O que eu quero é olhar e ver o que apeteço,
Depois d' apetecer... desejo possuir.
E tendo o que desejo... logo me aborreço!
E aborrecendo tudo, vivo de sentir.
O meu prazer é bruto, em mim só há desejos...
O que amo na Mulher não é imaculado...
Eu só lhe quero a Forma e, quando saciado,
Desprezo-me a mim mesmo, enojam-me os seus beijos...
Pedir pureza à Carne, é insultar a Carne!
Que as almas, como as flores, também se dão no marne
E a Lua também olha as podridões espúrias...
E se é a Natureza a própria que nos leva
Das virtudes da Aurora, aos pecados da Treva,
Então, bendita seja a lama das luxúrias!
( FEL- José Duro --Poeta portalegrense )
JGRBranquinho
É um granda Poeta-José Duro!
ResponderEliminarA doença minava-o,levou-o muito cedo!
Aconselho uma leitura do FEL.
Não se arrependerão de conhecer um pouco melhor este meu conterrâneo.
Os quatro últimos versos do título:-DOENTE.
"Por isso irei sonhar debaixo d'um cipreste
Alheio à sedução dos ideais perversos...
O poeta nunca morre embora seja agreste
A sua aspiração e tristes os seus versos!"
Junto do Busto de José Duro-em Portalegre(obra dos estudantes,há muitos anos)-estão estes versos do autor do FEL:
ResponderEliminar" O livro que aí vai-obra d'um incoerente-
É um livro brutal, é um poema a esmo...
Pensei-o pela rua olhando toda a gente,
Escrevi-o no meu quarto olhando-me a mim mesmo".