sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A FORÇA DA RAZÃO ou a razão da força?


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 A FORÇA DA RAZÃO ou a razão da força?!
Embora haja pessoas que dizem concordar que é a primeira que tem razão de ser (melhor dizendo, os bem formados) o certo é que a segunda ainda vinga em muitas situações da nossa sociedade, infelizmente.
Gente sem escrúpulos- que até se diz contra as ditaduras- infringe constantemente- ao sabor dos seus próprios interesses- o princípio do respeito que é devido aos cidadãos honestos, àqueles a quem na maioria das vezes devem tudo ou quase tudo o que são.
Impõem a sua força desprezando os direitos dos mais fracos, dos mais desprotegidos, não tendo consciência do mal que praticam, desvirtuando o pensamento de Nietzsche- filósofo alemão- alterando o “de” para  o “do:- “força de poder” e não “força do poder”,  sendo que é esta a  que lhes dá todas as vantagens.
Até familiarmente isso se verifica com maus tratos a quem os criou e tudo fez para que nada lhes faltasse, agravado ainda por eles  se terem privado de certas e até naturais regalias durante a vida, preocupados com o presente e o futuro dos seus filhos e netos.
Afinal, para quê? Valerá a pena esta preocupação pelo bem- estar dos descendentes, cuidando-os ainda melhor do que lhes fizeram a si mesmos em outra época?
Dirão que - felizmente - há ainda alguns casos em que os laços de família se mantêm e existe essa ligação afetiva, tratando os ascendentes com o amor e o respeito devidos e não serei eu que o nego, congratulando-me com isso, como é evidente, como é normal.
O meu alerta sentido e preocupado é para todos os que têm a missão de criar e educar. Que se cuidem e procurem defender-se, avaliando bem as situações, pois o mais provável é desiludirem-se num futuro mais ou menos próximo.
Dirão que estou a ser pessimista, mas a verdade é que, também realista, perante tantos e tantos casos conhecidos no nosso dia a dia.
Haverá muitos que saibam avaliar o que custa a criação e a educação dum filho?
Quantas noites mal dormidas, quantos dias de inquietação na procura da superação das dificuldades surgidas, no sentido único de proporcionar as melhores condições possíveis, muitas vezes, sabe Deus, com que sacrifícios!
É um dever dos progenitores, sim, mas que nunca será devidamente avaliado, muito menos, recompensado!
Em casos mais graves- até conhecidos de muitos de nós - a infâmia criminosa de maus tratos, sem o mais pequeno respeito, sem o carinho e o amor que são devidos a quem os amou e ama, perdoando, até ao limite das suas capacidades, as ofensas sofridas, vezes sem conta.
Depois… as desculpas mais descabidas, mais sem sentido, como se todo o mal de que se queixam, viesse dos pobres velhos ou estes para isso contribuíssem alguma vez.
Ao mais pequeno entrave surgido, (devido à idade avançada das pessoas) lá surge como recurso o Lar de Idosos, ainda um mal menor, comparado com os maus tratos sofridos em casa.
Meu Deus! Quanta injustiça! Se isto acontece em família como não há de acontecer no respeito dos governos para com os idosos?
Para que serviram os descontos que fizeram na perspetiva de uma velhice tranquila, se agora lhes retiram o que lhes é devido?
Mas que fazer, para além de protestar?! De que lhes serve ?! Qual a sua força ou capacidade reivindicativa? Quem os defende ou deveria defender? Mas, atenção!... Também esses responsáveis lá chegarão um dia, embora lhes pareça algo distante no tempo.
É um direito, sim - está expresso na lei- que têm os que sempre trabalharam e descontaram e é crime sem perdão serem-lhes negados esses legítimos direitos, com outra agravante, que é:- o de dessas parcas pensões, num tempo em que mercê da idade, mais precisam- ainda terem que (mais uma vez) acudir aos familiares em dificuldades, devido a erradas políticas, seguidas durante muitos anos.
Os agora chamados seniores, já perto do final de suas vidas, têm de suportar tudo isto?!
É triste, muito triste!
Até quando? São o lado mais fraco e merecem que urgentemente os governantes mudem este estado de coisas, em favor duma maior dignidade humana, há muito aguardada e imprescindível, para todos sermos nesta Terra, mais felizes.

 5 de Fevereiro de 2014
José Garção Ribeiro Branquinho



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