domingo, 27 de setembro de 2015

QUINDETO

Como o saber não ocupa lugar e na poesia nunca é demais, pergunto:
Sabes o que é um QUINDETO... pois!
Eu também até algum tempo atrás não sabia.
Queres experimentar ? Então aqui ficam as regras

Quindeto

Esta modalidade muito pouco conhecida e explorada foi criada, ao que consta, em 1966 por Benedito Machado Homem, poeta, autor do livro Carrilhão.
Benedito Machado Homem nasceu em Cachoeira de Minas, sul de Minas Gerais, a 15 de Novembro de 1907 e faleceu em 1997.

O quindeto foi assim “batizado” porque o poema tem cinco estrofes, distribuídas da forma seguinte:
UMA QUINTILHA (sequência da rima ABABA)
UM QUARTETO (sequência da rima BABA)
UM TERCETO (sequência da rima CCD)
UM DÍSTICO (sequência da rima EE)
UM MONÓSTICO. (rima D)

É constituído, portanto, por 15 versos cuja rima segue a estrutura que indico em cima e que repito: ABABA BABA CCD EE D
QUINTILHA: 1º. Verso rima com o terceiro e o quinto -  o 2º. com o quarto QUARTETO: 1º verso rima com o terceiro - o 2º. com o quarto mas atenção que a rima tem de ser igual às rimas da quintilha TERCETO: 1º. Verso rima com o segundo DÍSTICO: 1º e 2º. Rima igual MONÓSTICO:Rima igual ao terceiro verso do terceto
Em relação à métrica:
Cada verso pode ter de 8 a 12 sílabas métricas ou seja, se o 1º verso tiver 8 sílabas todos os outros terão de obedecer às 8, se for de 10 todos os outros terão de ter as 10 e assim sucessivamente.
Parece difícil mas não é!
Aqui ficam 2 exemplos com métrica diferente um do outro:
Impaciência...

É sempre bom ficar contigo No aconchego da nossa casa! Longe de ti é um castigo Saudade dói... é ferro em brasa Que suportar nunca consigo!

Se ao fim do dia algo me atrasa Se afigura como inimigo Que me atormenta ou mesmo arrasa Sei lá porquê mexe comigo!

Eu sei que tens por mim amor
Que és sensível, tens bom humor E até te ris por ver-me assim...

Dás-me um beijo como convém
Vai-se a ansiedade e fico bem

Tua paz se reflecte em mim! 

Fim de linha

Sorte, azar, ilusões, desilusões
tristezas, desavenças, dissabores...
encantos, alegrias, ou paixões amores, aventuras, desamores na vida todos temos...sem excepções!

São tantos os momentos em que as dores Esganam e mutilam convicções Que um homem já sem norte e sem valores Se entrega “morto vivo” a humilhações

E quando na capela os sinos tocam São as vozes do além que nos convocam p’ra dizer...fim de linha...terminou!

Há, no ar, cheiro a cera derretida
rezas, choros e gente comovida...

Paro e olho!... Um esquife me arrepiou!

 Abgalvão


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