REFLEXÕES MINHAS
Temos nesta Terra, por vezes, encontros que nos marcam,
infelizmente nem sempre positivos, não nos deixando agradáveis recordações.
Quantas vezes, fartos de estar em casa no doce remansear do
lar, nem que fosse para a escrita de um pobre rimance, saímos à procura de algo
diferente para desanuviarmos um pouco, e depressa nos arrependemos da decisão
tomada.
É bom sair, conviver (arejar, como vulgarmente se diz) e lá
vamos na expetativa de assim quebrarmos um pouco a rotina caseira, ao fim de um
ou dois dias de permanência entre as quatro paredes.
(Claro que isto só se aplica para quem como eu não tem
obrigações a cumprir, estando aposentado e ainda com alguma saúde).
Descobre-se algo que nos desperta o interesse- um hobby- mas
nem sempre há oportunidade de o por em prática e lá nos deixamos ficar retidos em
casa a ver a TV ou a ouvir rádio, a ler o jornal, quantas vezes com
pequeníssimo benefício.
Ainda se se tem o gosto pela escrita e/ou leitura, pelo
desenho, pela música, pelo canto, ou por qualquer trabalho artesanal, encontra-se
aí algum lenitivo que é preciosa ajuda e lá aliviamos a pressão. Mas, às tantas,
há mesmo a necessidade de sair.
Nem sempre se é mal sucedido ao sair- não quero nem devo
cair nesse exagero- mas, por vezes, diz-se:- “mais valia ter ficado em casa"!
Não melhorámos a situação, antes a agravámos!
Mas vá lá saber-se antes?!
Conheci e conheço pessoas que até afirmam:- “ Boas festas
faz quem em sua casa está em paz”. Negam-se a ir a alguns sítios e a eventos
para que são convidadas, começando aí, sem se aperceberem, as superstições e os
medos, especialmente em pessoas menos jovens, com a agravante de quanto menos
saem menos desejam sair e mais arruínam o seu estado físico e anímico.
Comecei por dizer que nem sempre aprendemos ou melhoramos a
situação, mas longe de mim a ideia de advogar o afastamento duma vida em
sociedade!
Por vezes, aprende-se até nas circunstâncias mais inesperadas
e desagradáveis, pois o mundo não é só céu azul nem jardins floridos ou mar
calmo, embora se diga que o nosso Portugal é o tal jardim à beira-mar plantado…
Somos um animal social e não devemos eximir à franca
convivência, alternando com os nossos momentos de reserva, para encontrarmos o
tal meio-termo, que, dizem os entendidos, é onde está a virtude.
Desde que nascemos estamos em constante aprendizagem com os
outros. É, pois, verdadeiramente essencial o contacto com as pessoas que vivem
no nosso meio e com as outras, aproveitando o que as modernas técnicas de
informação nos permitem.
Portanto, amigos que porventura me venham a ler, nada de nos
fecharmos na nossa concha.
Aprender até morrer, como diz o ditado popular. E, confraternizando
fraternalmente, seria essa uma forma ideal de vida, sem estarmos à espera de só no Céu a desfrutarmos, pois, entre os que acreditam, não conheço nenhum que queira ir para o inferno.
Quinta da Piedade, 3 de junho de 2014
JGRBranquinho
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