PALAVRAS NÃO DITAS A TEMPO
Se a palavras não são ditas a seu tempo, no calor de uma
discussão, perde-se um tempo que poderia ser precioso no esclarecimento da
situação, pois deixou-se fugir uma oportunidade que não se sabe se poderá vir a
recuperar-se, com a agravante de nesse ínterim se poderem desvirtuar verdades com
pérfidas intenções, esquecendo de propósito outras, com
prejuízo para o resultado justo pretendido, perdendo-se o seu efeito e afetando
fortemente a razão que a alguém assistia.
Vejamos o caso de um indivíduo que está a ser acusado
injustamente e que não consegue fazer-se ouvir- por não lho permitirem e/ou por não
lhe ocorrerem as palavras certas, por nervosismo ou ausência de presença de
espírito, no momento.
Na altura, embora cheio de razão, não lhe foi possível
defender-se, alegar em sua defesa, perante a razão duma força superior, em vez
da força da sua razão.
A ocasião perdeu-se e, com a sucessão do tempo, o desenrolar
dos dias, sem ninguém a quem pudesse recorrer, as coisas arrefeceram, as ideias
baralharam-se, as pessoas esqueceram o sucedido e o nosso homem acaba por se
calar, embora vitimado, sofrendo por não ter podido em devido tempo aclarar uma
situação em que foi acusado injustamente.
Dir-me-ão que poderia ter recorrido à Justiça, mas, face ao
que é o seu custo e o risco de ser mal sucedido, desiste e, assim, embora
contrariado e inconformado, vai deixando correr o tempo até ao fim dos seus
dias, queixando-se sempre da sua infelicidade e da injustiça de que foi alvo.
Conta o sucedido numa hora má da sua vida, desabafando vezes
sem conta junto dos amigos e das pessoas com quem trava conhecimento, receoso
que o julguem mal, e justificando as suas razões com total verdade.
Para alguns fica a dúvida sobre a veracidade das suas
afirmações e, de outros, felizmente, escuta palavras de conforto que o vão
ajudando a carregar o fardo da injustiça.
Assim decorrem os seus dias, queixando-se sempre, só porque
num certo momento da sua vida não conseguiu defender-se. Tinha que ter sido
nesse dia!
Parece coisa simples, mas as palavras não foram ditas quando
deveriam ter sido ditas.
Este caso, do meu conhecimento, mortificou um homem
bom o resto da sua vida.
Lamentava-se e culpava-se, também, mas, agora, de nada lhe
servia.
Quinta da Piedade, 1 de março de 2014
JGRBranquinho
Não revelo o nome da pessoa porque a isso não estou autorizado. No entanto, há pessoas que conhecem este caso, mas que, provavelmente, nunca verão este meu escrito.
ResponderEliminarÀ pessoa que muito respeito e acompanho na sua revolta, o meu abraço amigo. FORÇA; AMIGO!.
Desculpem a pontuação no " FORÇA, AMIGO"!:- Era assim que eu deveria ter pontuado.. Aquele 'ponto e vírgula'...surgiu atrevido sem pedir licença!
ResponderEliminarAbraço.
JBranquinho