quinta-feira, 30 de agosto de 2018

MONTE CARVALHO





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MONTE CARVALHO

Guardo hoje uma agradável lembrança
Da juventude - meu tempo adorado!
Sempre em mim vivo, sempre recordado
Memória que é eterna, que não cansa.

Neste meu doce berço, meu lugar,
Revivo saudoso meus calmos dias
Dum passado bom de fartas alegrias
Que p'ra sempre em mim vai perdurar.

Ó meu Monte Carvalho, minha terra,
Quanta paz em ti inda se encerra!
Como me sinto bem, vivendo aqui!

És tudo p’ra teu filho - mãe amiga!
Hei de doar-te uma linda cantiga
De todas, a melhor que eu já escrevi.

Monte Carvalho, 30 de agosto de 2018
JGRBranquinho - J. Little White






domingo, 26 de agosto de 2018

A MINHA "DINÂMICA"



A MINHA “DINÂMICA

Guardo a melhor lembrança da minha bela"Dinâmica",
onde me deslocava dia a dia para ir para a cidade onde estudava- Portalegre - e também para ir namorar e ir a festas e feiras no distrito.
Grato a Deus e a meus pais por tê-la tido num tempo em que pouco tínhamos e éramos felizes com as benesses que íamos recebendo ainda que modestas.
Resta-me mais esta agradável recordação, volvidos tantos anos!
Um bom auxílio na minha vida de estudante a viver longe da cidade de Portalegre onde frequentei a Escola Industrial Fradesso da Silveira e Liceu Nacional Mouzinho da Silveira.
Que saudades desses tempos da juventude! 
Ai minha juventude, minha alegre juventude!
Com a minha bicicleta sentia-me o mais feliz dos rapazes no meu lugar de Monte Carvalho, onde vivi até cerca dos 20 anos, altura em que fui cumprir o serviço militar como miliciano em Lisboa. Ali estive nos "REGIMENTOS DE METRALHADORAS 1 " , "CAVALARIA 7 " e "TREM- AUTO"
onde obtive a carta de condução militar.
Fui depois colocado no "REGIMENTO DE ARTILHARIA 1 " em Évora, tendo, finalmente, ido a MANOBRAS MILITARES em Santa Margarida ao serviço do QUARTEL DA COMPANHIA DE SAÚDE DE COIMBRA", onde passei, finalmente, à disponibilidade.
Resolvi, então, ir frequentar a ESCOLA DO MAGISTÉRIO PRIMÁRIO em ÉVORA, onde completei o Curso com a classificação de 15 valores.
Exerci a profissão docente durante 2 anos em Portalegre - ESCOLA DA FONTEDEIRA. 
Transferi-me depois para Lisboa, onde trabalharei na ESCOLAS N.º 145- PENHA DE FRANÇA, ESCOLA 175/190  - OLIVAIS NORTE (que dirigi durante 13 anos) e ESCOLA N.º24  no BAIRRO DE S. MIGUEL- ALVALADE- LISBOA, onde me aposentei depois de 36 anos de serviço.
Hoje em dia (já sem a minha amada "DINÂMICA", que foi herdada por um meu primo) por dificuldades minhas que têm a ver com a idade, e também por razão da morte de minha mulher- a Maria de Jesus-  com quem vivi durante quase 45 anos, desloco-me de Lisboa, apenas cerca de meia dúzia de vezes por ano, a este lugar amado- Monte Carvalho - onde vi a luz do dia e fui tão feliz.
Até quando?!
Só Deus sabe!
José Garção Ribeiro Branquinho
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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

ÉS TU, FLOR, O MEU AMOR - ( acróstico)


ÉS TU, FLOR, O MEU AMOR   ( acróstico)

És tu, Flor,
          o meu anjo bom
          o meu encanto!
Sem ti... 
          tudo é triste,
          sem valor.
Trago-te comigo,
          és presença
          no meu canto
União eterna 
          de duas vidas,
          eterno amor.
Flor te chamo,
           meu AMOR,
           bela e muito pura!
Luz, também,
         na noite longa
         de tristeza!
O  meu amado sonho,
         sonho eivado
         de ternura
Renascendo
           nesta esperança
           minha certeza.
O pensamento... 
           em ti posto
           constantemente!
Minuto a minuto...
            esperança
            de te ver.
 É meu corpo e alma
             devotados
             plenamente
União firme     
             desejada 
             por todo o ser.
Ah! 
             como eu te prezo,
             meu Amor!
Mais do que pensas,
              crê, 
              é a verdade.
O meu silêncio
              escondia 
              a própria dor
Rosa terrena 
              fruto deste amor 
             de eternidade
Nota: Sem data
JGRBranquinho - "J. Little White"

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

UM PEDAÇO DE CÉU





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UM PEDAÇO DE CÉU

Encontrei, hoje, surpreso, encantado,
Lugar muito belo, lugar de amor!
Nele, feliz, tive o meu Amor
Ali nos amámos, pra nosso agrado.

Percorremos o lugar, lado a lado
Fizemos planos por nosso amor!
Ofereci-lhe a mais bonita flor
Que mui feliz descobri nesse prado.

Guardou-a no peito, sorriu pra mim
Beijámo-nos com ardor sem fim
Felizes, desfrutámos nosso amor.

Regressámos, querendo ficar ali!
Um pedaço de céu ali senti
Bem juntinho a meu amado Amor.

NOTA .- Sem data
JGRBranquinho - “Zé do Monte”





domingo, 19 de agosto de 2018

HÁ MUITO TEMPO NO INTERIOR




HÁ MUITO TEMPO NO INTERIOR
Conheceram-se ainda jovens:- ela, com 14 anos, ele, com 16. Foi num lugar do interior, distante da próxima cidade - cerca de uma légua - num tempo de dificuldades de acesso por uma única estrada estreita e esburacada em macadame ou por veredas sinuosas pela Serra, o que fazia parecer maior a distância entre o lugar e a cidade.

O transporte era feito em carroças ou em animais de sela, na maior parte das vezes em burros, não havendo, ao tempo, ainda, transportes públicos.
Alguns (poucos) tinham o privilégio de possuir uma bicicleta, o que lhes dava um certo estatuto no meio, permitindo-lhes uma maior e melhor mobilidade de fazer inveja a quantos a não podia ter.
O trabalho era na grande maioria feito em hortas e campos bem cultivados, com riquíssimos  soutos e pomares comprados por negociantes (que mandavam seus frutos para os mercados abastecedores de Lisboa, Porto e frutarias de cidades e vilas alentejanas) a par dos almocreves que vendiam os seus frutos em mercados e feiras da região, transportando-os em carroças.
 Quanto a profissões:- carpinteiros, serralheiros, sapateiros, canastreiros (em grande número) pedreiros, ferradores, serradores e barbeiros no que toca a homens.
 No lado feminino, havia algumas costureiras muito hábeis, deveras úteis no lugar, pois também faziam um bom trabalho pedagógico, ensinando jovens raparigas. 
Neste lugar - Monte Carvalho - havia uma escola com duas salas:- uma para cada género
Os rapazes e raparigas que não continuavam os estudos para além da 4.ª classe, ou iam para o trabalho no campo ajudando os pais, prestando serviço em propriedades de alguns proprietários ou iam para a cidade trabalhar nas fábricas (lanifícios e cortiça) ou em lojas de comércio variado, restaurantes, cafés e tabernas na cidade de Portalegre.
Os vencimentos não seriam os ideais mas estavam mais ou menos ao nível do que era aceitável na época.
Certo, é que havia trabalho. Havia vida ativa, vida vivida!
A par destas atividades, dado estarmos numa zona fronteiriça, havia também o contrabando, tanto por parte de homens como de mulheres.
Era um meio com uma área relativamente grande, com bastante água e belíssimas hortas, que aproveitavam também os benefícios da bonita ribeira que vinha da Serra de S. Mamede. Havia também três fontes, não tendo ainda o precioso líquido canalizado para as casas. Era quase uma constante a ida às fontes, especialmente pelas crianças e mães com cântaros de barro, que davam à água um sabor muito agradável e a tornavam mais fresca, havendo em todas as cozinhas o célebre poial dos cântaros.
Ai que saudades da fresca água dos cântaros de barro! Na verdade, um sabor único e refrescante que jamais pude sentir em qualquer outra parte.
Pode-se dizer que havendo estas condições tudo estava resolvido para o bem-estar das pessoas, que, não tendo grandes ambições, se iam contentando com o seu dia a dia, trabalhando ali muito próximas dos seus familiares e amigos, o que era, na verdade, uma situação de um certo conforto.
Havia, naturalmente, as célebres tabernas, algumas juntamente com mercearia, locais de convívio e compras de alguns artigos, sem necessidade de tantas idas à cidade, e lá se ia vivendo.

(VOLTEMOS AOS DOIS JOVENS NAMORADOS)

Foi ali um fortuito encontro numa bela tarde de outono, que modificou de certo modo as suas vidas, para sempre. Namoraram durante cerca de três anos, com alguns percalços de permeio, mas com toda a veemência da sua juventude, e foram felizes tanto quanto podiam ser nas condições de vida que ao tempo desfrutavam, atrevendo-se, mesmo, a irem além do que era norma ao tempo, mais agravado, ainda nesse meio do interior, onde muito conservadorismo grassava.
Por obra do Destino ou fosse lá por que fosse (mas a que não foram alheios alguns familiares)  deu-se o afastamento desses dois jovens namorados, que tanto se queriam. Estranhamente, nunca se zangaram, e em outros escritos meus, já dei mais pormenores desta singular situação que muito de perto conheci e foi motivo de estupefação no lugar e até na cidade. Sei que as coisas não ficaram bem resolvidas, dando depois aso a situações algo complicadas que só acabarão, possivelmente, com a vinda da (tal “senhora”cuja visita todos temos como certa) pois os jovens de que vos falo, pelo que sei, lá se foram conformando, mantendo, no entanto uma boa amizade.

Neste lugar, como em todos os outros do interior do País, o tempo foi passando e as coisas, embora muito lentamente, foram-se alterando, com muito poucos a duvidarem do sucesso que isso constituiria. Mas, o que parecia na altura um progresso, uma mudança ideal, não o foi de todo, como facilmente hoje se conclui pelo quase total abandono das terras de cultivo, por razões da mais diversa ordem, mas que muito têm a ver com políticas erradas que alteraram quase por completo a vida naquele e muitos outros meios do interior do nosso País, o que, aliás, julgo não ser nenhuma novidade para muitos dos que me lerem.
Eis, em síntese, algo do que vivi e conheci na década de quarenta do passado século, no meu Monte Carvalho, freguesia de  Ribeira de Nisa, concelho de Portalegre, em pleno Norte Alentejano.

JGRBranquinho




sexta-feira, 17 de agosto de 2018

ESPERO-TE







ESPERO-TE

Espero-te, meu Amor, à hora combinada
Na esp’rança quase certeza de te encontrar.
Ansioso, como sempre, ali vou aguardar
A tua chegada, estremecida amada.
Ontem, como sabes, não foi o nosso dia por razões a que fomos alheios.
Hoje, naquele recanto junto ao lago da Corredoura, onde nos costumamos amar, te espero em ansiedade!
Que tudo em tua vida corra como desejo, de modo a ter-te uma vez mais comigo, pois meu coração pulsa cada momento mais acelerado, na expetativa fortemente sentida que me domina a cada segundo!
Que mal fizemos, meu Amor, para não podermos encontrar-nos sem proibições, como se estivéssemos a cometer o maior pecado?!
O nosso amor a tudo tem resistido e resistirá, pois é forte, genuíno, e não obedece nem teme ameaças por maiores que sejam, venham de onde vierem!
Vou sair na minha“Dinâmica “(bonita e vermelhinha bicicleta, meu encanto) que comandarei e me levará até lá, mais depressa, como é meu desejo.
Até já, meu Amor, meu doce Amor!
Amo-te como a ninguém!
Beijo grande.
“Zé”.



domingo, 12 de agosto de 2018

UM NOVO CÂNTICO


UM NOVO CÂNTICO

Um novo cântico de amor ao meu AMOR
(Justo cântico de glória, minha paixão)
Quero escrever por razão do mesmo amor
Que há muito, já, brotou en meu coração.

Um novo cântico de amor ao meu AMOR
Por seu real valor e minha inspiração
Cântico maior cantado em seu louvor
Bem merecido por quem é minha paixão.

Não acaba aqui o meu intento - AMOR!
Tentarei sempre encontrar inspiração
Para cantar-te cada dia desta vida.

Não desesperes, não, meu único AMOR!
Enquanto bater meu pobre coração
Será p'ra ti a melhor canção, Flor querida.

Vilamoura, 31 de julho de 2018
JGRBranquinho  - "J. Little White"




sábado, 4 de agosto de 2018

O DIOGO "XENA" E A INDÚSTRIA DE CABAZES DE MADEIRA DE CASTANHO


 O DIOGO“ XENA” E A INDÚSTRIA DOS CABAZES DE MADEIRA DE CASTANHO.

Conheci-o na juventude, na longínqua década de cinquenta, no meu lugar bem no interior do País, mais propriamente na Região Norte Alentejana.
Era o mais novo de cinco irmãos e, sem condições naturais para estudar, foi crescendo no meio familiar e de amigos até que, surpreendentemente, aprendeu o ofício de “tampeiro” junto de “canastreiros” uma arte (era assim designada) muito presente na altura no meu lugar - Monte Carvalho- Ribeira de Nisa- Portalegre.
O meu amigo “XENA” tornou-se, aos poucos, um dos melhores “tampeiros”, e trabalho não lhe faltava! Como era pouco dotado intelectualmente, não tendo bem o sentido da responsabilidade, de vez em quando, ausentava-se sem razão plausível, desaparecia do lugar, vindo a saber-se mais tarde que andava a pedir esmola.
Todos gostavam dele e lamentavam a sua falta, pois era mesmo um bom trabalhador muito útil na zona.
Habituou-se a pedir e, encontrando uma boa recetividade por parte das pessoas, lá foi vivendo sem trabalhar. Infelizmente, foi-se degradando, ao mesmo tempo que começou a beber uns copitos a mais e lamentavelmente não foi possível recuperá-lo para o ofício para que revelara excelente aptidão.
Bem o procuravam os industriais dos cabazes! Prometia voltar, mas, os dias de mercado na cidade eram uma forte atração, pois ali angariava razoáveis proventos e não voltava ao trabalho.
Todos nós o ameaçávamos com a guarda republicana, dizendo-lhe que era proibida a mendicidade e num certo dia, embora me conhecesse bem, cruzei-me com ele na estrada da Serra e dei-lhe ordem de prisão! Lá o detive caminhando durante uma boa centena de metros sob as minhas ordens, ralhando-lhe sem que ele protestasse, coitado.
 Calcule-se a alegria dele quando eu lhe disse que era uma brincadeira, pois eu não pertencia nem à polícia nem à guarda, embora continuando a avisá-lo no sentido de o dissuadir de tal prática.
Andava amedrontado com o receio de ser preso, e nem via quem é que lhe dava a ordem de prisão!
Um dia, já mais idoso, e não podendo já voltar ao nosso lugar, foi encontrado morto numa valeta da estrada, perto de Castelo de vide, deixando todos consternados.
Perdeu-se um bom trabalhador e um dos nossos pobres amigos, pois todos gostávamos dele Se ali tivesse permanecido teria sido acarinhado e estimado, tornando-se, em simultâneo, muito útil no nosso meio, pois trabalho não faltava ali e ele era um artista nesta indústria.
Este ofício tinha como matéria - prima principal, a madeira nova de castanho bravo ( designada de castinceira) muito abundante na zona serrana de S. Mamede, abrangendo os concelhos de Portalegre, Marvão e Castelo de Vide.
Cerca de 80% das famílias trabalhava nesta arte, produzindo anualmente milhares de canastras e cestas de vários tamanhos, indispensáveis nos trabalhos agrícolas e no transporte de frutas e legumes para os mercados e feiras do Alentejo, para além dos Mercados Abastecedores de Lisboa ( Praça da Ribeira, Cais do Sodré e Rego, bem como de outras cidades do País.

Com o aparecimento do caixote de pinho e mais tarde do de plástico, aquela indústria foi perdendo influência, deixando muitos sem trabalho. Os próprios soutos fora deixados ao abandono, com os prejuízos que isso acarretou para os donos.
Era um trabalho feito na maior parte das vezes no r/c das próprias casas de habitação (designadas por lojas) sem necessidade de os canastreiros saírem do seu meio familiar para ganharem o pão de cada dia.
Os próprios industriais lhe levavam os molhos de madeira que era ali preparada com toda a comodidade no fabrico dos vários objetos dessa madeira de castanho:- canastras ou cabazes, e cestas de diferentes tamanhos para diversos fins da vida daqueles tempos.
 Foi uma perda enorme para todos, levando ao desemprego muitas famílias, com gente já de alguma idade sem poder optar por outro trabalho (a não ser na agricultura também já em declínio) e provocando, mesmo nos mais jovens, o êxodo para os centros citadinos em trabalhos a que tiveram que adaptar-se, embora mal remunerados.
NOTA:- “tampeiro” fazia as tampas para as canastras ou cabazes.
 TEXTO INCOMPLETO.
JGRBranquinho