domingo, 25 de maio de 2014

POR UMA CONVERSA TELEFÓNICA (Texto incompleto)




POR UMA CONVERSA TELEFÓNICA   (Texto incompleto)

Falei-te- Menina- lembrando a nossa amada terra, lembrando momentos de sã convivência que ali pudemos desfrutar há muitos anos. Éramos ambos ainda jovens, na pujança natural da vida. Éramos, logicamente, ingénuos, mas convictos das nossas opiniões, das nossas razões, julgando-nos donos de toda a verdade. Falávamos sem receio, emitindo juízos de valor sobre as coisas, o que não admira, dado o pequeno mundo em que vivíamos, que dominávamos bem, tendo, pelo contrário, muito pouco acesso aos grandes problemas da sociedade de então.
Sobre as coisas do dia a dia que aconteciam ao nosso redor, era também natural que tivéssemos as nossas ideias, discutindo-as com alguma propriedade, mas, evidentemente, de acordo com a perspetiva que pode ter um jovem, cuja personalidade se está a formar num meio pequeno no interior do grande Alentejo.
Um jovem é atrevido por natureza, não medindo bem as consequências das opiniões que explana e que só com o decorrer dos anos numa vida em sociedade, vai amadurecendo, aliás, muitas vezes mesmo sem se dar conta da sua aquisição.
Agora, é para nós muito fácil compreender, mas naquele tempo éramos muito ciosos das nossas razões e ninguém nos podia contrariar, tão certos estávamos das convicções que tínhamos ao entrarmos na adolescência.
Eram outros tempos, para nós- especialmente- que vivíamos num meio acentuadamente rural e muito longe dos grandes centros, com a agravante da dificuldade de comunicações, onde tudo era distante, e na aldeia  apenas duas ou três pessoas tinham rádio e um único jornal ali chegava- " O SÉCULO"- destinado à Casa do Povo, e que lá íamos lendo, depois de lido por alguns homens mais idosos, que aguardavam  ansiosamente, pela chegada do carteiro, de segunda a sábado.
 Depois da Guerra Civil de Espanha- de que ali se ouvia com nitidez o som dos canhões, pois estávamos a poucos quilómetros da fronteira- deu-se a terrível 2.ª Grande Guerra Mundial.
Eram o motivo principal das conversas e havia disparidade de opiniões, mantendo-se no meu sítio- Monte Carvalho- acesa controvérsia, sobre quem teria razão, embora a maior parte fosse pelas Nações Unidas.
Surge então o futebol, que na altura tinha muito maior relevância do que atualmente, em Portalegre, pois agora nenhum deles compete a nível nacional, limitando-se às camadas jovens. Havia, na década de quarenta, quatro clubes:- O "Desportivo", o "Estrela", o "Lanifícios" e o "Alentejo", que mantinham enorme rivalidade e entusiasmavam a população com renhidos jogos no Campo da Fontedeira.
Na cidade existiam, felizmente, duas grandes fábricas- " A ROBINSON"- cortiça- e "A LANIFÌCIOS"- tecidos- para além da dos "TAPETES" ainda existente e conhecida mundialmente e a das "SEDAS". já desaparecida há muitos anos.
Mercê destas fábricas, a vida das pessoas era melhor do que é hoje e os clubes beneficiavam com isso, naturalmente. O comércio prosperava, a cidade tinha outra vida em contraste com  o tempo atual, com pouquíssimas lojas e ruas quase desertas.
(  CONTINUA )





Quinta da Piedade, 25 de maio de 2014

JGRBranquinho

sábado, 24 de maio de 2014

FOI SONHO?! FOI REALIDADE?!


Sonho que te enlaço em meus braços, longamente, loucamente!
Que tua boca beijo qual fresca e linda rosa perfumada!
Que teu corpo (lindo como não há) ao meu se enleia fortemente.
 Assim permanecemos por longo tempo na silente madrugada, ouvindo de nós dois,
somente, o respirar ofegante, o bater apressado dos nossos corações inundados por esta onda envolvente de felicidade.
Somos um todo nesta gloriosa euforia que vivemos, corpos e almas estreitamente unidos.
Estamos sós no mundo (no nosso diferente mundo entre quatro paredes) pois nada mais existe agora, nada há para além de nós!
Assim ficamos no louco entusiasmo do nosso encontro até que balbuciamos curtas palavras logo abafadas por longos beijos!
Continuo a sonhar! Como é bom poder sonhar assim! Sonhar! Sonhar!
 Sinto, agora, tuas meigas mãos afagando-me suavemente o rosto, envolvendo-me o pescoço, prendendo-me mais a ti, apertando-me em amplexos, filhos duma paixão comum de dois e calada em tantos dias de desventura ansiosa, mas- apesar de tudo- venturosa, porque nos amamos como ninguém e tudo suportamos
por esse mesmo amor, em nome desse mesmo amor.
Choramos! Choramos, sim! Choramos de felicidade e alguma revolta pelo que já sofremos.
Nossas lágrimas confundem-se, misturam-se no contacto de nossos rostos, escorrendo-nos nas faces, molhando nossos lábios frementes de paixão.
Sentimos essa intimidade plena, tão fortemente desejada por nós, desde há muito, e saboreamos o sal dessas lágrimas benditas, acompanhando o prazer sensual do calor que se exala de nossos corpos em amorosa e deleitosa fúria bem digna do amor que nos liga.

Foi sonho?! Foi realidade?! Foi noite de amor na plenitude de nossas vidas.
 A NOSSA NOITE !.

JGRBranquinho


quinta-feira, 22 de maio de 2014

TU SABES - FLOR




TU  SABES -  FLOR

Minha alma
tão triste, tão inquieta!
Meu coração
 tão só, amargurado,
É símbolo
trespassado pela seta
deste amor dorido,
ensanguentado.

No meu ser,
estremecendo  por ti,
choram meus olhos.
Meu sorriso,
 em si mesmo está fechado.
Tu sabes- minha FLOR-
que nunca te menti!
Que por ti, há muito,
vivo apaixonado.

Tu sabes- FLOR-
que te pertenço!
Que contigo sonho
e a ti somente quero.
Que me une a ti
amor intenso!
Que te amo muito
Que te venero.

To sabes- FLOR-
como te amei, como te amo!
Como em cada verso escrito
Por ti, hora a hora, chamo.

Nota:- Versos antigos- década de oitenta, agora revistos.
Quinta da Piedade, 22 de maio de 2014

JGRBranquinho

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A FEIRA E OS SEUS ENCANTOS



 
 


A FEIRA E OS SEUS ENCANTOS

Era a nossa mais importante feira:- A FEIRA DAS CEREJAS- também ajudada pela circunstância de ser num tempo melhor- 5, 6 e 7 do mês de junho.
Realizava-se e realiza-se ainda na cidade de Portalegre- a minha querida terra natal.
Era no frondoso Jardim na Av. da Liberdade- onde também se situava o artístico Coreto, "A Explanada” sob o enorme cedro, tendo ao cimo a célebre e original Cascata com o seu lago, que por “artes mágicas” desapareceu, poucos sabendo ao certo para onde foi levada e eu ande, há tempos, a procurar saber. Hoje, está lá um Café/Restaurante.
Não faltavam também, os carroceis, os circos, as barraquinhas de tiro ao alvo, a dos “robertos” e as das farturas (em Portalegre chamada “massa frita”) bem como as tabernas ambulantes de saborosos petiscos, tão do agrado dos homens, até porque 'entre dois copos' alguns negócios se concretizavam.
Nesta grande feira se juntavam dezenas de feirantes (com as suas características e bem fartas barracas) vindos dos mais diversos pontos do País, vendendo os mais diversificados géneros, como acontecia e acontece- ainda- em outras feiras de norte a sul de Portugal.
Havia um passeio central bastante vasto. Lateralmente, existiam imensos bancos em alvenaria- à semelhança de poiais- onde as pessoas descansavam um pouco as pernas, especialmente as mães, enquanto filhos e filhas se divertiam, percorrendo o vasto recinto na companhia de amigos e amigas ou já namoriscando.
Era uma alegria constante para todos! Por tradição antiquíssima e muito forte, estreavam-se roupas novas (quase que uma obrigação) havendo, também- infelizmente- pessoas muito pobres que não iam por não poderem comprá-las.
Como jovens, adorávamos a feira e, à noite, embora algo cansados, chegámos a voltar decorridas algumas centenas de metros já a caminho do meu Monte Carvalho, onde eu e outros meus amigos residíamos.
Belos tempos! Minha vigorosa e saudável juventude! Como está longe e por vezes a julgo tão perto, por tão enriquecedoras recordações que em mim não morrem nem morrerão, jamais!
Eram três dias de verdadeira festa nesta cidade do Alto Alentejo e, também ótimos para o comércio local, vendendo-se para além das belas cerejas, todos os outros produtos da região, trazidos pelos agricultores, pois nessa altura ainda se cultivavam bem as terras, que agora, tristemente, estão quase ao abandono.
Políticas muito erradas, que hoje se lamentam, embora ainda com alguma esperança em melhores dias.
Que venham depressa, para bem deste nosso Portugal, com gente capaz de por cobro a tantos desmandos, a tanta asneira.
Quinta da Piedade, 21 de maio de 2014
JGRBranquinho


terça-feira, 20 de maio de 2014

NO SILÊNCIO AMIGO



  1. NO  SILÊNCIO  AMIGO
Tudo à minha volta é calma, é silêncio amigo!
O Céu e a Terra parecem juntos repousar!
Na minha secretária confidente, a atrapalhar…
Só o som dos meus dedos neste falar contigo.

São altas horas neste meio onde descanso!
Nada se ouve, além do ladrar dum cão.
Sossega meu ser, meu próprio coração...
E assim... de escrever... jamais me canso.

São para ti- terno e meu eterno Amor!,
As palavras que vou escrevendo sem favor,
Exaltando-te, amorosamente, no meu canto.

Escrevo. Não esperando... sabes que eu o faço!
Que ao fazê-lo por ti, sempre me refaço!,
Porque escrevo pra mulher do meu encanto.

Quinta da Piedade, 20 de maio de 2014
JGRBranquinho


segunda-feira, 19 de maio de 2014

CONVERSANDO, OLHANDO O MAR





 CONVERSANDO,  OLHANDO O MAR

Queria-te!
E não te quero?!
Sempre te quis e quero!
Meu ser se habituou a querer-te.
Ao longo dos anos te amei...
 Continuo a amar-te!
Quis-te desde a hora primeira!
Desde a hora que te encontrei
Por minha sorte.
Hoje…
Nossa vida é tão diferente!
Estamos longe, muito longe
 Mas continuamente perto.
Nossos corações não se perturbam
Por esta aparente ausência
Porque a ligação é forte.

Não fazemos planos!
Sabemos que o dia há de chegar.
O dia sempre desejado!
Uma certeza dos nossos corações
Corações amantes.

Olhamos este mar calmo
Deliciamo-nos no entardecer
Sentindo o fresco das ondas
O seu suave espraiar
Na areia húmida e fresca
Que a nossos pés se estende
E deixa pisar.

A noite está a chegar
 A noite já vem
É chegada a hora de voltar.
Caminhamos calmamente
Sustendo os passos.
Entramos no carro
Deixo-te em casa
Dizemos adeus…
Dizemos quantas vezes adeus!
É só esperar pela próxima vez.
Essa vez que há de chegar
Para os amantes.

Quinta da Piedade, 20 de maio de 2014
JGRBraanquinho