MEUS QUERIDOS PAIS
Faziam o que podiam!
Mais não faziam, só porque mais não sabiam.
Meus queridos e saudosos pais! Devo-lhes
tudo na vida!
Num meio pequeno no interior do País, e numa época distante (meados do séc.
XX) meus queridos e saudosos pais trabalhavam arduamente em prol da manutenção
e fortalecimento do nosso lar.
Meu pai começou na arte do fabrico de canastras de madeira de castanho,
muito abundante na zona:- Monte Carvalho, Ribeira de Nisa, Portalegre - no Norte
Alentejano.
Mais tarde foi um pequeno industrial ligado a este ramo de atividade, e, por fim, ao comércio de frutas e legumes.
Minha mãe, na arte da costura, trabalhando em nossa casa e ensinando,
inclusive, raparigas da aldeia.
Os tempos eram difíceis e os homens trabalhavam como carpinteiros,
ferreiros, ferradores, canastreiros, ou então, em grande maioria, na
agricultura de subsistência em suas pequenas hortas, ou quintas de
proprietários da região.
Mais tarde, começaram então a ir para duas fábricas da cidade:- lanifícios
e cortiça, o que constituiu uma boa achega para a economia da minha aldeia.
As mulheres cuidavam da casa e trabalhavam também na agricultura,
enquanto outras iam servir e algumas, mais jovens, aprendiam a arte da costura.
Foi neste meio que eu nasci e cresci, frequentei a primeira escola até à
4.ª classe, seguindo-se a Escola Industrial Fradêsso da Silveira e o Liceu Mouzinho
da Silveira, na cidade de Portalegre, de que completei os respetivos cursos.
Mais tarde, o serviço militar como miliciano, em Lisboa, Évora e Coimbra,
com uma ida a Manobras Militares em S.ta Margarida.
Depois, o Curso da Escola do Magistério Primário em Évora e o começo da
atividade docente em Portalegre, durante dois anos, findos os quais fui
colocado em Lisboa, onde obtive o Curso de Ciências Pedagógicas da Faculdade de
Letras - Universidade Clássica de Lisboa - e frequência do Instituto Superior de Serviço
Social, que tive que pôr de parte por incompatibilidade de horários com a minha
atividade profissional.
Exerci a função docente em Lisboa - Escolas 145, 175/190 e 24 (cerca de
mil alunos) com direção de escola durante treze anos, aposentando-me no ano
letivo de 1992/93.
A par da minha atividade profissional, dediquei-me à escrita (em verso e
prosa) à música e ao canto.
Muito deste percurso (que considero positivo) sempre com o apoio de meus
queridos e saudosos pais, graças, igualmente, à Providência Divina.
Nunca o
esquecerei!
Nota:- Deixo este apontamento na época especial de Natal, estando implícito o sentimento de enorme saudade duma era vivida no meu lar paterno, junto dos que me deram o ser: ROSA MARIA GARÇÃO RIBEIRO e JOAQUIM MOURATO BRANQUINHO.
QUE DESCANSEM EM PAZ!
NATAL de 2018
JGRBranquinho