quarta-feira, 15 de outubro de 2014

CIDADE DE MEUS AMORES



CIDADE DE MEUS  AMORES
Em mais este breve regresso ao teu seio- Cidade de Portalegre- minha velha e querida Cidade,
Cidade de meus amores, mas também de meus estudos, volto a sentir, juntamente com esta alegria de te reencontrar, alguma dor por te ter deixado na já distante década de cinquenta, quando fui colocado na grande Lisboa, para exercer a função docente.
Recordo bem o que me custou essa partida imposta por uma outra colocação- a de minha mulher- numa outra área da função pública.
Pensava, na altura, que haveria de voltar em breve, mas o destino estava traçado assim, e só a ti tenho voltado- sempre saudoso- por uns curtos dias como são todos aqueles que aqui passo em teu colo, mãe adorada.
Trago-te sempre o meu abraço bem apertado, na tentativa de atenuar as imensas saudades duma ausência prolongada. Tão pouco é o tempo em teus braços que nunca consegui, verdadeiramente, matar minhas saudades!
Quando me estou a recompor desse indesejado flagelo, lá tenho que partir novamente!
É aqui que me sinto em casa- minha Portalegre! É no teu colo aconchegante que me refaço, sentindo o teu calor de mãe amiga nesses instantes abençoados tão em contacto com o teu corpo quente.
É aqui que o meu gosto pelo canto se exalta e empolga, me dá força para te homenagear cantando em teu louvor, amada Cidade!
Deitar-me e acordar em teus braços, é sentir o Céu por que lá longe suspiro.
Neste misto de sentires:- enlevo por te ter e o saber que em breve terei que enfrentar a contrariedade da partida, nem consigo gozar em plenitude esta graça de estar contigo.
 Novamente terei que partir, regressar à mãe adotiva- à grande Lisboa que para o meu bem-estar também muito contribuiu e sem reservas sei reconhecer..
Mas… M Ã E    É   M Ã E!
Sinto, agora, a tristeza, por partir.
É algo penoso mas hei de voltar!
Não queria que me visses chorar…
Mas também não consigo já sorrir.

Portalegre, junho de 2013
JGRBranquinho

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