domingo, 2 de março de 2014

PALAVRAS NÃO DITAS A TEMPO



PALAVRAS NÃO DITAS A TEMPO
Se a palavras não são ditas a seu tempo, no calor de uma discussão, perde-se um tempo que poderia ser precioso no esclarecimento da situação, pois deixou-se fugir uma oportunidade que não se sabe se poderá vir a recuperar-se, com a agravante de nesse ínterim se poderem desvirtuar verdades com pérfidas intenções, esquecendo de propósito outras, com prejuízo para o resultado justo pretendido, perdendo-se o seu efeito e afetando fortemente a razão que a alguém assistia.
Vejamos o caso de um indivíduo que está a ser acusado injustamente e que não consegue fazer-se ouvir- por não lho permitirem e/ou por não lhe ocorrerem as palavras certas, por nervosismo ou ausência de presença de espírito, no momento.
Na altura, embora cheio de razão, não lhe foi possível defender-se, alegar em sua defesa, perante a razão duma força superior, em vez da força da sua razão.
A ocasião perdeu-se e, com a sucessão do tempo, o desenrolar dos dias, sem ninguém a quem pudesse recorrer, as coisas arrefeceram, as ideias baralharam-se, as pessoas esqueceram o sucedido e o nosso homem acaba por se calar, embora vitimado, sofrendo por não ter podido em devido tempo aclarar uma situação em que foi acusado injustamente.
Dir-me-ão que poderia ter recorrido à Justiça, mas, face ao que é o  seu custo e o risco de ser mal sucedido, desiste e, assim, embora contrariado e inconformado, vai deixando correr o tempo até ao fim dos seus dias, queixando-se sempre da sua infelicidade e da injustiça de que foi alvo.
Conta o sucedido numa hora má da sua vida, desabafando vezes sem conta junto dos amigos e das pessoas com quem trava conhecimento, receoso que o julguem mal, e justificando as suas razões com total verdade.
Para alguns fica a dúvida sobre a veracidade das suas afirmações e, de outros, felizmente, escuta palavras de conforto que o vão ajudando a carregar o fardo da injustiça.
Assim decorrem os seus dias, queixando-se sempre, só porque num certo momento da sua vida não conseguiu defender-se. Tinha que ter sido nesse dia!
Parece coisa simples, mas as palavras não foram ditas quando deveriam ter sido ditas. 
Este caso, do meu conhecimento, mortificou um homem bom o resto da sua vida.
Lamentava-se e culpava-se, também, mas, agora, de nada lhe servia.
Quinta da Piedade, 1 de março de 2014
JGRBranquinho


2 comentários:

  1. Não revelo o nome da pessoa porque a isso não estou autorizado. No entanto, há pessoas que conhecem este caso, mas que, provavelmente, nunca verão este meu escrito.
    À pessoa que muito respeito e acompanho na sua revolta, o meu abraço amigo. FORÇA; AMIGO!.

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  2. Desculpem a pontuação no " FORÇA, AMIGO"!:- Era assim que eu deveria ter pontuado.. Aquele 'ponto e vírgula'...surgiu atrevido sem pedir licença!
    Abraço.
    JBranquinho

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