quarta-feira, 21 de maio de 2014

A FEIRA E OS SEUS ENCANTOS



 
 


A FEIRA E OS SEUS ENCANTOS

Era a nossa mais importante feira:- A FEIRA DAS CEREJAS- também ajudada pela circunstância de ser num tempo melhor- 5, 6 e 7 do mês de junho.
Realizava-se e realiza-se ainda na cidade de Portalegre- a minha querida terra natal.
Era no frondoso Jardim na Av. da Liberdade- onde também se situava o artístico Coreto, "A Explanada” sob o enorme cedro, tendo ao cimo a célebre e original Cascata com o seu lago, que por “artes mágicas” desapareceu, poucos sabendo ao certo para onde foi levada e eu ande, há tempos, a procurar saber. Hoje, está lá um Café/Restaurante.
Não faltavam também, os carroceis, os circos, as barraquinhas de tiro ao alvo, a dos “robertos” e as das farturas (em Portalegre chamada “massa frita”) bem como as tabernas ambulantes de saborosos petiscos, tão do agrado dos homens, até porque 'entre dois copos' alguns negócios se concretizavam.
Nesta grande feira se juntavam dezenas de feirantes (com as suas características e bem fartas barracas) vindos dos mais diversos pontos do País, vendendo os mais diversificados géneros, como acontecia e acontece- ainda- em outras feiras de norte a sul de Portugal.
Havia um passeio central bastante vasto. Lateralmente, existiam imensos bancos em alvenaria- à semelhança de poiais- onde as pessoas descansavam um pouco as pernas, especialmente as mães, enquanto filhos e filhas se divertiam, percorrendo o vasto recinto na companhia de amigos e amigas ou já namoriscando.
Era uma alegria constante para todos! Por tradição antiquíssima e muito forte, estreavam-se roupas novas (quase que uma obrigação) havendo, também- infelizmente- pessoas muito pobres que não iam por não poderem comprá-las.
Como jovens, adorávamos a feira e, à noite, embora algo cansados, chegámos a voltar decorridas algumas centenas de metros já a caminho do meu Monte Carvalho, onde eu e outros meus amigos residíamos.
Belos tempos! Minha vigorosa e saudável juventude! Como está longe e por vezes a julgo tão perto, por tão enriquecedoras recordações que em mim não morrem nem morrerão, jamais!
Eram três dias de verdadeira festa nesta cidade do Alto Alentejo e, também ótimos para o comércio local, vendendo-se para além das belas cerejas, todos os outros produtos da região, trazidos pelos agricultores, pois nessa altura ainda se cultivavam bem as terras, que agora, tristemente, estão quase ao abandono.
Políticas muito erradas, que hoje se lamentam, embora ainda com alguma esperança em melhores dias.
Que venham depressa, para bem deste nosso Portugal, com gente capaz de por cobro a tantos desmandos, a tanta asneira.
Quinta da Piedade, 21 de maio de 2014
JGRBranquinho


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