QUERO O TEU COLO-
DÁ-ME O TEU COLO!
Estava sentado na sala onde decorria uma cerimónia religiosa,
eis se não quando, o vejo entrar pela mão dum adulto, que supus ser o pai.
Devia ter no máximo, três aninhos. Era uma criança linda, afável, encantadora!
Dirigiu-se-me, olhou-me nos olhos e disse:- “Tás” sentado…
quero o teu colo- dá-me o teu colo!”
(Eu nunca o tinha visto, nem ele me conhecia, também.)
Acedi, agarrando-o por baixo dos bracitos e logo se
aconchegou no meu colo, parecendo que já nos conhecíamos.
De vez em quando trocávamos curtas palavras em surdina, pois
assim o exigia o local onde nos encontrávamos.
Eu estava cada vez menos atento ao que se passava na sala,
impressionado com a presença daquela criança adorável, que me olhava e se
aconchegava cada vez mais, fazendo-me, de quando em vez, curtas perguntas.
Estranhava eu, no entanto, que o homem (desde que se
desculpara, a princípio, pelo atrevimento do menino) nunca mais me dirigisse a
palavra, talvez por estar interessado na cerimónia e confiar que ele estava bem
entregue; aliás, que nem a própria criança se lhe dirigisse uma vez que fosse! Estava
deveras intrigado com tudo isto.
Perpassavam em mim, ideias, as mais diversas! Era estranho,
sim, que entrando os dois juntos, não mais se falassem! Que o menino de
afeiçoasse a mim daquele modo tão cativante! Que eu começasse a sentir-me tão
ligado a ele, como se fosse meu familiar, sentindo cada vez mais a sua forte
influência de ordem espiritual!
Cada vez que ele me falava, expressando-se duma maneira e
modos tão afetivos, não reprimia as lágrimas e chorava de emoção, feliz por
ouvi-lo. Nunca eu tivera uma sensação igual!
Cada vez mais me sentia dominado espiritualmente, encantado
por ter nos meus braços- bem junto a mim- aquele menino diferente, tão
diferente como jamais vira nem sentira!
Ainda mais, quando o MENINO, afagando-me e segurando-me as
mãos, me olhou nos olhos e exclamou:- “EU SOU O MENINO JESUS”! “EU SOU O FILHO
DE DEUS”!
Eu chorava emocionado, felicíssimo por tal privilégio, e
beijava-O com ternura.
Acordei deste meu sonho lindo, deveras impressionado,
fantasticamente impressionado!
Por largos momentos estive a reviver feliz, a rememorar com
emoção, este sonho de privilégio!
O que foi isto?- Perguntava a mim mesmo. Ah! meus prezados amigos
(aos que acreditam em DEUS e aos outros) terá algum significado este sonho?
Pelo menos, deu-me uma sensação inaudita! Uma sensação que nunca mais vou
esquecer!
Sinto-me muito bem ao recordá-lo e esta é a razão por que
aqui vos deixo este relato sentido de um sonho com o MENINO JESUS.
Quinta da Piedade, 25 de março de 2014
- Dia do aniversário de minha querida e saudosa
mãe- Rosa Maria Ribeiro.
José Garção Ribeiro Branquinho