A MAIS
BELA RECOMPENSA
Eras a mais esbelta jovem que um dia distante- já muito distante- eu conheci naquela terra bendita, abençoada também, pela tua chegada naquele Outono de inesquecível memória!
Vi-te pela tarde daquele dia de outubro, quase ao poente um tanto morno da época da abertura das aulas, como era ao tempo.
Vinhas acompanhada e eu sem saber quem eras.
Logo em ti reparei, que a tua beleza sem par, verdadeiramente fascinante e natural, dava nas vistas sem que talvez não o soubesses.
Cumprimentei-vos por normal delicadeza e continuei o meu caminho, intrigado e curioso e já com o desejo de voltar atrás para entabularmos conversa, se por minha sorte, tu o permitisses, claro.
Um pouco mais à frente, voltei mesmo, o coração em verdadeiro sobressalto! Não sei bem como, lá meti conversa contigo, embora algo receoso, um pouco atrapalhado, dada a minha timidez naquela altura, bem reconhecida por mim próprio.
Eras para mim uma estranha, mas uma estranha diferente- como que uma aparição talvez já muito sonhada- que logo me deu volta à cabeça!
Não sou capaz, depois de tantos anos, de recordar o que falámos, o que, confesso, lamento bastante. Sei que ao despedirmo-nos eu era outro, outro bem mais feliz! Louco de contentamento esfuziante, vi-te afastar e, mais fiquei ainda, quando te vi olhar para trás, pois fiquei ali especado a seguir-te com o olhar, já ansioso por voltar a ver-te e falar-te.
Apeteceu-me correr de imediato para ti e não consegui!
Recriminei-me depois, e só sei que não preguei olho toda a agitada noite a pensar em ti. Pudera! Acabara de ver a mais bonita rapariga e, por sorte, de falar com ela, naquele meio onde eu nascera e a encontrara por um acaso feliz de todo inesperado.
Sabendo já quem eras, esperei-te à distância no dia seguinte, e vi-te passar apressada, esperando que me visses, que nossos olhares se trocassem
Resolvi, então, escrever-te- o coração batendo apressado, mais que o habitual- e lá fui compondo frases (as mais bonitas que consegui) para te dar um melhor conhecimento de quem era e pedir-te namoro. Aguardei inquieto por uma resposta, que chegou (isso lembro muito bem) no dia 31 de outubro. Veio por 'correio particular' tal como fora a minha, por intermédio de uma garota mais nova que nós- a Luísa- irmã do meu amigo António.
Descrever o que foi a minha alegria, impossível! Aceitavas o meu pedido e dizias que eu já devia ter pensado que não o rejeitavas.
Era tudo o que eu mais queria! Tinha vontade de a mostrar a todos os meus amigos, mas, ao mesmo tempo, aquela carta era algo de sagrado para mim, e, embora contasse a alguns amigos, nunca mostrei essa bendita mensageira de amor correspondido.
Era a minha primeira grande vitória- vitória, sim, porque eu travei comigo mesmo uma enorme batalha e senti-me reconfortado por ter alcançado esse troféu que era a tua aquiescência ao meu pedido de jovem apaixonado.
NOTA:- Continuarei a escrever sobre este tema, numa outra ocasião.
Quinta da Piedade, 23 de abril de 2014
JGRBranquinho
Eras a mais esbelta jovem que um dia distante- já muito distante- eu conheci naquela terra bendita, abençoada também, pela tua chegada naquele Outono de inesquecível memória!
Vi-te pela tarde daquele dia de outubro, quase ao poente um tanto morno da época da abertura das aulas, como era ao tempo.
Vinhas acompanhada e eu sem saber quem eras.
Logo em ti reparei, que a tua beleza sem par, verdadeiramente fascinante e natural, dava nas vistas sem que talvez não o soubesses.
Cumprimentei-vos por normal delicadeza e continuei o meu caminho, intrigado e curioso e já com o desejo de voltar atrás para entabularmos conversa, se por minha sorte, tu o permitisses, claro.
Um pouco mais à frente, voltei mesmo, o coração em verdadeiro sobressalto! Não sei bem como, lá meti conversa contigo, embora algo receoso, um pouco atrapalhado, dada a minha timidez naquela altura, bem reconhecida por mim próprio.
Eras para mim uma estranha, mas uma estranha diferente- como que uma aparição talvez já muito sonhada- que logo me deu volta à cabeça!
Não sou capaz, depois de tantos anos, de recordar o que falámos, o que, confesso, lamento bastante. Sei que ao despedirmo-nos eu era outro, outro bem mais feliz! Louco de contentamento esfuziante, vi-te afastar e, mais fiquei ainda, quando te vi olhar para trás, pois fiquei ali especado a seguir-te com o olhar, já ansioso por voltar a ver-te e falar-te.
Apeteceu-me correr de imediato para ti e não consegui!
Recriminei-me depois, e só sei que não preguei olho toda a agitada noite a pensar em ti. Pudera! Acabara de ver a mais bonita rapariga e, por sorte, de falar com ela, naquele meio onde eu nascera e a encontrara por um acaso feliz de todo inesperado.
Sabendo já quem eras, esperei-te à distância no dia seguinte, e vi-te passar apressada, esperando que me visses, que nossos olhares se trocassem
Resolvi, então, escrever-te- o coração batendo apressado, mais que o habitual- e lá fui compondo frases (as mais bonitas que consegui) para te dar um melhor conhecimento de quem era e pedir-te namoro. Aguardei inquieto por uma resposta, que chegou (isso lembro muito bem) no dia 31 de outubro. Veio por 'correio particular' tal como fora a minha, por intermédio de uma garota mais nova que nós- a Luísa- irmã do meu amigo António.
Descrever o que foi a minha alegria, impossível! Aceitavas o meu pedido e dizias que eu já devia ter pensado que não o rejeitavas.
Era tudo o que eu mais queria! Tinha vontade de a mostrar a todos os meus amigos, mas, ao mesmo tempo, aquela carta era algo de sagrado para mim, e, embora contasse a alguns amigos, nunca mostrei essa bendita mensageira de amor correspondido.
Era a minha primeira grande vitória- vitória, sim, porque eu travei comigo mesmo uma enorme batalha e senti-me reconfortado por ter alcançado esse troféu que era a tua aquiescência ao meu pedido de jovem apaixonado.
NOTA:- Continuarei a escrever sobre este tema, numa outra ocasião.
Quinta da Piedade, 23 de abril de 2014
JGRBranquinho
Sem comentários:
Enviar um comentário