Assíndeto é uma figura de estilo que consiste na omissão das conjunções ou conectivos (em geral, conjunções copulativas), resultando no uso de orações justapostas ou orações coordenadas assindéticas, separadas por vírgulas. É uma figura de sintaxe, por omissão, tal como a elipse e o zeugma. Por exemplo, em Os Lusíadas, de Camões, podemos ler: "Fere, mata, derruba denodado...". Outro bom exemplo, que mostra a eficácia deste recurso retórico ao transmitir a ideia de insistência energética, rapidez e força aparece no Cântico Negro de José Régio: "Tendes jardins, tendes canteiros,/Tendes pátrias, tendes tectos", ainda que no verso seguinte, seja substituído por uma anáfora: "E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... ", em que a conjução copulativa volta a aparecer, mas no mesmo contexto rítmico.
  • "Assim, sequências de palavras desligadas, bem como a repetição constante de palavras e orações são condenadas, e com muita razão, no discurso escrito; mas não no discurso oral - os oradores usam-nas livremente, pelo seu efeito dramático. Nesta repetição deve existir diversidade de tons, como se abrisse caminho a esse efeito dramático. Por exemplo: 'Este é o vilão que de entre vós vos enganou, vos defraudou, que vos traiu por completo.'" - note-se que neste exemplo, dado por Aristóteles, se faz, também, uso da gradação.
  • "Soltei a pena, Moisés dobrou o jornal,Pimentel roeu as unhas"(Graciliano Ramos)
  • Peguei o exercício, levei-o para casa, li, reli, voltei à escola, briguei com a professora, fui à direção, reclamei a falta de conectivo.