Deixem-me gritar esta revolta
que me afronta,
que me sufoca e mata e deixa a sós!
Deixem-me viver,
que esta alma está sequiosa de amor
e, na sua dor não quer,
não pode calar sua humilde voz!
Deixem-me sonhar e cantar
esta ânsia de melhor que me habita,
qual desdita!
Deixem-me cantar enquanto puder
para afastar esta dura mágoa
que há tanto, já, em mim habita!
Deixem-me continuar a vaguear
e alimentar meus sonhos mais risonhos
ao amanhecer!
Deixem-me, em transportes de amor,
esta minha dor tentar desvanecer!
Deixem-me o prazer de sofrer
para não perder um grande amor
que ambicionei!
Deixem-me... até morrer...
poder viver olhando a Flor
que eu próprio cultivei!
Que com lágrimas alimentei!
Por quem minhas lágrimas chorei.
Deixem-me só!
Só com os sonhos que sonhei,
que o meu espírito, também,
já libertei.
JGRBranquinho
Sem comentários:
Enviar um comentário