Uma alma triste, inquieta,
Um coração só e amargurado.
Alvo, pelas setas da indiferença, trespassado,
Um ser apaixonado por alguém- só por esse alguém!
O peito repleto de amor, dorido, ensanguentado.
Fechado em si mesmo, choram seus olhos!
Deixou de sorrir para a vida!
Atitude drástica?! Raiva?- Não! Jamais!
Revolta, sim, apenas revolta!
Revolta pela incompreensão,
Pela dúvida levantada sobre si.
Ele que só queria amar e ser amado!
O motivo de seu desalento era maior, por isso!
Porque não conseguiria afirmar-se perante quem queria?
Julgava-se a mais inferior das criaturas à face da Terra!
Vitimava-se sem saber que o fazia, portanto, não conscientemente
Escrevia:-"Tu sabes, Flor, como te amo!
Como em meus versos por ti, a toda a hora, chamo.
Tu sabes, Flor, que te pertenço!
Que contigo sonho e a ti, somente, quero!
Que me une a ti, amor intenso, eterno!
Que és a imagem que em meu altar venero!"
Tudo em vão porque tudo o que dissesse ou escrevesse, não bastava!
O amor não se compadece com lamúrias, nem apelos dramáticos.
Se não há correspondência... empatia...a chamada química...
Era uma outra era, uma era já um pouco distante.
O tempo "das paixões assolapadas", como diziam, especialmente os que estavam de fora.
Noutro tempo, que eu conheci., era comum a existência destas situações e de outras por imposições de ordem familiar, tendo na base, os bens materiais e/ou as condições sociais.
Claro que, paralelamente, também havia os casos em que sendo contrariados os amantes namorados, isso não obstava à concretização dos seus anseios e lá uniam as suas vidas, mesmo sem a aprovação dos progenitores. Dizia-se:-"Fugiu com o rapaz"- "fugiu com a rapariga".
Mas, aqui, era o amor que mandava e nada nem ninguém os podia impedir!
Falar destes casos é hoje mais fácil, até porque as pessoas se entendem ou não, e tudo passa mais facilmente.
Onde se conclui que se o amor não existe entre os dois seres, nada feito.
Mas, como no segundo caso, ninguém tenha a ilusão de que consegue (ainda hoje e sempre assim será) dominar o sentimento tão nobre chamado AMOR.
JGRBranquinho
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