QUERO CONFIAR
Acabo de chegar a Vilamoura - estância de férias tão procurada por
nacionais e estrangeiros - depois de uma bela e tranquila viagem desde a minha
casa na Quinta da Piedade, atravessando a grande terra transtagana - este
Alentejo imenso, que também muito me diz como minha terra/mãe - sagrada
província onde vi a luz do dia e agora vejo tão mal aproveitada dada a sua
extensão e riqueza natural.
Muito poderia e deveria ser feito aqui! Mas o que impede que se façam
estudos, chamando os homens com reconhecida capacidade - portugueses e
estrangeiros - no sentido de se dar mais vida a este terço da superfície da
terra portuguesa?!
Basta passar por aqui para poder fazer uma ideia da extensíssima área por
aproveitar, para além de alguma criação de gado, ainda, felizmente, existente.
Quantos produtos aqui se podiam cultivar! Quantos novos empregos!
Sei que algumas indústrias já aqui se vão criando, até alguns postos de
trabalho a nível de turismo se vão criando, mas isto, comparado com a extensa
área disponível e as condições de vida e pureza do ambiente,
é muito pouco, é quase nada.
Como seria diferente a nossa
própria vida, a vida do nosso país!
Lembro - me bem de em todo o Alentejo, em tempos que já lá vão (e isto
apesar de alguns aspetos menos positivos que ao tempo envolviam a atividade
agrícola) ver os campos cultivados - especialmente no que respeita aos cereais -
de tal modo que era designado como o celeiro de Portugal!
Quando chegará a hora de os governos, duma vez por todas, decidirem rapidamente
pôr mãos à obra e tornarem este País mais próspero, mais feliz?
Quero confiar que sim, sob pena de que se o não fizermos todos, este
nosso País, será sempre um País adiado.
Começa agora a anoitecer, aqui em Vilamoura, onde escrevo este pequeno
texto e me deleito ante a bela visão que me é proporcionada, a companhia de
alguns portugueses e, já em maioria, de estrangeiros, como é compreensível
nesta época de Páscoa, com muitos portugueses a não terem ainda férias e num
tempo ainda um pouco distante do desejado verão.
Vou aqui ficar por uns sempre breves dias, dada a minha grande paixão por
esta zona, que me diz muito e onde volto sempre muito agradado, considerando-a,
inclusive, a minha segunda terra.
Espero e desejo, naturalmente, aqui poder voltar ainda mais algumas
vezes. Assim a saúde o permita.
Vilamoura, 14 de abril de 2019
JGRBranquinho