sábado, 18 de agosto de 2012

DO MEU PASSADO


              DO MEU PASSADO
Quando encontrei o Amor na minha vida, ainda muito jovem, na terra onde nasci, mal diria o que o destino me tinha reservado!
Ingénuo e novato, não tinha capacidade de análise, nem conhecimento do que era esse mundo de aventuras em que me ia meter, apenas com um restrito sentido romântico da vida, onde tudo para mim eram rosas.
Vibrava excessivamente com tudo o que fosse uma aproximação furtiva ( não me era permitido mais) e sonhava com mil estratagemas para encontrar uma oportunidade para estar com o móbil dos meus desejos.
Era o fruto proibido, e... está tudo dito!
Por razões que me escapavam, até certo ponto, não me permitiam um aproximar normal da pessoa amada e tinha que descobrir o modo de satisfazer esse anseio, dando voltas à imaginação.
Umas vezes conseguia e, outras...era o desabar de tudo quanto esperava e me parecia tão bem arquitetado!
Hoje, culpo-me pela falta de coragem para enfrentar a situação imposta, mas, na verdade, na altura, seria muito difícil fazer mais, dada a idade e a falta de perspetivas imediatas de autonomia, ainda sem emprego e, por isso, dependente do apoio de meus progenitores.
Estudava sem muito gosto num curso que ainda completei, mas não era, propriamente, aquela área de interesses que preenchia os meus anseios, vindo a enveredar, já mais tarde, pelos estudos liceais, onde me realizei e satisfiz, descobrindo potencialidades até ali ignoradas, pois alcancei notas nunca conseguidas num curso de menor dimensão, como era o anterior. Porquê?.. Acho que uma parte da resposta já a dei; outra tem a ver com a docência que deixava muito a desejar em algumas áreas, talvez as principais, ou- melhor dito- as que mais me interessavam e eu sentia com melhores perspetivas, quanto ao meu futuro.
Este conjunto de situações durou cinco longos anos e prejudicou-.me imenso em muitos sentidos.
Voltando " à vaca fria", digo-vos que até os amores sairam prejudicados, compreendendo-se o meu estado de espírito, que não poderia ser o melhor, evidentemente, andando "a martelar em ferro frio" como soe dizer-se, num curso que ainda interrompi mas em que voltei a matricular-me, para não o deixar a meio. Sempre era um curso e lá fui terminá-lo, embora com sacrifício.
 Ligava-se muito (tal como hoje, afinal... ) aos títulos académicos e quem não frequentasse o Liceu...
 era quase proscrito, pois as famílias queriam que as meninas casassem com doutores.
 Foi esta uma das batalhas mais duras que travei, para além da relacionada com a religião, e que levaram ao términus do primeiro namoro.
Tudo o que eram sonhos, perspetivas de agrado e almejada felicidade, foram-se esfumando aos poucos, ao ponto da minha própria família, ferida no seu legítimo orgulho, ser contra aquela ligação, também. Foi assim-
-creiam- que aos poucos, um entusiasmo exaltado foi esfriando e acabou por me conduzir a outros caminhos.
Quantos casos como este- de aventuras e venturas, também-  não aconteceram e continuarão a acontecer?!
Que responda quem souber, na certeza de que muitos já se depararam com situações algo semelhantes, infelizmente.
Ficou, neste caso, ao menos (entre os dois) uma boa amizade, após um afastamento difícil, confesso.
Quinta da Piedade, 18 de agosto de 2012
JGRBranquinho





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