Junto a
ti, ó meu torrão querido (meu Alentejo muito amado) todo o meu ser rejubila!
Ao
aproximar-me de ti (caminhando de Lisboa) logo meu coração e minha alma dão
seus sinais de exaltação, de bem-estar singular, ante a deliciosa expetativa de
em ti penetrar, começando na imensidão da tua planície verde ou dourada, com o
gado a pastar ainda em grande quantidade (especialmente bovino) nesse montado
único, horizonte largo e sem fim até ao acidentado da paisagem da minha adorada
Cidade/Mãe.
Viajando pela
estrada nacional é a passagem por Vendas Novas, Montemor-o-Novo, Arraiolos,
Vimieiro, Estremoz, Veiros, Monforte e, finalmente, a sempre desejada, a minha
saudosa Portalegre.
São momentos
de revigoramento físico e mental, encantado numa ambiência peculiar que meus
sentidos bem conhecem desde os tempos de criança.
Meu
Alentejo, meu tesouro
Província
minha verdade!
Teu valor supera o ouro
Razão da minha saudade.
Alentejo minha ventura
Imagem
sempre presente
Maior
bem, minha amargura
Se
de ti estou ausente.
Terra/Mãe,
terra adorada
Meu
refúgio, meu lar
Terra
por mim mais amada
Razão maior pra cantar.
Alentejo, escola e guia,
És amparo e fortaleza!
Razão da minha euforia
Manancial de beleza.
Ao louvar-te, falo verdade
Ao cantar-te, digo canção
Ao consagrar-te, amizade
Ao amar-te, coração.
És a luz quente que se origina na lareira
Meiga e acolhedora, que meu ser
enlaça!
Com os raios dessa chama que me
abraça
Sinto, já, que sou outro- minha
companheira.
Minha companheira de hoje, meu
amparo,
Já um outro calor trouxeste à minha
vida!
É por ti que vivo melhor - mulher
querida!
Desse bem maior (meu tesouro) sou
avaro.
Antes, era eu alguém? Pouco eu
seria!
Amar-te e ser amado, tudo o que
queria
Desde então foste luz/chama em meu
viver.
Hoje unidos por este amor único,
sem par
Dotado de rara magia, fulgor
singular
Somos na vida, um só, por um só
querer.
Saudades tuas
são mágoas sentidas,
Angústias minhas
na dura ausência.
Um sentimento
real de impaciência
De impaciência e
tristeza mal contidas.
Ah! - meu Amor-
quanta dor reprimida!
Desalento diário
por não te ter aqui
Enquanto lembro
dias que contigo vivi
Suspirando por
ti minha alma dorida.
Tormento maior
de não te poder ter
Uma hora que
fosse - mulher querida!
Ah! como sofro hoje
por tua partida
Sempre à espera
de te voltar a ver.
Reflito hoje
e ao Céu peço
perdão
por desvarios
meus
em tanta ocasião.
Loucuras
que quisera
poder esquecer.
De pouco vale
meu arrependimento!...
Sim, mas é
sincero
este meu lamento
tão forte é
o motivo
deste meu
sofrer.
Quisera
apagá-los
da minha memória
Não são razão
de qualquer
glória
falhas cometidas
por motivos
fúteis.
Bem melhor fora
não terem
sucedido!
É minha revolta
forte
o tê-los
cometido
Não os
substituindo
por motivos
úteis.
Culpa dos verdes
anos,
(agora se dirá)
prometendo
que jamais tal
se fará.
Arrependimento
tardio
sim, mas
sincero.
Que o Céu me
perdoe
tais desacatos!
(Não, não
envolvem
quaisquer maus tratos)
mas que no
longínquo Letes
lançar eu quero.
DESILUSÃO
Quem disse
que a vida era
só tristeza
Desenganos mui
fortes
em si sofreu.
Doenças e injustiças,
no mundo não venceu.
Vida mais cruel
se nem do amor
conheceu a beleza.
Canto, hoje, ao
tempo - canto à vida!...
Nesta corrida
p’la Terra que é finita.
Vivê-la o melhor
que pudermos, nossa lida!
Cada qual a
ambicioná-la mais bonita.
Longe de todos,
isolado no meu canto,
Procuro em mim o
saber feito verdade:
Conseguir
alcançar meu melhor canto
Ambicionado bem,
suprema realidade.
Canto, sim! É
meu maior prazer cantar
Sabendo que é
altura da vida desfrutar
Já que a meta é
a janela para a morte!
A vida é escola
onde aprendemos dia a dia!
Onde convivemos
com realidade e fantasia…
Onde todos
procuram a tal amiga - a sorte.
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