DISCORRENDO
Alguém escreveu um dia, acertadamente, que somos um produto do meio em que
fomos criados e educados. Naturalmente estou de acordo, embora também com o
perigo da generalização, pois acontece, por vezes, termos conhecimento de casos
em que aparece o ditado:- “bem criado mal fadado” e outras afirmações do género
que contradizem aquela afirmação.
Claro que a influência dos primeiros anos na nossa vida se
faz sentir fortemente- será mesmo determinante em noventa por cento dos casos-
mas, como outras regras, tem exceções e isso até a justifica, quando se diz que
não há regra sem exceção.
Portanto, estamos também sempre prontos para aceitar
qualquer desvio que negue a dita regra.
Um rapaz, criado num bom ambiente familiar, sem necessidades
de qualquer espécie, tinha um comportamento exemplar até certa altura da sua
vida e, daí em diante, começa por apresentar um comportamento censurável a
vários níveis e, como se costuma dizer, ‘descarrila’ aos olhos de toda agente
que o conheceu, e agora se surpreende com as suas atitudes, inclusive a
família, que ainda por um tempo procura esconder os seus comportamentos negativos.
O que faltou à educação, neste caso? De quem é a culpa?
Por que não seguiu um bom caminho, de acordo com os seus princípios de vida?
Dir-me-ão que “uma andorinha não faz a Primavera” e que são
extravios de comportamento.
Por outro lado, um rapaz é criado e educado sem grandes
condições, sofre mesmo de algumas carências e, depois, revela-se uma pessoa de
bem, atingindo notoriedade, vencendo na vida.
As pessoas fazem comentários, enaltecendo os seus êxitos, e estabelecendo
logo termos comparativos, conhecedoras dos dois casos.
Evidentemente que na resposta a casos assim, surgem sempre
as mais diversas opiniões, um pouco também de acordo com a tolerância ou
condenação que dão no primeiro caso e o aplauso que manifestam, quase
endeusando o segundo.
As regras não são absolutas- não podem ser nunca absolutas-
pois não há duas pessoas iguais.
Numa mesma família (e são conhecidos muitos casos) dois
irmãos recebem a mesma educação e caminham em sentidos opostos, têm uma conduta
absolutamente diferente:- censurável num caso e de admiração no outro.
Temos que convir que está muito dependente da terra em que é
lançada a semente, embora a formação seja a mesma.
Levar-nos- ia a outras
conjeturas, que todos vós, por certo, já estareis a admitir, como também a influência das más
companhias, depois da educação familiar.
Temos que convir que uma educação cuidada pode ser a mesma
e não obter os mesmos resultados, assim como em situações diferentes- famílias
carenciadas- uns brilham e outros não.
Portanto, em jeito de conclusão, vamos dar o devido valor às
regras, admitindo, no entanto, as exceções.
Não estamos a falar de Matemática...
Não estamos a falar de Matemática...
Quinta da Piedade, 7 de julho de 2013
JGRBranquinho
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