sábado, 30 de dezembro de 2017

O MEU DESEJO MAIOR

O MEU DESEJO MAIOR
Se os homens de boa vontade se juntassem e, num desejável consenso de amor ao próximo, (como ensinou o MESTRE) decidissem cumprir este mandamento, o nosso mundo seria bem diferente para melhor.
Como é possível que existam ainda pessoas a morrer à fome em tantas partes do Planeta Terra, especialmente no Continente Africano ( Malawi, Libéria, Burundi, Congo, Guiné, Moçambique, etc. ) onde as expetativas de vida rondam os 60 anos, sem que sejam tomadas medidas urgentes para erradicar, de uma vez por todas, este flagelo?!
Os que podem e/ou os que governam (os poderosos deste mundo) têm o dever inalienável de agir sem demora em prol de tantos que sofrem, aqui e noutras partes do mundo; atuando desde já, no sentido da proteção verdadeiramente essencial a uma indispensável condição de vida a esses seres seus irmãos, para que eles possam viver e proporcionar um razoável cuidado na criação e educação/instrução dos filhos (sem escolas  com as condições mínimas) de modo a termos todos, no presente e próximo futuro, uma sociedade melhor.
Constatar-se que uns “nadam em dinheiro” e o gastam “à fartazana” em prazeres pessoais - na maior parte das vezes condenáveis à vista de todos- é uma ofensa imperdoável.
Para quando uma tomada de posição?!
A Igreja, e algumas associações de solidariedade, mais nos dias invernosos, especialmente no Natal, bem chamam a atenção para esta triste e condenável realidade, mas, mesmo assim, era precisa uma atuação mais eficaz, até que, duma vez por todas, as coisas melhorassem e pudéssemos ver toda a gente com um teto onde se abrigar, com condições de vida e trabalho, dignas sobre todos os aspetos, a bem da própria sociedade em que estamos inseridos.
É frequente e doloroso vermos nos grandes centros, pessoas a abrigarem-se do frio e da chuva, cercados de cartões e envoltos em farrapos, junto a ricas lojas e outros edifícios melhor situados, e ninguém fazer nada, de modo a acabar com este deprimente espetáculo que nos magoa e, também, nada contribui para o bom nome do nosso País.

NOTA:- Louve-se, aqui e em algumas partes do mundo, a ação de voluntários que se entregam de alma e coração à missão de ajuda àqueles pobres seres que vivem em condições infra-humanas, especialmente em África, onde para além de muitas mais carências, nem de água potável dispõem!

Perguntar-me-ão o que faço eu próprio no sentido de obviar a tanta miséria, e, com toda a franqueza, reconheço, também, que muito pouco, face à gravidade das situações, embora na medida das minhas fracas possibilidades procure, aqui e ali, dar o meu contributo.
É altura, amigos, de todos nos interrogarmos, de fazermos urgentemente a nossa introspeção e levantarmos a voz em defesa dos mais desprotegidos, alertando os governos, as entidades mais aptas e os tais  poderosos deste Mundo, para que todos sejamos mais felizes na Terra que Deus nos outorgou.
OBRIGADO A TODOS OS QUE, FAZENDO O FAVOR DE LER ESTE MEU APONTAMENTO, POSSAM DAR A SUA PRECIOSA AJUDA NESTA URGENTE AÇÃO EM PROL DOS MAIS NECESSITADOS NO NOSSO PLANETA.
O MEU ABRAÇO.
Quinta da Piedade, 30 de dezembro de 2017
José Garção Ribeiro Branquinho




quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

CAMPOS DE REFUGIADOS


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Gosto do Natal- tempo d’alegria!
Assim, pra todos, deveria ser.
Penso naqueles que, em seu sofrer,
 O mundo não ajuda como deveria.

Como e porquê, em lugares de dor,
Tantos abandonados à sua sorte?!
Ali aguardam, tristemente, a morte
Em desertos sem fim e sem amor.

Pobres deles! Mas que mal praticaram?
P’ra lá os levaram, ali ficaram,
Sem carinho algum, miséria maior!

Que Deus lhes valha em seu sofrimento,
Termine sua dor, lhes dê alento,
Gozando em breve, vida melhor.

Quinta da Piedade, 27 de dezembro de 2017
JGRBranquinho




VELHA LISBOA, NOIVA DO FADO



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VELHA LISBOA, NOIVA  DO FADO

Quando uma guitarra chora nas vielas
Sentimos, melhor, nossa alma a vibrar.
Canta, em seguida, quem sabe cantar
Abrem-se à noite, todas as janelas.

É o velho fado que a todos encanta
Que nos toca bem fundo o coração!
Esta é, na verdade, a nossa canção
Ouvida suave de bela garganta.

Nesta Lisboa de ricas tradições
Tão adorada p’las multidões
Vivo hoje tão feliz, encantado!

Aqui nasceram meus melhores versos
Cantando sobre os temas mais diversos!
VELHA LISBOA, O MEU OBRIGADO.

Quinta da Piedade, 27 de dezembro de 2017
JGRBranquinho  - “ J. Little White”




sábado, 23 de dezembro de 2017

RELEMBRANDO A ÉPOCA DE NATAL

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RELEMBRANDO A ÉPOCA DE NATAL

Estávamos na década distante de quarenta. Vivia eu com meus pais na minha Ribeira de Nisa, lugar do Monte Carvalho, nas encostas da Serra de S. Mamede, concelho da muito querida cidade de Portalegre.
Tinham terminado as aulas do primeiro período, começavam as primeiras e sempre agradáveis férias do ano letivo.
Estava já próximo o NATAL e as famílias começavam já a prepará-lo, cada uma à sua maneira, de acordo, também, com as suas posses, sempre imbuídas do mesmo espírito cristão, com um mais acentuado caráter de religiosidade, celebrando o nascimento do MENINO JESUS- NOSSO SALVADOR.
A noite de NATAL era o ponto alto da festividade, com a presença de toda a família, na Ceia cuidadosamente preparada pelas mães, (com a colaboração  dos pais nalguns casos) e onde não faltavam o bacalhau com couve e batata ou a alhada de cação com o bom vinho tinto ou branco das adegas que ali tínhamos. Como doces, as tradicionais fatias douradas-também designadas por rabanadas- filhós, azevias e fritos de "mogango". À meia-noite, a célebre Missa do Galo, na Ireja de N. Senhora da Esperança (junta ao cemitério) a poucas centenas de metros do largo do Monte onde, com fé, quase todos iam.
 Quanto às crianças, ficavam ávidas e inquietas a aguardar as prendas na manhã do dia 25, acreditando terem sido deixadas durante a noite, no sapatinho, à lareira, pelo Menino Jesus.
Era assim, na verdade, a Festa de Natal naquele tempo, na minha aldeia. Claro que, poderão dizer-me, que, felizmente, ainda agora será um pouco assim em algumas terras do interior do nosso País, mas, à época, a vida era muito diferente, como nós (os mais velhos) bem sabemos, sendo esta a mais importante do ano, a de maior significado, tanto para os mais novos como até para os mais idosos, a quem se devia muito por não deixarem morrer esta e outras importantes tradições, herdadas e religiosamente respeitadas, dos antepassados.
Lembro-me bem (e sempre saudoso) desse tempo de ouro da minha vida, junto dos meus familiares e, igualmente, dos amigos de infância, especialmente por poder dispor agora duma maior proximidade com os que, não estudando, eu pouco convivia, excetuando os fins-de -semana, quando voltava da cidade para a minha casa paterna.
Logo pela manhã corríamos contentes para o largo do Monte- ainda de terra batida- e ali, então, divertíamo-nos a valer, mostrando as prendas que mais nos tinham agradado,  brincando e/ou participando nos tradicionais jogos, com relevo, naturalmente, para o futebol.
" ALGUNS JOGOS TRADICIONAIS":-"pião", "macaca", "eixo", "inteira" "semana", "berlinde","lenço", "fincão","apanhada", "escondidas" "cinco cantinhos" "galo", "dominó",  "cartas", etc..
À noite, a hora de recolher a casa, não nos deixava muita margem e lá íamos direitinhos à lareira acolhedora onde já se preparava o jantarinho.
Recordo, também, que em certas noites, andávamos erradamente  à procura dos morcegos:- " morcego, morcego, vem à cana que tem sebo", Felizmente quase sempre sem êxito.
Na ribeira, também tínhamos uma boa oportunidade de brincar:-  pescando, e no verão, também nadando nos seus pegos.
Eis como eu recordo outros tempos, aqueles que tive a felicidade de viver no meu Monte Carvalho na década de quarenta, em plena época de Natal.
Será um pouco de saudosismo, sim, mas quem não tem como melhor tempo da sua vida, os anos de infância e juventude?!
O meu lamento sincero se alguns o não podem recordar assim.
Termino com os desejos de que um FELIZ NATAL SEJA A PORTA QUE SE ABRA A UM NOVO ANO QUE EM TUDO EXCEDA AS V/ MELHORES EXPETATIVAS.
" mogango":- uma variedade de abóbora.
NOTA:- Escrito na minha casa do Monte Carvalho.
JGRBranquinho  -  “Zé do Monte”





RELEMBRANDO A ÉPOCA DE NATAL


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RELEMBRANDO A ÉPOCA DE NATAL

Estávamos na distante época de quarenta. Vivia eu com meus pais na minha Ribeira de Nisa, lugar do Monte Carvalho, concelho de Portalegre, nas encostas da Serra de S. Mamede.
Tinham terminado as aulas do primeiro período, começavam as primeiras e sempre agradáveis férias do ano letivo
Estava já próximo o NATAL e as famílias começavam já  a prepará-lo, cada uma à sua maneira, de acordo, também, com as suas posses, mas sempre imbuídas do mesmo espírito cristão, celebrando o nascimento do MENINO JESUS- o NOSSO SALVADOR- na altura um pouco diferente, tendo um caráter bem mais religioso.
A noite de NATAL era o ponto alto da festividade, com a presença de toda a família, na Ceia cuidadosamente preparada pelas mães, onde não faltavam o bacalhau com couve e batata ou a alhada de cação e, como doces, as tradicionais rabanadas, filhós, azevias e sonhos e, à meia-noite, a célebre Missa do Galo, onde quase todos iam.
 Quanto às crianças, ficavam ávidas a aguardar as prendas na manhã do dia 25, crendo terem sido deixadas durante a noite, no sapatinho, à lareira, pelo Menino Jesus.
Era assim, na verdade, a Festa de Natal naquele tempo, na minha aldeia. Claro que, poderão dizer-me, que, felizmente, ainda agora será um pouco assim em algumas terras do interior do nosso País, mas à época a vida era muito diferente, como nós (os mais velhos) sabemos, sendo esta a maior de todas durante o ano, a de mais significado.
Lembro-me bem (e sempre saudoso) desse tempo de ouro da minha vida, junto dos meus familiares e, igualmente, dos amigos de infância, especialmente por dispor agora duma maior proximidade com os que, não estudando, pouco convivia, excetuando os fins de semana, quando eu voltava da cidade para a minha casa na aldeia.
Logo de manhã corríamos para o largo do Monte- ainda de terra batida- e ali, então, divertíamo-nos a valer, brincando e/ou participando nos tradicionais jogos, com relevo, naturalmente, para o futebol.
Eis como eu recordo outros tempos, aqueles que tive a felicidade de viver no meu Monte Carvalho na década de quarenta, em plena época de Natal.
Será um pouco de saudosismo, sim, mas quem não tem como melhor tempo da sua vida, os anos de infância e juventude?!
NOTA:- Escrito na minha casa em Monte Carvalho - outono de 2017.
JGRBranquinho  -  “Zé do Monte”





sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

NÃO CHOVE

NÃO CHOVE

Não chove há tanto tempo nesta terra
Minha terra/mãe- meu pobre Alentejo!
Hoje manifesto a Deus o meu desejo
E este anseio meu, pedido encerra.

Sofre a Natureza/Mãe, sofremos nós
Falta a água- mãe de toda a vida!
Para todos nós, cruel é esta lida
Levantamos a Deus/Pai a nossa voz.

Sofremos, sim, mas nunca desanimamos
Trocamos ideias se nos encontramos
A bênção da chuva, crentes, aguardando.

Que venha depressa a desejada água
Aliviando em nós toda a mágoa
P’lo mau tempo que tanto está durando.

Monte Carvalho, outono de 2017
JGRBranquinho   -  “Zé do Monte”




quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

VIVER CONTIGO

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VIVER CONTIGO

Voltava à minha Ribeira amada
Em razão do nosso eterno amor!
Saudades matava deste seu olor
Como nunca tive na outra morada.

Na outra morada, na grande cidade,
Onde exercia a minha profissão,
Sentia saudades desta mansidão,
Deste seu sossego, sua claridade.

Hoje, minha terra, meu berço amado,
De novo eu volto, sinto teu afago,
Doce aconchego do teu colo amigo.

Hei de voltar sempre, enquanto puder...
Aqui descansar, se assim Deus quiser...
Ser teu filho qu'rido e viver contigo.

Monte Carvalho, Novembro de 2017
JGRBranquinho   -  Zé do Monte"

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

ENTARDECIA NO MONTE

ENTARDECIA NO MONTE

Entardecia no Monte, lentamente…
Olhava encantado o horizonte!
Voltavam, apressadas, ao Monte
As camponesas, rindo alegremente.

À janela estudava, abnegado,
Preparando o teste que breve viria.
Algo diferente era o que sentia
Invejando tais jovens, ali isolado.

Em mim, real, a sensação de tristeza
Por não estar com elas no seu lidar
Nessas fartas encostas a trabalhar
Enriquecendo a própria Natureza.

Ali estava eu, sozinho, sentado,
Cumprindo o castigo de ter de estudar
Sem perceber que estava a preparar
O meu futuro, por Deus abençoado.

Hoje, grato, eu te bendigo, Senhor,
Por ter conseguido cumprir meu dever.
Estudei, por vezes triste, meu sofrer,
Consegui ter meu curso por teu favor.

Monte Carvalho, novembro de 2017
JGRBranquinho -   “Zé do Monte”





domingo, 19 de novembro de 2017

MÃE QUERIDA

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Aqui, à distância, saudoso de ti
Relembro meus dias em teu regaço!
Sinto, ainda, a força do teu abraço
Como no tempo em que aí vivi.

Aqui, ó minha terra, mãe adorada,
Tão longe desse encanto sem medida,
Sinto ainda o momento da partida
Tão triste, tão custosa, mãe amada.

Em breve hei de voltar, mãe querida,
À tua paz, teu aconchego, minha vida!
Desfrutar do teu amor, meu doce bem.

Ao chegar hei de beijar teu amado solo!
Aconchegar-me- ei em teu saudoso colo,
Feliz hei-de agradecer-te, querida mãe.

Quinta da Piedade, 19 de novembro de 2017
JGRBranquinho  -   “J. Little White”

(A resolver, ainda, quanto ao 2.º terceto) No entanto, julgo que ficará assim, anulando um dos primeiros versos.

Teu amado solo ao chegar vou beijar
Teu amado solo vou beijar ao chegar
Em teu aconchegado colo descansar
Feliz hei de agradecer-te, qu'rida mãe.



sexta-feira, 17 de novembro de 2017

CANTO O SPORTING

CANTO O SPORTING  (Acróstico)

Canto o Sporting! Meu canto é de alvorada
Aleluias mil p’lo seu real valor.
Novas jornadas de intenso brilho por jornada
Toda uma história feita de esplendor.
Odes cantarei (a voz bem colocada)
Onde estiver seu símbolo, seja onde for!
Sporting é também cultura consagrada
Por quantos o servem com denodo, com amor.
O sonho é grande! O Clube, ainda maior!
Raiará, dia a dia, um sol de mais fulgor
Tornando-o, hora a hora, vitorioso.
Intemerato é o querer que nos anima
Nesta mística que o nosso ser domina
Gerando um SPORTING cada dia mais grandioso.

JGRBranquinho  -  Sócio n.º 1.565-0


domingo, 12 de novembro de 2017

TEU SILÊNCIO


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Teu silêncio,
que significado tem?
Por tal motivo,
vivo inquieto, meu Amor.
Que foi que aconteceu,
estremecida Flor?!
Que mal te fez teu poeta,
adorado bem?
O teu silêncio magoa,
 entristece,
o pobre poeta
que tanto te ama!
Qual a razão
do estiolar dessa chama
que iluminava alguém
que te não esquece?
Amanhã, irei procurar-te
na cidade.
Quero saber, meu Amor,
toda a verdade.

NOTA:- Sem data.
JGRBranquinho  -  Little White



terça-feira, 7 de novembro de 2017

O MEU VOTO


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Vi mulheres lindas
como a aurora!
Mulheres muito belas,
sem vaidade.
Jovens mulheres
que amei de verdade
Mulheres de que tenho
Saudades, agora.
 Em Coimbra,
Lisboa e Portalegre
Namorei sem pecado,
sem maldade!
Esta, amigos,
a minha realidade
Sentida confissão
dum ser alegre.
Hoje… recordo-as
saudosamente!
Foram pessoas
que deveras amei,
que guardo
em meu coração.
Um voto aqui deixo
 bem sentido
(que julgo me é permitido)
Que Deus as tenha
sob sua proteção.

Quinta da Piedade, 7 de outubro de 2017
JGRBranquinho   -   “Little White”




ÁRBITRA ALEMÃ

domingo, 5 de novembro de 2017

ACASO OU DESTINO

ACASO OU DESTINO

Sei quanto amei, quanto te amo, minha Flor, desde o longínquo tempo em que nos encontrámos e conhecemos-
Por um acaso (ou foi obra do Destino?) cruzámo-nos numa tarde soalheira de outono, ainda nos primeiros dias de aulas, na altura no mês de outubro.
Imagem intercalada 1Logo reparei, de modo especial, na tua figurinha de jovem adolescente!
Não nos conhecíamos, (nunca nos tínhamos visto) saudámo-nos com “um boa tarde” e cada um seguiu o seu caminho.
Volvidos curtos momentos- dados “meia- dúzia" de passos, olhei para trás (e… Santo Deus!) nossos olhares se encontraram!
A minha vontade era ter logo voltado para trás e, se não o fiz, foi só por acanhamento.
Chegado ao local onde me dirigia, (a casa de meus avós, no sítio das Hortas) assim que pude, cumprida a missão que ali me levava, despedi-me e voltei correndo à tua procura, coração alvoroçado.
Por sorte, fiquei a saber por que razão ali estavas e, logo na manhã seguinte, voltei a essa velhinha estrada procurando ver-te de novo.
Assim aconteceu e logo decidi que te ia escrever. Enviei a carta por mão própria e, agora, era só esperar por uma resposta agradável.
Alguma incerteza em mim, levava-me a recear, embora (intimamente) confiando e desejando, apaixonado como estava, numa aceitação por tua parte.
Foram breves, embora me parecessem bem longos, os dias em que aguardei a tua ansiada resposta.
Certezas, na verdade, não as tinha, mas era tal a paixão que sentia, que, por isso, também não queria admitir que não aceitasses o meu pedido de namoro.
Debatia-me entre dúvidas e esperanças e, a cada dia que passava, esperava receber essa missiva de assentimento, que tanto almejava.
No dia 31 de outubro (era sábado, véspera do Dia de Todos os Santos) veio a Luísa, então, trazer-me em mão essa bendita mensageira de amor que eu tanto aguardava!
Não é possível, ainda hoje, descrever o que então senti! Era, verdadeiramente o meu primeiro namoro, pois, até ali, eram apenas coisas de criança.
Senti a tentação de contar a toda a gente o que me estava a acontecer, tal era a minha alegria, mas não era preciso, pois num meio pequeno como era aquele, logo se viria a saber; apenas o fiz a familiares e amigos mais chegados.
Nos dias seguintes, acordava ansioso, feliz, e lá ia eu para a porta à espera de te ver passar para a Escola. Víamo-nos todos os dias e todos os dias trocávamos bilhetinhos, (os teus artisticamente dobrados), que eram o meu encanto e que avidamente lia!
Por razões que não nos convenciam, começaram a surgir obstáculos, mas que nós, habilmente, lá íamos contornando, pois nos amávamos verdadeiramente.
Mais tarde, na cidade, tornou-se mais fácil e demos largas ao nosso amor, embora sempre contando com alguma má-vontade, que não aceitávamos de modo algum, gerando em nós revolta que nos atormentava. Então, procurávamos, como bem te lembras, de comum acordo, os lugares mais recônditos para nos encontrarmos e isso nos ia confortando.
Quantas vezes falámos em resolver, de vez, o problema, mas éramos muito novos
e as dificuldades eram insuperáveis, não tendo nós condições para agir, limitando-nos a aguardar melhores dias, embora a muito custo.
Depois, foi o que tu sabes e que, agora, já tão tarde, não podemos alterar, seguindo cada um o seu caminho paralelo.
Foi o Destino a ditar as suas leis.

NOTA:-
 Como me pediste há tempos, aqui deixo este resumido apontamento, lembrando aquele tempo de alegrias e, também de dores, por tanto nos amarmos.
Faz o que quiseres deste escrito, embora me dissesses e acredite que gostasses de o guardar.
Até sempre!
O meu apertado abraço.
L.White.