quarta-feira, 30 de junho de 2010

RAMOS DE ROSAS

Ramos de rosas, sim,
quisera dar-te,
AMOR, a toda a hora,
MUSA, meu afago,
minha esp'rança!
P'los deuses abençoada,
sonhada por quem te adora,
O teu sorriso único,
gesto meigo sem mudança !

És meu canto!
Encanto do meu canto!
A mais duradoira,
a mais forte inspiração!
Sedução maior
de que o poeta se enamora,
Invades por bem,
meu pobre coração
Que por ti, por teu amor,
em versos chora.

JGRBranquinho

IRMÃ DO LUAR


Para ti, senhora,
o melhor poema!
A canção mais sentida
inspirada em ti.
Razão poética,
alegria que senti,
Alvorada clara-
-lírio, açucena.


Tens contigo
a beleza que perdura!
Intocável!
Como não há no mundo!
Cântico maior
dum querer profundo,
Rio de claras águas,
mar de ternura.
És tu, quem desejo
hora-a-hora!
Mulher e Musa
que o poeta adora,
Irmã do luar mais belo
que eu já vi!
Longe, sofro!
Sinto saudade.
Desejo-te!
És minha verdade.
És, senhora,
o melhor sonho que vivi.

JGRBranquinho

terça-feira, 29 de junho de 2010

NO FUNERAL DE MINHA QUERIDA MÃE - Dia 26/11/2001

Eu vi chorar teus olhos
de dor e amargura,
Naquela tarde
de tristeza infinda!
Vi como era o sofrer
de tua alma pura
Retratada, ali,
em tua face linda.

Eu vi-te chorar! Juntos  chorámos.
Era a perda da Mulher
que nos queria tanto!
Na derradeira hora
que a avó acompanhámos,
Sentidas eram,
nossas lágrimas de pranto.

Eu vi-te chorar, sim,
meu neto querido,
como mais ninguém,
nessa hora triste!
Que Deus te proteja
p'lo sentir sentido,
Compreensão p'ra dor                 
que em mim tu viste .
.
Eu vi chorar teus olhos
de tristeza e dor,
Meu querido neto,
meu Amor!

(Referência especial para a atitude do meu neto, Bernardo Manuel.)

JGRBranquinho

segunda-feira, 28 de junho de 2010

REAVIVANDO MEMÓRIAS - CONFIRMANDO ATITUDES

Foi uma tarde, uma bela tarde, contigo ao lado, nesse lugar mítico onde nasceste e cresceste!
Foi bom para quem, como o poeta, te ama, admira e respeita.
Que pouco te exige, a não ser compreensão para um certo modo de te querer, de gostar de ti.
Por um acaso feliz- A POESIA- pudemos conhecer-nos, sem que eu suspeitasse que a minha escrita, a minha própria vida, ia ser diferente dali em diante, por um novo estímulo encontrado com a tua presença.
Aos poucos, pude compreender estar perante uma pessoa diferente, para melhor;  pude apreciar-te sob vários aspectos, até aqueles que não me foram favoráveis, sabendo-os aceitar, embora com alguma pena...
Sou homem, és mulher, mas sou, essencialmente, o poeta que, por isso mesmo, se julga com  outro estatuto perante ti...
Como homem, sei qual o meu lugar, conhecendo os meus limites, sem que isso signifique menor entusiasmo, mas, também, em simultâneo, um enorme respeito, como mereces.
Não estou a escrever nenhuma novidade, antes a confirmar como tenho agido, pondo em destaque um bom relacionamento com quem muito prezo e de quem quero continuar  amigo.
O desejar, o querer (em suma, o gostar ) estão implícitos nesse respeito.
Sou assim! Sinto que não vou mudar, havendo, para além do mais, uma enorme admiração do poeta e do homem que, em mim, por vezes, se confundem!
Aquelas pedras, aquela casa, aqueles caminhos, aquela calma incontornável, aquele cantinho onde te realizavas: -estudando, trabalhando e aperfeiçoando, numa luta muito séria, são memórias preciosas como se fossem coisas minhas! Como se alguma vez as tivesse vivido!
Porque te pertencem, em mim revivem e quero-lhes como se fossem nossas!
Trazem-me magia! Fazem-me feliz! Não estou louco, NÃO !

JGRBranquinho

MEU AMOR

Quero dizer-te,
                meu  AMOR,
Com verdade,
                de coração aberto,
Que continua a minha dor
                no meu deserto,
Que continua, este fervor por ti,
                sempre desperto.

Quero dizer-te,
                minha FLOR,
Musa que há tanto
                me inspiraste!
Que preciso sentir o teu calor
                como jamais imaginaste!
Preciso ouvir-te,
                falar-te, minha DOR!
Estar contigo, aqui onde te amei,
                onde me amaste,
          MEU  AMOR !

JGRBranquinho

UMA FLOR SOB A FORMA DE MULHER (Acróstico )



Uma  flor sob a forma de mulher!
Mulher importante-a mais querida!
A luz que deu luz à minha vida,
Formosa estrela- benção do meu ser.
Linda e simples-encanto diferente!
Ondulante qual seara abençoada,
Rosa  p'lo poeta mais cantada!
Sol  amigo que afaga ternamente.
Olho-a com os olhos do amor,
Bendita flor, enche o meu olhar!
Água que refresca,  é meu mar,
Fortaleza  e refúgio salvador.
O seu porte... o mais admirado!
Relíquia guardada em mim.
Musa de inspiração sem fim
Até que p'la Morte, for chamado.
Dela tenho o perfume inebriante,
Enlevo que prende e faz viver!
Mulher que em mim fez renascer
Uma poesia mais pujante.
Luar da noite que não finda
Hei-de cantá-la, minha alvorada!
Encantada Musa- Diva amada,
Rosa viçosa de beleza infinda.

JGRBranquinho

domingo, 27 de junho de 2010

A UMA SANTA MULHER

Era o meu anjo na Terra, aquela santa Mulher!
Minha Avó materna, que, jamais, irei esquecer.

Quantas horas, quantos dias, convivemos, qu'rida anciã,
Quantos anos de alegria! Eras, p'ra mim, qual mamã!

Juntos em nossos serões, à lareira, no quentinho,
Pulsavam nossos corações; chamavas-me rapazinho.

Eras a Avó, eras a Mãe! Eras tudo para mim!
Eras para mim raro bem! Uma benção sem fim.

Tenho saudades de ti, Avó que me amaste tanto !
Nunca mais te esqueci! É por ti, hoje, o meu canto.

Era amizade verdadeira! Estavas no meu coração
Minha doce companheira de tanto, tanto, serão !

Contigo não estudava...aprendia! Sabias histórias sem fim.!
Eras, no meu dia-a-dia, quem mais zelava por mim.

Estavam meus pais ausentes e nós, ali, lado a lado
Nas noites frias ou quentes, desse tempo abençoado.

Brincaste comigo em criança; soubeste de meus amores!...
Em ti não havia mudança! Rendo-te os meus louvores.

Hei-de lembrar-te, Senhora, como à minha Mãe querida!
És a santa protectora que me acompanha na vida.

Deus te tem em bom lugar! É plena convicção minha.
Enquanto viver, te hei-de amar, qu'rida e saudosa avozinha.

(Homenagem do neto amigo e grato a Maria Joaquina Martins Garção-no dia do s/ aniversário )
Portalegre, 01/01/2008

JGRBranquinho

NA CASA DE DEUS




Na casa de Deus, numa manhã sem ti,
Entrei e rezei, contigo em pensamento.
Fiz chegar ao Céu o meu lamento
Nos minutos de silêncio que lá permaneci.

Na casa de Deus, juro que te senti !
Aliviei, um pouco, o meu tormento.
Abri, de par em par, o pensamento,
Nas preces que, então, Lhe dirigi.

Que ali estivessem os olhos e ouvidos teus,
Que pudesses saber o que falei com Deus,
Que me tivesses acompanhado em oração!

Teria, a nossa prece, um maior fervor,
Tendo-te a meu lado, meu grande Amor!
Conhecerias melhor, meu pobre coração.

JGRBranquinho

sábado, 26 de junho de 2010

ALMEJO INTENSO

Hesíodo e a musa - detalhe de pintura a óleo (Gustave Moreau, 1891). 
Apesar de totalmente fantasiosa, a obra preserva a noção do poeta 
como um "escolhido" da musa.
A minha inspiração és tu,
                   MUSA  de amor!
É por ti que escrevo
                   sem descanso.
Meu cantar...
                  é gesto humilde e manso,
Todo doçura para ti,
                  bonita Flor!
Escrevo e canto por ti,
                  por meu prazer,
Num entusiasmo louco
                  por te amar,
Num desejo infindo
                  de te agradar,
Numa ânsia contínua
                  de te ver.
Sonho-te! Espero-te cada dia,
                   cada hora!
Almejo intenso
                   dum pobre coração.
Alguém que te vê,
                   a própria  redenção...
De quem, por ti, triste,
                   a  alma chora.


JGRBranquinho

,

GRITO DE ALMA - DOR DE TODO O SER


















Está vazia a casa
                 que foi cheia
Em tantos anos
                 de lidas e cansaços !
Hoje, meu Deus,
                 sofro p'la  ideia
De ver enfraquecidos
                 nossos laços.

Está vazio e frio
                 o casarão,
No ar... um clima
                de tristeza imensa!
Aperta-se
                meu pobre coração
Prostrado
                na  amarga diferença.

É dor de mais,
                dor que corrói!
Grito de alma,
                dor de todo o ser.
Revolta intensa...
                fere e muito dói:
-Não ter O MEU  MENINO
                que eu vi aqui crescer.


JGRBranquinho

BENÇÃO MAIOR

Evening sun- Mary Dipnall

Brilha o Sol, por existir a sua Flor,
Por querer vê-la perto, cada instante!
Sentisse a Flor, do Sol, o seu calor,
Por tê-lo sempre perto, jamais! distante.

Cantasse o poeta, como merece o seu Amor
Numa busca de perfeição quase incessante!
Recolher, da inspiração, todo o valor
Que tornasse, sua poesia, importante .

Visse o Sol, a Flor, sempre a seu lado,
Num mesmo horto, seu Éden encantado,
Em mútua comunhão de ideias e de acção!

Pudessem, ambos, em comum, tudo sentir!
Entre eles, tão grande amor usufruir...
Benção maior p'ra os que têm coração.

JGRBranquinho

SONETO 16

Aqui, sobre as águas cor de azeite,
Cismo em meu Lar, na paz que lá havia:
Carlota, à noite, ia ver se eu dormia
E vinha, de manhã, trazer-me o leite.

Aqui, não tenho um único deleite !
Talvez... baixando, em breve à àgua fria,
Sem um beijo, sem uma Ave-Maria,
Sem uma flor, sem o menor enfeite !

Ah  pudese eu voltar à minha infãncia !
Lar adorado, em fumos, a distância,
Ao pé de minha Irmã, vendo bordar:

Minha velha Aia ! conta-me essa história
Que principiava, tenho-a na memória,
"Era uma vez...".
                        Ah deixem-me chorar !

Canal da Mancha, 1891 .

(In Sonetos - Livro  SÓ   )

António Nobre
                     

SONETO 4

Ó virgens que passais, ao sol-poente,
Pelas estradas ermas, a cantar!
Eu quero ouvir uma canção ardente,
Que me recorde as afeições do Lar.

Cantai-me,  nessa voz adolescente,
O Sol que tomba, aureolando o Mar,
A fartura da seara reluzente,
O vinho, a graça, a formosura, o luar!...

Cantai! cantai as límpidas cantigas!
Das ruinas do meu Lar desaterrai
Todas aquelas ilusões antigas

Que eu vi morrer num sonho, como um ai...
Ó suaves e frescas raparigas,
Adormecei-me nessa voz...Cantai!

Porto/1886
António Nobre

(In Sonetos do Livro SÓ)

AMANHECER

Navego no cristal da madrugada,
Na dureza do frio reflectido,
Onde a voz ensurdece, laminada,
Sob o peso da noite e do gemido.

Abre o cristal em nuvem desmaiada,
Foge a sombra, o silêncio e o sentido
Da nocturna memória sufocada
Pelo murmúrio do dia amanhecido.

José Saramago

( In  OS  POEMAS  POSSÍVEIS )

DECLARAÇÃO

Não, não há morte.
Nem esta pedra é morta,
Nem morto está o fruto que tombou:
Dá-lhes vida o abraço dos meus dedos,
Respiram na cadência do meu sangue,
Do bafo que os tocou.
Também um dia, quando esta mão secar,
Na memória doutra mão perdurará,
Como a boca guardará caladamente
O sabor das bocas que beijou.

José Saramago

(In "OS POEMAS  POSSÍVEIS"-Editorial Caminho )

sexta-feira, 25 de junho de 2010

SE TE FALO OU ESCREVO

Se te falo ou escrevo,senhora,
É só porque te admiro e quero!
Tens p'ra mim um outro encanto,
És caravela ao luar, nau salvadora.
Favo de doçura, Musa que venero,
A ti e por ti, meus versos canto.
Longe... és sempre cruel saudade
Onde estiveres... estarei também
O meu espírito... sempre contigo!
Ultrapasso a distante realidade,
É por ti que sinto o maior bem!
Salvaste o pobre poeta, teu amigo,
Canto-te por gosto, Musa cativante!
Reacendeste em mim o amor da Poesia!
Escrevo sem ti, escrevo contigo,
Vives em meu ser, és importante.
O teu poeta sonha ver-te cada dia!
És tu, quem no Mundo eu persigo,
Se és tristeza, também és alegria!


JGRBranquinho

quinta-feira, 24 de junho de 2010

LIGO AS PALAVRAS



Flor te chamo! Sou o poeta que te canta,
Linda Musa que inspiras quem te adora.
Luz bendita, luz divina que me encanta,
Maré de ternura que sinto cada hora.

Rio de límpidas águas, especial frescura,
Luminosa estrela que admiro no meu céu.
Alma de poeta, em ti, mulher tão pura,
Onda marinha, suave espuma, terno véu.

A tua vida... mais que a minha vida!
O teu sorrir...  mais que o meu sorrir!
Morro aos poucos nesta mágoa sem medida
Insatisfeito, Amor, por não te possuir.

Não morre, no entanto, a minha esperança
Nem a fé num tempo bom, ao pé de ti!
A minha longa espera,,, sonho de criança!,
Tenho agora, em ti, quem em sonhos vi.

Canto-te, doce encanto, meu doce Amor,
O escrever para ti, me dá novo prazer!
Ligo as palavras, disfarço a minha dor...
Hoje, é já menor, bem menor, o meu sofrer.

(In POIESIS  XV-Edit. Minerva )

JGRBranquinho

QUERO PARTIR ! HEI- DE VOLTAR !



Quero partir! Hei-de voltar!
Saudade nunca morta, nunca atenuada, sequer, aqui distante de ti, minha terra/mãe, procuro manter-me, a custo...
Em vão tento distrair-me, em vão resultam os atractivos desta grande cidade, pois tu, minha terra amada, estás sempre presente no meu espírito e é a ti que guardo no mais recôndito da minha alma-Portalegre!
Tantas situações vividas, longe de ti, tantos acontecimentos importantes! mas nada é capaz de me fazer esquecer-te!
Em Lisboa fiz e faço a minha vida, trabalhando; mas, verdade também, com outros atractivos, inclusive,  consolidando o gosto pela Poesia, pela Música  e pelo Canto, que ajudam bastante, embora não interferindo no desejo de um dia voltar a ti, saudosa Portalegre.
Os tempos dos sonhos, das ambições, dos primeiros amores, das noites estreladas ou enluaradas e dos dias solarengos, das madrugadas e do entardecer nos teus horizontes, todo esse encanto, enfim, próprio da infância e juventude, são marcas indeléveis que são gosto e trouxeram gosto à  minha vida.
(Aqui, em Lisboa-Cidade de mármores e granitos- tenho, claro, também  vastíssimos motivos de interesse, mas que me surgiram numa outra idade...)
Hoje,Portalegre,estás um pouco diferente dos bons velhos tempos das  fábricas(sedas, lanifícios e cortiça)agora com a "Selenis" e mantendo, ainda, a dos afamados Tapetes- únicos no Mundo!
Na tua estampa e moldura sem iguais, realce para o Palácio Amarelo, a Sé Catedral, os Conventos(S.Bernardo e S. Francisco) as Escolas, o Hospital Dr. José Maria Grande, entre muitos outros motivos de interesse-os palácios e fontanários, o Plátano, o Miradouro, a célebre Serra de S. Mamede e o Monte da Penha.
Eis, pois, minha Terra/Mãe, porque te recordo com tanta verdade, com tanta saudade, embora deva a esta Lisboa muito do que sou e que também não esqueço como ama que para mim se constituiu.
 Contudo, minha PORTALEGRE, minha MÃE,  no meu íntimo, esta determinação:
-QUERO PARTIR ! HEI-DE VOLTAR !
          EM BREVE A TI VOLTAREI.

JGRBranquinho

A MARGARIDA GAUTIER

José Duro-Poeta portalegrense

Margarida Gautier, o teu amor assombra;
Teu corpo é um bordel, mas a tua alma é chama...
E a flor também se dá n'um pântano de lama,
Como em qualquer jardim ou em qualquer alfombra.

Embriaga-me o sol, mas gosto mais da sombra
Porque o sol não me escuta e a sombra é que me chama...
E eu que desprezo tudo, eu amo só quem ama,
Amo talvez a dor que o meu olhar ensombra...

Para que um astro brilhe é necessária a noite;
Porém, estrelas há que antes que o sol se acoite,
Já elas no azul desfolham malmequeres.

Assim o teu amor, estranhamente raro,
Rasgando a Podridão em pleno dia claro,
Mostrou que tinhas alma à alma das  mulheres!

(In  FEL de José Duro )

JGRBranquinho

II

O que eu quero é olhar e ver o que apeteço,
Depois d' apetecer... desejo possuir.
E tendo o que desejo... logo me aborreço!
E aborrecendo tudo,  vivo de sentir.

O meu prazer é bruto, em mim só há desejos...
O que amo na Mulher não é imaculado...
Eu só lhe quero a Forma e, quando saciado,
Desprezo-me a mim mesmo, enojam-me os seus beijos...

Pedir pureza à Carne, é insultar a Carne!
Que as almas, como as flores, também se dão no marne
E a Lua também olha as podridões espúrias...

E se é a Natureza a própria que nos leva
Das virtudes da Aurora, aos pecados da Treva,
Então, bendita seja a lama das luxúrias!

( FEL- José Duro --Poeta portalegrense )

 JGRBranquinho

SERVIR - TE, AMOR, É...



Servir-te, AMOR, é doação sem medida,
Entrega total, meu maior prazer!
Da tua vida... fazer a minha vida
Numa ligação feliz, anseio do meu ser.

Servir-te, AMOR, é querer-te como à vida
Vivida a dois, homem e mulher.
É fazer da tua lida a minha lida
Na alegria ou na tristeza  que nos der.

Servir-te, AMOR, é querer-te até à morte
Num sentir cada dia bem mais forte
Dádiva voluntária, tornada um ideal!

Servir-te, AMOR, é guardar-te no coração!
Em cada instante desejar-te com paixão
Prova real dum sentir que é imortal.

(In POIESIS  VOLUME  XVI   )

quarta-feira, 23 de junho de 2010

OUTRA LUZ, OUTRA COR

OUTRA  LUZ, OUTRA COR

Depois de uma eternidade sem te ver
Encontrei-te, neste dia, meu Amor.
É, agora, bem menor, a minha dor!
Tem já outro encanto o meu viver

É, agora, sem razão o meu sofrer
Ao ter perto o teu perfume, linda Flor!
Os dias, outra luz, outra cor...
Outro sentido a vida, outro prazer.

A Terra e o Céu, eu sinto como meus!
Sinto a presença do próprio Deus!...
Tudo é agora mais belo do que antes.

Deu-me o nosso encontro, esta certeza:
Contigo...há na Terra mais beleza!
Nada é a meus olhos como dantes.


ANDA O SOL


















Anda o sol escondido neste inverno
Oculto em nuvens de tristeza infinda!
Espera! Desespera neste inferno
Onde, amargurado, permanece ainda.

Procura em vão, libertar-se, oh! Céus!
Anseio de nova vida em novo dia.
Sozinho, na luta, recorre a Deus...
Que só n'Ele seu coração confia.


Anda o sol escondido em sua dor.
Sofre, cada dia, tanto, tanto!
Chama, a cada instante, a sua flor!
Eterna esta verdade no seu canto.

Anda o sol escondido, apaixonado,
Esperando a sua flor, brilhante aurora!
Que seu calor diferente, renovado,
Quer sentir presente em cada hora.

(In Labirinto de Espelhos )

JGRBranquinho

POR ALGUÉM

Por alguém escrevo os versos mais sentidos
As palavras mais dignas e inspiradas
Nos poemas que em mim vivem escondidos
Nas horas mais tristes e magoadas.

Por alguém, os meus sonhos mais queridos
Depois de tantas horas adiadas!
Depois de tantos trilhos mal corridos
Por vias, ao insucesso, condenadas.

Por alguém penso e escrevo com amor!
Alguém a quem quero com fervor,
Luta em vão, talvez, mas persistente.

Por alguém sofro calado a minha dor!
Alguém que à minha vida traz calor
Alguém que hei-de amar eternamente.

JGRBranquinho

ESVOAÇAM NO AR, MEUS VERSOS



Rompi grades,
           quebrei algemas,
Libertei por ti
           meu coração.
Fiz para ti
           meus poemas,
Minha Musa,
           minha Paixão.

Esvoaçam no ar
            meus versos
Que vão de mim,
           só,  para ti.
Poemas
           não dispersos
Que para ti
            eu escrevi..

Ressoa
           doce sinfonia
Nos dias p'ra mim
           mais qu'ridos!
São teus sorrisos,
            a Poesia
Que tanto alegra
            meus sentidos.

Escrevo e canto
            com carinho.
Se o permites...
             com amor!
Versos que são
             um miminho
Para ti, Musa,
             bonita Flor.

Cumpre-se um ano,
              Menina,
Que te pude
              conhecer.
Não te consideres
              pequenina
Pois tu, Flor,
           és grande a valer.


JGRBranquinho

VULCÃO QUE ARDE





Não rimei meus versos
                       a chorar por ti,
Triste e inquieto,
                       mesmo,  infeliz!
Silenciei, senhora,
                       quanto em mim senti
Na dor de te não ter,
                       de não ser feliz.
Sonhei-te, cada dia-
                        -minha odisseia...
Esperando-te,  Aqui,
                         cada hora que passava!
E o símbolo que trazia
                         em minha ideia...
Encontrei agora em ti
                         como imaginava.
Situei-me,  melhor,
                        neste Universo,
Vi em ti a realidade
                        que sonhei.
Desde então, senhora,
                         se revelou meu verso
Nos poemas  sentidos
                         que por ti cantei.
Não te merecerei?
                         Será já muito tarde?
Injustificada ambição,
                         desejar-te loucamente?
Dentro em mim, senhora,
                          há um vulcão que arde...
Que vai viver comigo
                           ETERNAMENTE!


JGRBranquinho

terça-feira, 22 de junho de 2010

ESPERA CONSTANTE



É uma espera constante, a minha vida!
Desafio de amor no passar do tempo.
    Minha esperança, quase já perdida...     
Por tanto obstáculo e contratempo.    

 É uma espera constante, a minha vida!
     Mágoa vivida a sentir longe meu intento.
    Dor d'alma que em mim vive escondida
    Por nada acontecer a meu contento.     

    Sonhara, aqui, uma vida bem melhor,     
    Tendo a meu lado o perfume dessa Flor,
 Enlevo do sonho qu'rido que quis real!

Cada dia, mais e mais, ela é distante! 
Situação triste, perdura inquietante...   
 É, do  pobre poeta, o maior mal.         


JGRBranquinho

GOSTO DE CANTAR



Como o melro...
              não serei...
Só canta
              p'ra namorar.
Eu canto,
              sempre cantei,
Porque gosto
              de cantar.

Sou poeta,
             sou cantor,
Adoro poder
             cantar!
Escrevo e canto
             por amor,
Quisera-vos
             agradar .

Enquanto
            eu tiver voz
Hei-de viver
            a cantar!
Escrevo e canto
            para vós,
Terão de me
            desculpar.

De  todos espero
            perdão ,
Não sei se o vou
           conseguir!.
Canto com meu
            coração,
Enquanto,
            Aqui existir.


JGRBranquinho
.

O SONHO DOS AMANTES


SENHORA!
A tua beleza, os teus modos, tudo, enfim, em ti ,
contribui para que, dia-a-dia, me sinta mais ligado a ti!
Bendigo a hora em que te conheci, momento jamais olvidado!
És, hoje, mulher, a minha única ambição, verdadeiramente.
A única aspiração do meu insatisfeito coração!
Vivo e morrro de amor por ti!
Sendo infeliz, sinto-me feliz por te amar!
Só por te amar, mesmo não sabendo, verdadeiramente, se o mesmo sentes por mim!
Queria ter em mim,  a certeza do teu amor, não mais, esta dúvida!
Queria, senhora, ouvir da tua boca as palavras da verdade!
As palavras traduzindo (claramente, como desejo ) a realidade dos teus sentimentos para comigo, que o mesmo é dizer, as palavras que confirmassem o que eu quero ouvir de ti, eliminando alguma dúvida que persista, por vezes, no meu espírito.
Então, não mais, em mim, esta dor que é o receio de não ter-te, ainda antes, mesmo, do medo de um dia vir a perder-te.
Do receio de perder-te, naturalmente, poderei vir a sofrer, sentimento tão vulgar nos que amam, mas, é assim, e tem que se conviver com esse estado de alma, enquanto não nos sentimos seguros, se é que alguma vez isso será conseguido...
Não ter, então,  a dor desse receio, mas, somente, a dor/ânsia de querer-te, sem te alcançar.
Viver nessa angústia esperançosa, fortemente sentida em cada momento, sempre na expectativa de uma aproximação ao ente amado, nesta tão breve caminhada, antes que sobrevenha o Fim.
ISTO , É  AMAR ! ISTO , É O QUE SENTE QUEM  AMA!
ESTE, É O SONHO DOS AMANTES!

JGRBranquinho                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        

segunda-feira, 21 de junho de 2010

DO OUTONO DUMA VIDA


Musa do outono
               duma vida,
Urgente arrimo,
           valiosa inspiração!
Saudade imensa
           dum coração,
Anseio por tal valor,
            vida d'uma vida.

Desejo veemente,
             crença mais qu'rida!
Esperança que não morre,
             é  ambição!
O seu  querer...
              crença  consentida!...
Uma doce mulher,
              doce recordação.

Trouxe a felicidade
             a um pobre coração,
O jeito e a arte,
             dons tão naturais!
Nunca tanta alegria,
              tanta emoção!
Olimpo amado
 que não esquecerá, jamais!


JGRBranquinho

domingo, 20 de junho de 2010

ERA UM SENTIR DE VIDA





Era o Amor duma vida!
            Era a própria vida!
Era o conhecer alguém
            como não conhecera ainda!
Era o deslumbramento
            por uma diva linda
Era o consumar dum sonho
            numa era querida.
Era um sentir de vida
            como não sentira !
Era o conhecer novo dia
            sob um sol de encanto.
Era o julgar que ali 
            tudo acontecia,
Era, do Céu, uma benção,
            suave manto.
Era o admirar alguém
            que me tocara!
Era o início da paixão
            que em mim habita.
Era um sentir amar
             como não amara!
Era o crer, seres tu,
             aparição bendita..
Era, enfim, o ver-te
             como alguém diferente!
Era um horizonte que se abria,
              celeste visão!
Eras "apenas" tu, sim,
              minha paixão,
Eras, sim, quem és
              e eu amo loucamente.

JGRBranquinho

A PORTALEGRE CIDADE / MÃE , CIDADE BRANCA

Rua Mouzinho Albuquerque ( antiga Rua do Pirão)

Canto à CIDADE que me viu nascer
Na planície, monumento erguido!
Meu porto de abrigo, meu amanhecer!
Em ti... a vida... tem mais sentido.

Canto à CIDADE/MÃE, minha saudade,
Terra querida, oásis do ALENTEJO.
Minha flor amada, minha verdade!
Aconchego de ouro... só em ti vejo.

Minha terra amiga, a mais querida!
Por ti rejubila, grato, meu coração.
MÃE amiga, deste vida à minha vida,
És santificado altar, minha devoção.

Jamais, CIDADE BRANCA, eu te esqueço!
Oh! Quão feliz, quão feliz, aqui!
A Deus- Pai verdadeiro- sempre peço
Não mais ficar, teu filho, longe de ti.

Canto à MUSA AMADA- BELA PORTALEGRE,
CIDADE /JARDIM, meu solar de encanto!
Em teu seio... eu vivo! Sou mais alegre!...
Coberto, dia e noite, p'lo teu manto.

JGRBranquinho.

MEU TORRÃO MEU MONTE




Meu torrão, meu MONTE,
 braseiro incandescente!
Terra amada,
tens p'ra mim mor importância.
Por ti, este querer, fatal constância,
Preso ao coração, gravado em mente.

Meu torrão, meu MONTE,
braseiro incandescente!
Terra querida por que choro na distância.
Lugares saudosos da breve infância...
Tão longe! e hoje tão presente.

Meu torrão, meu MONTE,
meu lugar de mais valor!
Há, em ti, mais vida, mais fulgor!
Foi Deus que te quis abençoar.

Meu torrão, meu MONTE,
meu cantinho idolatrado!
Meu céu, dia-a-dia mais sonhado...
Em breve, ao teu seio, irei voltar.

JGRBranquinho

PERTO OU LONGE


Olho-te!
Fixo o teu rosto, é minha alegria!
Tenho-te tão perto, meu AMOR!
Suspende-se toda  a nostalgia
Duma ausência dura, minha dor.

Olho-te!
Adoro esta verdade!
A graça  de poder estar junto a ti..
São momentos raros, suma  f''licidade
Como por ninguém, jamais senti

Olho-te!
Vejo-te perto, quero abraçar-te,
Sentir-te juntinha ao coração!
Pois se vivo por amar-te...
Porque não ter tal permissão?!

Amo-te, sim, mullher querida!
E tu o sabes, poi to revelei.
Por ti...uma constante lida!
Só a ti, me consagrei.

Guardo o momento que te encontrei
Te falei e ouvi p'ra meu encanto!
Não mais, perto ou longe, o esquecerei!
É presença viva no meu canto.
JGRBranquinho

CANÇÃO A PORTALEGRE




PORTALEGRE, minha amada
Das maias e do alecrim
Terra por mim mais cantada
És meu berço a meu jardim.

PORTALEGRE, minha CIDADE
CIDADE p'ra mim mais qu'rida
Lá longe, minha saudade
Minha saudade incontida.

PORTALEGRE, minha CIDADE
A vida em ti é vivida
CiDADE da f''licidade
F'licidade mais sentida.

PORTALEGRE, minha CIDADE
CIDADE que és raridade
Meu canto, meu doce encanto!

PORTALEGRE, eterna amada
Amada por mim adorada
Razão maior do meu canto.


JGRBranquinho

TANTO ENCANTO , TANTA SEDUÇÃO


















De alguém
que é meu enlevo,
canto a primavera!
Visão sonhada,
flor a desabrochar!
Musa jovial,
com o dom de me inspirar!
Como, na vida,
jamais, alguém tivera.

Canto a bondade,
a singular ternura,
O porte distinto
sem afectação!
Todo o encanto,
toda a sedução!
O todo harmonioso
 da figura.

Canto a alegria comedida!,
A jovialidade
duma presença
que estimula e dá calor!
A beleza diferente
do maior fulgor,
Duma deusa terrena
 que me traz felicidade.


JGRBranquinho

NA MINHA ESTRADA...LONGA ESTRADA!


Na minha estrada...longa estrada!
Concedeu-me a sorte, conhecer alguém.
Rosinha em flor, não sei se cuidada...
Nela me encantei e considerei um Bem.

Trouxe-me a vida! Outra vida ao coração!
Rosa vermelha, em flor, mui delicada,
Atraiu o poeta! Musa a elegeu por convicção,
Dedicou-lhe seus poemas como ninfa amada.

Amou-a muito! Por ela também sofreu!,
Loucura bendita... por ela se prendeu!
Os dias passavam...
Por ela ria, por ela chorava,
Não mais sua vida seguiu outro sentido!
Guiava-o, cada dia, esse Bem querido!
A ela e, só a ela, a Poesia consagrava.
.
Um dia...
(num momento de coragem)
seu sentir ousou declarar.
Boa a ideia?!..
Não seria miragem?!
Era a sua homenagem...
Tinha que lho confessar.

JGRbranquinho

sábado, 19 de junho de 2010

QUADRAS (António Aleixo )

O homem sonha acordado
Sonhando a vida percorre
E desse sonho dourado
Só acorda quando morre.

O Mundo só pode ser
Melhor do que até aqui
Quando consigas fazer
Mais p'los outros que por ti.

A quadra tem pouco espaço
Mas eu fico satisfeito
Quando numa quadra faço
Alguma coisa de jeito.

Os meus versos, o que são?
Devem ser se os não confundo
Pedaços do coração
Que deixo cá neste Mundo.

Sei que pareço um ladrão
Mas há muitos que eu conheço
Que não parecendo o que são
São aquilo que eu pareço.

Ès parvo mas és distinto
Só vens bem o que tens perto
Não compreendes que te minto
Quando te trato por esperto?


ANTÓNIO  ALEIXO---(1899- 1949 )

P O R T A L E G R E



C I D A D E ,
minha ternura, minha saudade,
Terra querida,
oásis do A L E N T E J O !
Minha M Ã E
minha amada, minha verdade,
Aconchego d'ouro se em ti me vejo.

Minha  E S C O L A,
 meu guia nesta vida!
Minha U R B E/ B E R Ç O,
cantinho abençoado!
Na distância...
minha eterna lida!
Meu anseio maior e meu cuidado.

Em tuas ruas e praças
tanto me alegrei!
Em teus jardins...
aromas que enternecem!
Minha  A U R O R A  transtagana
onde mais amei,
Teus recantos mil,
jamais me esquecem.

Quero-te, P O R T A L E G R E,
meu horto, minha C I D A D E!
Choro-te na distância!
Por ti, esta amargura.
Quero-te mais,
meu A M O R  de eternidade!
Vivo a cantar-te, minha  M U S A-
-minha V E N T U R A.!


JGRBranquinho

FALA - ME


Quero ouvir tua voz- a mais querida!
Quero senti-la perto do meu ser.
Ouvir dizer que sou vida em tua vida
Que dou gosto ao teu gosto de viver.

Não ouvir tua voz, mágoa mais sentida
No meu peito, por tanto querer!
Celeste melodia, canção bendita
Alívio seguro em meu querer.

Fala-me, AMOR! Fá-lo bem depressa!
Vem dizer o que à minh'alma interessa
Sossega o poeta que longe por ti chora.

Quero escutar-te! Ouvir-te mais e mais!
Guardar de ti, MULHER, recordações reais
Que encham o coração que mais te adora.

JGRBranquinho

A MINHA PAIXÃO -- O MEU AMOR



A minha paixão  p'la escrita tem razão de ser...
A razão dum querer sentido, mui sentido!
Motivação maior dum mais forte querer...
Forte e malfadado querer, não permitido.

A minha paixão... encontrou eco na  Poesia!
Foi na Poesia... que pude falar de amor.
Foi, sim...o meu conforto... noite e dia!
Ali, eu encontrei, bálsamo para a dor.

A minhas paixão, aos poucos... fez-se amor!
Alimentou-a a esperança de viver ao pé de ti.
Dia-a-dia, se aumentou, atingiu raro fulgor!
E, hoje, confesso, sinto como jamais senti.

"Sinto o peito a arder"! Em chama...o coração
Que exulta d'amor por ti, linda mulher!
Sinto-te! Nesta lonjura...a feliz recordação!
Vives em meu ser onde quer que eu estiver.


JGRBranquinho

CHORO -TE, MEU AMOR


Choro-te, meu Amor, saudade infinda!
Choro porque te amo sem te ter.
Longe, a chorar por tua imagem linda,
Não sabes como é grande o meu sofrer.

Choro-te p'la verdade deste meu querer
Por tanta ausência triste em nossa vida!
Certo, que no Mundo não pode haver
Quem te queira, assim, mulher querida.

Choro-te por julgar que te vou perder,
Pensando que não me queres, como quero!
Por receio que me possas esquecer
Enquanto, sequioso, por ti espero.

Choro-te! A sorte não me favorece!
Se te conheci e amo, quisera ter-te...
Que este amor por ti, nunca esmorece!,
Embora ,tão pouco, eu possa ver-te.

JGRBranquinho

HABITA EM MIM



Habita em mim, humilde poeta,
O gosto e a vontade de escrever.
O sonho de alcançar a ansiada meta
De a outros revelar este meu querer.

Habita em mim, firme, este desejo
De em meus versos de algum valor...
Dar testemunho, raro e belo ensejo,
Resultante dum sentir maior de amor.

Habita em mim!É sonho mais profundo!
Não tenho outro igual, aqui, no Mundo:
-Poder dar a conhecer esta ambição.

Habita em mim!É constante pensamento!
Que jamais se transforme num lamento
Que atormente, ainda mais, meu coração.

JGRBranquinho

O MEU SONHO / POETA




O meu sonho/poeta é desejo, é ambição!
Milagre por que espero, cada momento,
Sentindo bater mais célere o coração
Por essa aspiração na vida, meu intento.

Sonho, meu Deus! Esta... a dura provação,
Onde, dia-a-dia, se ouve o meu lamento!
Nenhuma outra crença, nesta inquietação,
Há em mim! É constante o sofrimento.

Onde está meu Bem, essa aurora de encantar?!
Porque a não vejo, a não tenho em meu lugar?!
O que fiz de errado para não a poder ter?!

Este... é um estranho sentimento de incerteza
Que traz consigo, arreigada, esta tristeza:
-A dor de não ter, Aqui, quem vivo a amar.


JGRBranquinho

VOZ DOLORIDA



















O teu sol sem as nuvens da desgraça,
Que são mal que oculta o seu sorriso,
Se alegrou hoje, olhando a tua graça,
Como se lhe desses, Amor, o Paraiso.

A tua beleza é sedução sem par.
Se me falas ou quando me sorris.
Bate o coração que vive p'ra te amar
Num sentir sentido só por ti.

Brilham meus olhos, fitando os teus!
Sinto, por vezes, os teus nos meus...
Encanto-me, preso ao teu encanto.

Quero que o tempo não ande mais!...
P'ra que não se oiçam meus tristes ais...
Voz dolorida em alto mar de pranto.


JGRBranquinho

PARA TI E POR TI


Para ti e por ti,
      Mulher,
Escrevo os versos mais sentidos
Os versos mais queridos!
Os versos que canto por amor
E são a minha dor.

Para ti e por ti,
      Mulher,
Interiorizo!
Escondo o meu querer
E afloro um sorriso
Se te posso ver.

Para ti e por ti,
     Mulher,
Sofro e vivo,
Revivo!,
Na esperança de te ter
No receio de te perder.

Para ti e por ti,
Mulher/Saudade,
Mulher/Verdade,
Flor mais querida!
Entregaria a  minha vida.


JGRBranquinho

sexta-feira, 18 de junho de 2010

JANELAS BEM ABERTAS


São meus olhos janelas bem abertas
Desta alma tão sequiosa de te amar!
São as naus que neste mar de descobertas
Em teu porto...anseiam ancorar.

Avisto, além, paragens não desertas,
Tão diferentes das que tenho em meu lugar!
Perspectivas de imagens bem despertas
Que meus sentidos vêm excitar.

Olho-as com enlevo, em mil desejos vãos,
Esperando conquistá-las por minhas mãos
E viver aí, contigo, o sol da vida!

Sonho meu, constante, sem ter fim!,
É possuir-te, Amor, ter-te em mim...
A ti, que és minha aurora mais sentida.

JGRbranquinho

DÁDIVA MAIOR

Deu-me a vida este bem que não sonhara,
Intenso amor a que o peito deu guarida.
Alma pura que eu senti qual jóia rara,
Doce afago, minha musa mais querida.

O teu sorriso...tesouro que ambicionara,
Sol de carícias inundando a minha vida!
Tu, rosa sem par que me és tão cara,
És benção maior, jamais, sentida!

Uma graça recebida...é ter-te, amada!
Sentir-te em meus braços enlaçada,
Aconchegada a mim, em tempo sem medida!

Nossos rostos, em contacto, se estremecem!
Os corações, batendo mais, se enternecem!
Somos dois, num só sentir, mulher querida!



JGRBranquinho!

CANTO DE AMOR SUBLIME



Eu canto, sim, no meu canto,
          esse sol do meu beiral,
               rompendo no cinzento deste céu.
Eu canto, sim, essa flor,
         jovem e formosa flor,
               em horto de esperanças que é só meu!
Eu canto, sim, no meu canto,
         essa onda de mar azul, imenso!,
                giesta em botão, de aroma intenso.
Eu canto, sim, no meu canto,
         essa brisa meiga ( eterna! )
                que acaricia meus sentidos com ternura.
Eu canto, sim, no meu canto,
         esse luar de encanto
                que me inebria, etérea formosura!
Eu canto, sim, no meu canto,
         esse amor sublime, o mais puro,
                que um coração sentiu alguma vez.
Eu canto, sim,( e cantarei )
         esse anjo bom que um dia vi e senti,
                por quem chorei e ri
                        e tanto bem me fez!
Eu canto, sim, e cantarei,
                seu corpo e alma, divina imagem!
Eu canto, sim, e cantarei,
         a deusa e mulher de encanto
                 que és tu, bela miragem..


JGRbranquinho

JÓIAS RARAS


Jóias raras, por vezes, tu me ofereces
E eu ambiciono receber em cada dia!
Que em recompensa retribuo, pois mereces...
Tal como eu, em maior número, mereceria.

Jóias raras que, inspirada, tu me escreves,
São delícias p'ro meu pobre coração!...
Que sonho receber...mesmo que breves...
Mensageiras de ternura e sedução.

Jóias raras de um tesouro bem guardado
No mais íntimo do poeta apaixonado
Que o enriquecem e ajudam a viver.

São teus escritos de amor, jóias valiosas
São melhores que pedras preciosas
Que eu vou guardar em mim até morrer.


JGRBRanquinho

POR UMA VIDA EM FLOR






















A alegria de quem sofre
 é pouca e rara
se é sem remédio,
 há muito, o seu sofrer!
Se é ténue a esperança
em tanto querer...
Por uma vida em flor
que lhe é mais cara.

Tanto tempo!
Tanto amor!
Tão longa espera!....
Tanto bater do coração,
só, magoado e triste!
Tantas lágrimas choradas
que nunca viste...
Tanto céu cinzento
que só azul quisera.

Tantos dias sem sol...
O sol mais quente
do teu sorriso!
Tantas horas da noite,
 perdido em meu deserto!
Tanto ver-te ao longe
e a querer-te perto!
A sonhar oásis,
querendo o Paraíso.

JGRBranquinho

FAROL NA ESCURIDÃO


São teus dotes minha fonte inspiradora!
Contigo.. meu passo é mais seguro.
És tu, Amiga, a minha fada protectora,
A mulher por quem nutro o amor mais puro.

És tu, sim, a minha deusa redentora!
Aquela que meus dias tanto alegrou!
A desejada luz bendita- libertadora!
A Musa que meu estro bafejou.

És farol na escuridão que hoje atravesso,.
Salvação da minha nau a vogar perdida
Ao sabor da tormenta que destrói.

Ao leme...gritando qual possesso!
Clamo p'la tua imagem querida:
 -Suaviza-me esta dor que tanto dói!


JGRBranquinho

VOLTO A VER-TE




Volto a ver-te, Flor
            de entre todas a mais bela!
Revivo um tempo
            que é bom vir recordar.
Sou, Aqui,
            atenta sentinela,
Dirigindo para ti
            o meu olhar.
Volto a ver-te, Flor,
            como antes já te vi!
Esvai-se, um pouco,
            a tristeza que em mim mora.
Lembro sensações
            que outrora já vivi!
Nova esperança nasce
            em quem te adora.
Volto a ver-te, Flor,
            e fico menos triste
Ao ver, mulher,
            que amável me sorriste
E, como eu, sim,
             tu te alegraste!
Espero, agora, Amor,
             bem melhores dias!
Escutar, contigo,
             as mais belas melodias...
Sabendo que, Amor,
             sempre me amaste!

JGRBranquinho.

MEU SONHO GRANDE


















Meu sonho grande, duradoiro, intenso!
Quase infinito, na noite de invernia...
Risonha aurora, talvez mesmo fantasia,
A emergir do lago fundo, imenso!

Vi surgir uma flor! Desabrochou!
Quanta magia ali se desprendeu!
A alma do poeta, então, enlouqueceu!...
Envolta  nessa visão que a inspirou.

Determinado, firme, indestrutível!,
O querer, em si próprio indescritível,
Num anseio que ninguém subverterá!

Gerado sem lei no deserto duma vida,
Impetuoso, resiste na amálgama sofrida,
Sentindo que esse bem maior alcançará.

JGRBranquinho

O TEU OLHAR


O TEU OLHAR

Doce olhar que me endoidece
E me faz sofrer assim...
Esse que em ti se esquece
E eu quisera ter em mim.

Quisera-o sempre juntinho
De meu peito a palpitar,
Para tão árduo caminho
Mais alegre me tornar.

Quisera-o sempre a fitar-me
Com bondade e afeição,
Para que à noite ao deitar-me
O levasse em meu coração.

Ver o teu olhar querido
Depois em sonhos de amor
Fixando-se em meus sentidos
Qual linda e formosa flor.

E depois, ao acordar
Desses sonhos de ilusão...
Poder ter o teu olhar
Bem juntinho ao coração.

JGRBranquinho

quinta-feira, 17 de junho de 2010

QUANDO O SONHO SE FEZ REALIDADE

Já vai longe o tempo em que te vi
Pela vez primeira, minha saudade!
Tempo da paixão que surgiu por ti
Quando o sonho se fez realidade.

Foi, depois, mulher, que o amor senti
Crescer em meu peito, total verdade!
Desde então...por ele... é que vivi!
Nasceu em mim, tornou-se eternidade.

Desde as primícias... mais que amizade!
Foi o tornar as trevas...claridade!
Ao poder dizer-te o que sentia.

Foi o acordar pra vida, num repente!
Foi o sentir-te em mim constantemente!
Foi o reconhecer, sim, que eu existia.

JGRBranquinho

SENTIDO AMOR

      SENTIDO AMOR
O meigo olhar, que é todo poesia,
Adoro nessa imagem serena, linda!
Presença que logo inspira simpatia:
O porte altivo, a elegância infinda.

Sonhara, em cada dia, que existia...
Num sentir como não sentira, ainda!
E, desde que, real, a vi naquele día...
Um sentido amor que não mais finda.

Tudo, nela, é mais perfeita simetria!
Do cabelo ao pescoço, a beleza se alia
Num rosto (o mais belo!) - minha sedução.

Olho essa imagem com a fé dum crente!
Suas formas lindas, penetram minha mente
Deixam, cativo, meu inquieto coração.

   

POR TANTO AMOR


Por estas ruas ermas, caminho a sós,
Quase sem esp'rança de te encontrar.
Triste e sem ânimo para cantar
O imortal amor que existe em nós.

Sequiosa, minha alma, fraca a voz,
Perdeu alegria ! É quase só chorar!,
Sabendo, embora, que se te encontrar...
Um outro sol... brilhará para nós.

Nesta fé, caminho à tua espera!
Talvez naquela esquina eu te veja!
Talvez, ali, se alegre o meu olhar!

Talvez, então, um tempo de primavera!
Estímulo de vida que o coração enseja
Por um grande amor, em si, a palpitar.

JGRBranquinho

ALTAR DE DEVOÇÃO


À branca luz que ilumina o meu caminho
Mimosa flor que inebria meus sentidos!,
Altar de devoção sentida, onde, sozinho
Rezo minhas preces em dias repetidos.

Imagem celestial que vejo todo o dia
Ao longe, tão distante, nem sei quanto!
Canto para si em versos de agonia,
Luto, em vão, p'ra desfazer meu pranto.

Oh!  divina musa  que quisera apenas minha!
Terna e meiga, qual ligeira andorinha,
Irmã do meu sentir, do meu penar,

Liberta-me dos horrores deste inferno!...
Dá-me o céu do teu olhar tão terno,
Esse bem que ninguém mais me pode dar.


JGRBranquinho

A CEGONHA (Canção alentejana )

O meu bem a sério
Inda não  nasceu
Deus queira que nasça
Deus queira que nasça
P'ró amar sou eu.

Lá vem a cegonha
No bico um raminho
De meia encarnada
Vem dando à chegada
Ao seu velho ninho.

Ao seu velho ninho
Ponha os ovos ponha
Que seja bem-vinda
Branquinha tão linda
Lá vem a cegonha.

Senhora cegonha
Como tem passado?
Não há quem a veja
A ir à Igreja
Pousar no telhado.

Quando chega o Outono
Há uma que canta
Anuncia a hora
Que se vai embora
Leva meia branca.


(Autor desconhecido)

JGRBranquinho