PRINCÍPIO E FIM?
Dei-te meu forte abraço, minha vida,
Naquele momento d’amor, nosso jardim.
Veemência de quanto sentia em mim,
Por ti- Mulher/Amor- Mulher/Querida.
Abraçámo-nos, sim, por puro amor!
Éramos, então, ainda, muito novos,
julgando a vida, um mar de rosas!
Ingenuamente,
mal sabíamos o que nos esperava!
Vieram os ventos maus e, quase tudo se perdeu
na fúria devastadora de quem mandava!
Proíbir o Amor, quem pode?! Sim, quem pode?!
No entanto, muito jovens, que fazer?
Obediência contrafeita,
sofremos muito e, mal aconselhados,
fomos desistindo, embora na esperança
dum novo tempo que nos pudesse unir,
amainada a tempestade que nos assolava.
Não mais surgiu e fomos, cada um por seu lado,
percorrendo outros trilhos (caminhos paralelos)
que por isso mesmo, durante muitos sóis, muitas luas,
não nos proporcionaram o encontro
que há tanto aguardávamos.
Volvidos demorados anos, quis o Destino- meu Amor-
que naquela rua (Barros Queirós, em plena Lisboa)
nos encontrássemos!
Descrever esse momento é tarefa que, se por um lado é fácil, quanto à
surpresa, se torna difícil dadas as sensações que por diversos estados de alma
se entrechocaram!
Depois de tantos anos, num repente de sorte encontrar-te ali, é verdadeiramente
indescritível por mais que eu procure as palavras- os melhores adjetivos- para
qualificar tal instante!
Volvidos alguns minutos, intercalados de curtos silêncios, já refeito da
surpresa, falei, então, com a calma possível, e aí começou a nossa conversa com
o aclaramento das ideias a surgir aos poucos.
Falámos de tanta coisa! Algumas, até, sem muito nexo!
Convidei-te, então, para um café na “Suíça” e, ali, mais calmo, as coisas
melhoraram um pouco, sem que, confesso, ainda não fosse o que é normal em mim.
Foram melhorando, acertámos contacto, e combinámos um novo encontro,
desta vez já planeado.
Decorreu numa bela tarde de sábado (outra coisa não desejávamos) e tudo
decorreu com a normalidade própria de pessoas que se amam e se desejam.
Tu sabes que foi assim e como continuou para nossa felicidade.
Fica este registo para a posteridade.
Adeus, meu Amor!
Um beijo.
JGRBranquinho - “J. Little White”
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