então, nestes sítios-  e que muito agradável era, tanto  para os que ficavam como para os que partiam. Enfim, modos de estar, de saber receber, de outrora, e que se vão perdendo, infelizmente.
Os caminhos, de terra batida-  por razão do frio- apresentavam buracos cheios de gelo (alguns mesmo provocados pelas ferraduras dos burros, machos e cavalos) e que por vezes se quebrava ao ser pisado, provocando quedas.
Ora, sucedeu isto à nossa montada! O pobre do animal-  o nosso imponente gerico-  ao partir-se-lhe o gelo pisado pelas patas dianteiras, caiu de frente e... aí vamos nós - eu e minha mãe-  ficando ambos encavalitados em cima do pescoço do azarado burro!
No momento não foi motivo de riso, mas, de susto, não sabendo as consequências da queda para o nosso "XICO".
Lá se levantou. Tudo parecia estar em ordem, felizmente!
Voltámos a montar e o resto foi uma caminhada normal até a casa.
Chegados, contámos a meu pai o modo excelente como fomos recebidos por minha tia, (pois o meu tio- "O Zé Lindo"- andava no contrabando)  e, descrevendo,  também, o sucedido, especialmente, claro, o acontecido no regresso.
Então, esquecido o susto do trambolhão, foi a vez de nos rirmos pela figura que devemos ter feito ao rebolarmos de cima do nosso querido asno, que, coitado, não deve ter achado graça nenhuma à queda.
NOTA:-
Este meu escrito retrata com saudade e com verdade o que de mais importante aconteceu naquele dia de Inverno nas encostas da minha Serra- A Serra de S. Mamede.
Belos tempos! Abençoados tempos esses- os da infância e juventude- vivendo em família e  em contacto diário com a Mãe Natureza.
Como vos recordo! Como vos sinto ainda! São parte integrante- parte por demais importante- da história da minha vida.

 Quinta da Piedade, 27 de janeiro de 2013.
JGRBranquinho








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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

SINTETIZANDO






SINTETIZANDO

 Corriam os dias lentamente no meu lugar- Monte Carvalho- Ribeira de Nisa- Portalegre, no Norte Alentejano, na década de quarenta!
 Vivia no campo em contacto permanente com a Natureza, gozando de todos os seus benefícios (inclusive conhecendo de perto a sua fauna e flora e lidando com de perto com azáfama dos trabalhos agrícolas) convivendo  com as pessoas de minha família e os meus amigos de infância, em perfeita harmonia, onde tudo era tão diferente dos dias de hoje, mesmo para os que lá vivem ainda, apesar de disporem de condições de vida diferentes, mas, em alguns casos, não melhores, perdidas aquelas antigas tradições e modos de vida.
 Devagar decorria calmamente o tempo naquele tempo de infância! Surgia o Sol por detrás da Serra de S.Mamede, que ia aquecendo os corpos e as almas, enquanto não se escondia a ocidente, dando lugar à noite sem outro recurso que não fosse o sentarmo-nos à lareira, onde, se o tempo estava frio, ardiam pedaços de lenha de castanho ou de azinho, com o auxílio dum punhado de cavacas- restos da indústria das canastras- que facilitavam a intensidade do lume onde nos aquecíamos.
 Íamos cedo para a cama se não havia muito TPC- trabalho para casa - que era feito à luz do candeeiro a petróleo ou até à luz da candeia de azeite! Não havia outra iluminação, ao tempo.
 Era um hábito de minha casa o deitar cedo e cedo erguer, de acordo com o rifão popular. Levantávamo-nos, cerca das 6 da manhã, com um chamamento de meu pai:- "Vamos levantar que já há sol"!
 A Escola ficava longe, a uns bons 6 quilómetros, e lá ia eu a pé com outros companheiros, quer o tempo estivesse bom, quer mau! Era preciso estar a horas na Escola, muitas vezes, sabe-se lá, com que sacrifício.
 Algumas vezes, se chovia e chegávamos molhados que nem um pinto, o próprio diretor da Escola Industrial Fradêsso da Silveira- com quem tínhamos a primeira aula- lá nos sentava junto a uma braseira.
 Era "bonito de ver" o estado em que chegávamos, mas bonito, mesmo, era o seu gesto, dizendo que não iríamos a outra aula, enquanto não nos enxugássemos bem.
 Acabadas as aulas, era o voltar a casa- de Inverno já noite- algumas vezes "à boleia" de carroça, se tínhamos a sorte de encontrar algum vizinho que a tinha e estava àquela hora na cidade de Portalegre.
 Situação que se manteve até que meus pais me arranjaram pensão na cidade, só voltando a casa nos fins de semana; contrariando-  calculem!- o meu desejo de vir a casa, todos os dias, ao meu sítio, onde tinha os meus amigos que não estudavam.
 Foram cinco anos naquela Escola. Depois, veio, então, o liceu Mouzinho da Silveira, mas já com outra idade e uma bicicleta nova- a  minha"dinâmica", que fazia o encanto dos meus dias, permitindo que voltasse a casa com maior regularidade.
 Mais tarde... a vida militar em Lisboa, Évora e Coimbra com uma ida a manobras militares, como miliciano, em S.ta Margarida.
 Continuando os estudos, ingressei na E.M.P. de Évora, onda me diplomei.
 Depois, a carreira docente em Portalegre e, desde a época de 1959/60, em Lisboa.
 No final da década de sessenta, concluí o Curso de Ciências Pedagógicas na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, o que me possibilitou outro nível de conhecimentos nas áreas da Didática, Pedagogia, Psicologia e História da Educação, entre outras.
Frequentei o Instituto Superior de Serviço Social, onde tive aulas de Direito, com o Prof. Dr. Marcelo Caetano.
 Aposentei-me na época de 1991/92, depois de 36 anos de serviço, com uma direção de Escola durante treze anos, em Olivais Norte- Lisboa. 
Hoje, tenho como hobbies a POESIA ( com participação em dezenas de Antologias organizadas, principalmente, pela Editorial Minerva, onde publiquei, também, o Livro CANTOS DO MEU CANTO" ) a MÚSICA e o CANTO - "à capella".
 Obtive um primeiro prémio em Poesia- nos Jogos Florais de Évora.
 Participo em eventos poético/musicais, bem como na apresentação de livros, e sou membro de Tertúlias Poéticas em Lisboa e Portalegre. Organizo na Sala  Vip do Sporting Clube de Portugal, mensalmente, "O CANTO E POESIA", com a participação de poetas e cantores.
Fui, durante alguns anos, colaborador do Jornal "SPORTING" e delegado  à Federação Portuguesa das Coletividades de Cultura e Recreio.
Sou sócio cinquentenário do Sporting Clube de Portugal, integro o seu Coro Polifónico ( de que sou co-fundador) sendo há alguns anos, também, diretor do Departamento de Cultura e Recreio com as secções de Música, Poesia e Teatro. Sou membro do Conselho Fiscal da Associação de Solidariedade Sportinguista " LEÕES DE PORTUGAL".
 Eis, em síntese, um pouco do que tem sido a minha vida.

 Quinta da Piedade, 14 de janeiro de 2013
JGRBranquinho

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O SONHO DE EXISTIR

  
 

        O SONHO  DE  EXISTIR

Não podem! Meu sonho não podem proibir
Enquanto a minha vida for vida em mim!
Enquanto não descer à terra, não tiver fim...
Enquanto em mim houver esp'rança no porvir.

Quero alimentar, por amor, o sonho de existir!
Vivê-lo cada dia de vida, desta vida ao fim.
Sonhar! Sonhar! Deixem-me continuar assim:
- Poder almejar dias melhores, poder sorrir.

Sim! Eu anseio ir mais além, quero pensar
Que o meu sonho- um dia- será realidade!
E uma outra vida por amor, hei de gozar.

Esta é a minha verdade! É meu ser a sonhar
Um viver diferente:- a minha felicidade
Que ninguém-  Aqui- ousará condicionar.

Quinta da Piedade, 22 de janeiro de 2013
JGRBranquinho












terça-feira, 15 de janeiro de 2013

SINTETIZANDO


SINTETIZANDO
                               
Corriam os dias lentamente no meu lugar- Monte Carvalho- Ribeira de Nisa- Portalegre, Norte Alentejano, na década de quarenta!
Vivia no campo em contacto permanente com a Natureza, gozando de todos os seus benefícios (inclusive conhecendo de perto a sua fauna e flora e lidando de perto com a azáfama dos trabalhos agrícolas) convivendo com as pessoas de minha família e os meus amigos de infância, em perfeita harmonia, onde tudo era tão diferente dos dias de hoje, mesmo para os que lá vivem ainda, apesar de disporem de condições de vida, diferentes, mas, em alguns casos, não melhores, perdidas aquelas antigas tradições e modos de vida, em paz e sossego.
Devagar decorria o tempo naquele tempo de infância!
Surgia o Sol por detrás da minha amada Serra de S. Mamede, que ia aquecendo os corpos e as almas, enquanto não se escondia a ocidente, dando lugar à noite sem outro recurso que não fosse a possibilidade de nos sentarmos à lareira, onde, se o tempo estava frio, ardiam pedaços de lenha de castanho ou de azinho, com o auxílio dum punhado de cavacas (restos da indústria das canastras)  que facilitavam a intensidade do lume onde nos aquecíamos.
Íamos cedo para a cama se não havia muito TPC- trabalho para casa - que era feito à luz do candeeiro a petróleo ou até à luz da candeia de azeite! Não havia outra iluminação, ao tempo.
Era um hábito de minha casa o deitar cedo e cedo erguer, de acordo com o rifão popular. Levantava-me, cerca das 6 da manhã, com um chamamento de meu pai:- "Vamos levantar que já há sol"!
A Escola ficava longe, a uns bons 6 quilómetros, e lá ia eu a pé com outro companheiro, quer o tempo estivesse bom, quer mau! Era preciso estar a horas na Escola, muitas vezes, sabe-se lá, com que sacrifício.
Algumas vezes, se chovia e chegávamos molhados que nem um pinto, o próprio diretor da Escola Industrial Fradêsso da Silveira- com quem tínhamos a primeira aula- lá nos sentava junto a uma braseira.
Era "bonito de ver" o estado em que chegávamos, mas bonito, mesmo, era o seu gesto, dizendo que não iríamos a outra aula, enquanto não nos enxugássemos bem.
Acabadas as aulas, era o voltar a casa- de Inverno, já noite- algumas vezes à boleia numa carroça, se por acaso, tínhamos a sorte de encontrar algum vizinho que a tinha e estava àquela hora em Portalegre.
Situação que se manteve até que meus pais me arranjaram pensão na cidade, só voltando a casa nos fins de semana; contrariando- calculem!- o meu desejo de vir a casa, ao meu sítio, onde tinha os meus amigos que não estudavam.
Foram cinco anos naquela Escola. Depois, veio, então, o liceu Mousinho da Silveira, mas já com outra idade e uma bicicleta nova- a minha "dinâmica", que fazia o encanto dos meus dias, permitindo que voltasse a casa com maior regularidade.
Mais tarde... a vida militar em Lisboa, Évora e Coimbra com uma ida a manobras militares em S.ta Margarida.
Continuando os estudos, ingressei na E.M.P. de Évora, onda me diplomei.
Depois, a carreira docente em Portalegre e Lisboa.
Na década de sessenta concluí o Curso de Ciências Pedagógicas na Faculdade de
Letras da Universidade Clássica de Lisboa, o que me possibilitou outro nível de conhecimentos nas áreas da Didática, Pedagogia, Psicologia e História da Educação, entre outras. Frequentei, ainda, o Instituto Superior de Serviço Social, onde tive aulas de Direito com o Prof. Dr. Marcelo Caetano.
Aposentei-me na época de 1991/92, depois de 36 anos de serviço, com uma direcção de Escola durante treze anos, em Olivais Norte- Lisboa.
Hoje, tenho como hobbies a POESIA ( com participação em dezenas de
Antologias e a publicação do meu Livro "CANTOS DO MEU CANTO") a MÚSICA e o CANTO "à capela".
Participo em eventos poético/musicais, exposições de pintura, lançamento de livros e organizo na Sala Vip do Sporting Clube de Portugal, mensalmente, "O CANTO E POESIA", onde participam poetas e cantores.
Integro o Coro Polifónico do Sporting de que sou co-fundador, sendo, também, diretor do Departamento de Cultura e Recreio.

      José Garção Ribeiro Branquinho
   Quinta da Piedade, 14 de janeiro de 2013

sábado, 12 de janeiro de 2013

ESPERANDO QUE VOLTES

 

 


  ESPERANDO  QUE  VOLTES

Deito-me na nossa cama algo cansado
Há muito, já, mulher, minha saudade!
Esta a verdade, minha triste realidade
Tão saudoso dum tempo já passado.

Deito-me e recordo todo o bem gozado
Partilhado por um amor de intensidade.
Um amor supremo, intenso na vontade,
Por mim enaltecido, por mim cantado.

Deito-me; não te tenho a meu lado!
São as horas más do meu triste fado
Que hoje, pensativo, sofro entristecido.

Chamo por ti, meu Amor, minha paixão!
Sobrevivo triste nesta imensa solidão
Esperando que voltes- Bem inesquecido.


Quinta da Piedade, 12 de janeiro de 2013
JGRBranquinho





sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

UM TEMPO ÁUREO- MINHA SAUDADE





  UM TEMPO ÁUREO-  MINHA  SAUDADE

A teu lado, em circunstâncias de igualdade,
Vivi um tempo áureo da minha vida!
Nada foi mais importante- Musa querida!
Inspiração suprema- minha saudade.

Vivemos, muito embora em sobressalto...
Em lugares diversos, cada qual mais lindo!,
Levados por este amor, este querer infindo,
Mais alto, mais forte que o amor mais alto.

Hoje, distante, mas jamais longe de ti,
Recordo-te no fervor eterno deste querer!
Na superior essência presente no meu ser,
No perfume único que só em ti senti.

Quero-te de volta, em meus braços enlaçada,
Sentir o teu encanto bem junto a mim!
Dar lugar ao nosso amor sem fim
Sentir-te, eternamente, minha namorada.

Quinta da Piedade, 11 de Janeiro de 2013
JGRBranquinho

domingo, 6 de janeiro de 2013

DEUS ESTÁ A CRIAR NOVOS MUNDOS?


DEUS  ESTÁ  A CRIAR  NOVOS  MUNDOS?

Lê-se na Biblia que a Terra era sem forma e vazia e que Deus criou o mundo/universo em seis dias e ao sétimo, descansou.
Mas Deus está ainda a criar novos mundos?
Todos os dias somos informados do surgimento de novos planetas descobertos pelo homem!
Quererá isto dizer que Deus está, ainda, a criar novos mundos?!
Descontente com este, apresta-se para lhe dar fim, acabar com o que habitamos, dia a dia, também para nós mais desconfortável?!
Estas e outras conjeturas, creio, já devem ter passado por vossas cabeças, tal a diversidade e quantidade de informação recebida, que, naturalmente, a alguns, vai deixando receosos, perplexos, interrogando-se sobre o que nos espera num futuro mais ou menos próximo.
Surgem, assim, notícias da aproximação do fim do mundo, baseadas em profecias, que, na verdade, não sei se têm algum fundamento, mas lá que preocupam, preocupam... apesar de, na verdade, também não nos sentirmos bem aqui.
Mas, para os que creem na palavra de Jesus:-" O dia e a hora ninguém sabe! Somente meu Pai que está nos céus", as coisas mudam de figura e, cientes da correta forma de vida que têm (ou pensam que têm) lá vivem mais calmos, dizendo: " Bendita seja a hora da sua vinda"!
Ora, tudo isto me leva a outra forma de abordar a questão:- Será que tudo já foi criado e é à inteligência do homem (responsável pelos progressos da ciência e da tecnologia) que agora se deve a descoberta desses novos planetas no nosso Universo?!
Habitados ou não- as dúvidas ainda se põem, persistindo, mesmo- e, lá vamos andando.
Portanto, tudo já estava criado e só temos que ir vivendo com a esperança em novos tempos, que sejam, realmente diferentes para melhor, descontentes como estamos com a desregulação /desgovernação a que estamos sujeitos há muito, não só a nível nacional?
Entre uma teoria e a outra, cada um, segundo as suas convicções (segundo o que ouve e em que acredita) encarará o seu dia a dia, mais ou menos tranquilo.
Deixo este escrito (e tudo o que os meus amigos possam ir vendo e ouvindo, após reflexão) ao vosso livre arbítrio.
Bom Ano Novo!

Quinta da Piedade, 6 de janeiro de 2013
JGRBranquinho

sábado, 5 de janeiro de 2013

Ó FONTE DOS MUSGOS VERDES


 


Ó  FONTE  DOS  MUSGOS  VERDES

" Ó fonte dos musgos verdes
Quem me dera a tua sina
És velhinha e nunca perdes
O teu cantar de menina."

O teu cantar de menina
Belo canto abençoado!
Nesse teu ar de menina
Inspira-se este meu fado.

Inspira-se este meu fado
Cantado por amizade.
Aqui ou em qualquer lado
E sempre minha saudade.

E sempre minha saudade
Minha fonte mais amada.
Por ti eu canto verdade
Jamais serás olvidada.

Jamais serás olvidada
Esteja eu onde estiver!
Por mim és comparada
À mais bonita mulher.

  Quinta da Piedade, 5 de janeiro  de 2013
JGRBranquinho

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A FONTE VELHA

  


           A  FONTE  VELHA

Oh! fonte da minha aldeia de tão rica água,
Que nossas gentes procuravam toda a hora!
Foste quase esquecida- p'ra minha mágoa-
Por gente distraída que na aldeia mora.

 És chamada "A Fonte Velha"- hoje em dia.
 A tua boa água, agora, poucos já querem!
Outra foi posta no largo, por quem decidia
Dizendo que esta é- agora- a que sugerem.

Estás aí esquecida-  isolada no teu canto!
Correndo triste... continuas no teu pranto!...
Saudosa de nossas brincadeiras e namoros.

Minha fonte que bem guardas teus segredos!
Testemunha de cenas mil, de alguns medos...
Eu te louvo,Velha Fonte! Perdoa os desaforos.

Monte Carvalho, 2012
JGRBranquinho
Nota:-Esta bonita fonte serviu uma população inteira, durante centenas de anos! A sua água é fresca no Verão e quase morna no Inverno, o que em tempos a tornou tão apreciada e procurada.
Fica apenas um pouco mais longe do que a nova ( que não tem a água tão boa ); no entanto, com a colocação da água canalizada nas habitações e a maior proximidade desta nova fonte, as pessoas começaram a ignorar a velhinha fonte, que sempre teve a melhor água deste sítio.
Recordo saudosamente as brincadeiras que ali fazíamos e, mais tarde, o lugar privilegiado que era para os namoricos. Com a alegação de ser precisa muita água- era para todos os serviços das casas- algumas vezes a juventude do meu tempo- inventava um tanto e abusava das idas até lá...
 Quantos encontros amorosos ali tiveram lugar! Fala quem sabe do que fala!...
Que belos tempos- os de outrora- com a vida tão diferente, tão simples, tão rica de tradições, muito mais em contacto com a Natureza, especialmente vivendo no campo, como era o meu caso.Hoje, está diferente! Perdeu-se muito do seu encanto!  A vida era mais vida!
Ai o progresso! O progresso e os seus modernismos!
 Modificaram o ambiente e, olhando sob a óptica do poeta, prejudicaram-no.
Agora... o que fazer?! Muito do que se fez, do que se alterou, não trouxe vantagens. Perdeu-se a qualidade da naturalidade! Desfrutando, sim, mas sempre procurando respeitar a Mãe Natureza.
JGRBranquinho







terça-feira, 1 de janeiro de 2013

ERA O SONHO LINDO (acróstico )

      ERA  O  SONHO  LINDO

Era o sonho lindo- a radiosa esperança
Renascida em cada hora duma vida!
A razão constante  na triste lida
Onde "quem espera sempre alcança".
Sonho íntimo- anseio de muitas vidas
Onde tormentosos dias eram castigo atroz
Nunca abalando a enorme força em nós
Honrando-nos pela convicção sentida.
O sonho... entrecortado por pesadelos...
Lembrava-nos tempos da portugalidade
Intensamente vividos p'la grei antepassada.
Ninguém esquece o valor de tais modelos,
Dando o melhor de si mesmos- sua mocidade!
Orgulho inaudito da nossa Pátria amada.
Nota:-
(  A MINHA HUMILDE HOMENAGEM
AOS HEROIS DA PÁTRIA PORTUGUESA)
 Vila Moura, 25 de Abril de 2012
JGRBranquinho