quinta-feira, 30 de outubro de 2014

NESTE MEU CAIS

 
NESTE MEU CAIS

Neste cais de alegrias e tristezas minhas (chegadas e partidas) encontro-me hoje a desfrutar uns sempre breves dias, recuperando do stress citadino e aliviando, concomitantemente, minhas saudades.
Aqui vivi o melhor tempo da minha já longa vida junto dos meus entes mais queridos. 
Aqui cresci junto dos meus amigos de infância - esses verdadeiros amigos- que eu considerava como familiares- tal a afetividade que nos ligava.
Aqui despertei para o amor ao próximo, sem esquecer o primeiros namoricos e as suas venturas e, até, as pequenas desventuras!
Foi aqui que vi a luz do dia numa já muito distante década, lembrando com desagrado o som terrível dos canhões na vizinha Espanha durante a sangrenta GUERRA CIVIL que tiveram que sofrer, vindo, inclusive, muitos espanhóis procurar refúgio em Portugal, especialmente em zonas junto à fronteira.
A par desse tempo de guerra, lembro a azáfama do intenso contrabando, já que, por atalhos, estávamos muito próximos e muita gente fazia disso a sua vida na minha zona- Norte Alentejo.
Recordo, igualmente, também, mais tarde, a passagem constante dos carregamentos de alimentos (era o que se dizia) em enormes camiões hermeticamente fechados, que por ordem do nosso governo passavam pela fronteira de Galegos- Marvão, no tempo da 2.ª GUERRA MUNDIAL, numa jogada de mestre em auxílio de ambos os beligerantes, para estarmos, assim, de bem com Deus e o Diabo!....
Era uma tática bem urdida pelo governo de Salazar, que auxiliava as Nações Unidas e, simultaneamente, os alemães, livrando-nos de entrarmos nessa fatídica e monstruosa guerra , que infelizmente assolou o mundo, causando milhões de mortos e estragos incalculáveis em tantos  países, destruindo muito do seu valioso património.

NOTA:
 Estava eu a saborear os deliciosos momentos que agora aqui passo no meu Monte Carvalho- Ribeira de Nisa, quando fui despertado por mais uma má notícia da nossa TV e que me trouxe à mente os horrores das sangrentas guerras que refiro atrás.
Oxalá estas ameaças, que de quase todo lado surgem, a cada dia que passa, não venham a atingir-nos nunca, pois já basta de desgraças o que aconteceu naqueles distantes anos.
Que TODOS se lembrem de por a sua inteligência ao serviço do BEM- ao serviço deles próprios-  pois, embora alguns, infelizmente, vejam na guerra uns certos benefícios, será puro engano que só poderá trazer prejuízos à humanidade, que bem necessitada está de aperfeiçoar o muito que ainda está por fazer, acorrendo às reais necessidades de tantos povos que vivem em miséria total, como se não fôssemos TODOS filhos do mesmo DEUS.

Monte Carvalho, outubro de 2014
JGRBranquinho

Sem comentários:

Enviar um comentário