SAUDOSAMENTE
HÁ MAIS COISAS ENTRE O CÉU E A TERRA QUE AS DA TUA FILOSOFIA” - Shakespeare.
A
infinita e criadora luz do Sol - que a todos beija e abençoa - surgiu hoje, a
meus olhos, aqui no meu Monte, ainda mais bela! Carinhosa e doce alvorada na
terra que me viu nascer.
Acordei
e, ao abrir a janela do meu quarto, deparei com este sol iluminando o largo da
aldeia onde tanto brinquei, divertindo-me com os meus amigos de infância na
distante década de “quarenta”.
Relembrei
os momentos bons, esquecidos os menos agradáveis (felizmente poucos) numa era
em que os sonhos de felicidade se sobrepunham a tudo o que de menos positivo me
sucedia.
Para quê,
guardarmos os que nos magoaram?!
Começavam
agora os primeiros namoricos e os "sonhos cor-de-rosa" a preencherem
a mente e a acelerarem o bater do jovem coração, enlevando a alma e dando
origem às primeiras versalhadas.
Tinha,
naturalmente, a responsabilidade dos estudos e pouco mais, dado que contava com
a proteção de meus pais e avós, associada à minha crença em Deus, que desde
muito novo surgiu na minha vida.
Claro que nem
tudo eram rosas, mas, comparativamente aos deveres que, depois com a idade, fui
assumindo, aquele tempo era um paraíso!
Fui
vencendo as dificuldades que os estudos acarretavam. Depois da “primária” na
aldeia, curso Industrial e liceal, e cumpri o serviço militar como
miliciano, durante cerca de dois anos, incluindo manobras militares em Santa
Margarida.
Por
sentir que teria alguma vocação para o ensino, resolvi, com meus saudosos pais,
ir para a Évora- Escola do Magistério Primário- onde obtive o Curso com a
classificação de 15 valores.
Como
complemento, tive ainda a oportunidade de obter o Curso de Ciências Pedagógicas
na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa.
Comecei por
exercer na minha Portalegre, onde estive dois anos na Escola da Fontedeira,
vindo depois para Lisboa, onde me aposentei.
Exerci,
na Escola n.º 145, Penha de França; 175/190, em Olivais Norte (Escola que
dirigi durante 13 anos) e, por fim, Escola n.º 24, Bairro de S. Miguel -
Alvalade.
Fiz o
melhor que podia e sabia, sem situações menos agradáveis de que resultassem
prejuízos (pelo menos, assim penso, não me pesando a consciência) para os
alunos que tive o gosto de ajudar a aprender e com os quais também aprendi - como
se costuma dizer com verdade:- aprender, ensinando.
Deles guardo
as melhores recordações, tendo a felicidade de, volvidos anos, ter podido
encontrar-me com alguns e ser, com muito agrado, surpreendido pelo seu
cumprimento na rua, pois, naturalmente, já não os conhecia.
Hoje,
fazendo alguma introspeção, reconheço que talvez tivesse podido fazer um pouco
mais, mas a vida é o que é para cada um de nós e como também se costuma
dizer... "é o homem e as suas circunstâncias".
Por
enquanto, graças a Deus, continuo a ter como hobbies a escrita em prosa ou
verso, a música e o canto, e, para além da minha Tertúlia "Sporting Canto
e Poesia", participo em outras Tertúlias, lançamento de livros e
exposições de pintura e sou sócio da Associação Portuguesa de Poetas, onde
presto também a minha colaboração, dizendo poesia ou cantando.
Espero
ter ainda mais algum tempo de vida, para, como agora, ocupar os meus tempos
livres, divertindo-me e procurando ser útil, embora sabendo das minhas
limitações.
Eis,
numa breve síntese, alguns pormenores do que tem sido a minha vida nesta Terra.
Quinta da Piedade, 5 de
março de 2018
JGRBranquinho -
J.Little White”
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