sábado, 13 de janeiro de 2018

DESFIANDO RECORDAÇÕES

DESFIANDO RECORDAÇÕES

Resultado de imagem para Panorâmica linda em largo horizonte em Lisboa

Lembras-te- Amor- daquela manhã de Primavera, em Monsanto?
Depois de durante alguns minutos apreciarmos tão bonita quão rica paisagem, resolvemos almoçar no restaurante panorâmico, cuja vista admirável se alongava por um vasto horizonte, sob um céu azul duma limpidez sem par, só vista nesta estação amiga, de que ambos somos assumidos admiradores. Aliás, sem receio de errar, como  acontece com a maioria das pessoas, que embora reconhecendo a importância das restantes, a consideram a rainha das estações.
Éramos dois adultos ainda jovens (“os enta” ainda não tinham batido à nossa porta) e, com a força do nosso amor invulgar, ali estávamos, agora sentados à mesa, desfiando recordações de agrado e saboreando a nossa própria refeição:- a tua, prato de peixe e a minha, de carne.
Raramente os nossos encontros eram de manhã, mas dessa vez, por conveniência de ambos, acertámos ser nesta parte do dia, que (com já tínhamos comentado) tinha sido uma escolha feliz, com mais tempo, até, para estarmos juntos, desfrutando esse privilégio que nos enchia alma e nos tocava o coração, fortalecendo os nossos laços de amor.
Poucas horas volvidas,voltou o apetite e fomos lanchar àquele lugar tradicionalmente visitado e frequentado -“ Os Pastéis de Belém”- quer por portugueses, quer por estrangeiros. Ali adoçámos a boca com essa deliciosa iguaria, acompanhada, como não poderia deixar de ser, por um saboroso café. Como era hábito, guardámos o pacotinho de açúcar onde, como sempre fazíamos, averbávamos um pensamento- o mais romântico que conseguíamos- que ali trocávamos, guardando-o com todo o carinho e que era lido vezes sem conta, até que novo encontro fosse combinado.
Que saudades desses inesquecíveis encontros onde fomos tão felizes, dando largas ao nosso amor! 
Eram sempre desejados e se, por azar, algum não se concretizava, era uma desilusão, mas não arrefecia o nosso entusiasmo, aguardando a possibilidade de um novo encontro.
Nesta Lisboa - capital de amor como a intitulei em alguns dos meus poemas- fomos muito felizes e em cada um dos nossos encontros encontrávamos sempre algo de diferente, que nos prendia a atenção, encantando-nos.
Tínhamos, aliás, também, sempre muito que dizer e mal nos despedíamos já fervilhava em nós o desejo de novo encontro e logo eu começava a pensar onde teria lugar. Aliás, eram quase sempre escolhidos por mim, pois conhecia melhor a cidade com seus belos recantos, bem como os lugares mais românticos em seu redor.
Hoje- meu Amor- escolhi lembrar um dos nossos inesquecíveis encontros para assim reviver um pouco a felicidade que neles encontrei a teu lado.
Até sempre, meu Amor!

José Garção Ribeiro Branquinho  -  “J. LittleWhite”





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