QUANDO ESCREVO
Quando escrevo...
(tantas vezes
em momentos inesperados...)
Solta a alma
Solto o coração...
As palavras não são minhas!
Passo-as ao papel
Escreve-as minha mão...
Sou apenas o agente,
o transmissor!
Sou qual máquina,
Qual autómato
que cumpre um dever.
Que cumpre instruções
sem vontade própria,
sem refletir!
Ponho em risco
a própria razão de ser,
como ser.
Quando escrevo...
(quantas vezes
em sítios inesperados...)
Nada do que escrevo é meu!
Exponho-me sem saber,
sem ter essa consciência.
Quando escrevo...
(assim... sem o esperar...)
Não sou eu, não!
É minha alma,
É meu coração,
a que obedeço
sem resistência.
Quando escrevo...
(em tantas, tantas vezes...)
É algo que está
para além de mim!
Muito, para além de mim!
Empresto, apenas,
a minha mão!
É fala da alma
É fala do coração.
Monte Carvalho, 9 de Fevereiro de 2013
JGRBranquinho
Sem comentários:
Enviar um comentário