quarta-feira, 28 de março de 2018

UM TELEFONEMA PELA MANHÃ


   UM TELEFONEMA PELA MANHÃ
Era, aparentemente, uma manhã normal, a daquele dia, com os preparativos inerentes a mais uma saída de casa para ir trabalhar a uma distância de cerca de dez quilómetros .
Sem que nada o fizesse esperar, após tratar da higiene pessoal, e tomado o pequeno almoço, aprestava-se para sair, quando o toque do telefone o surpreendeu, dada a hora matinal : - 7.30 h.!
Pensou não atender, pois era a hora habitual de se pôr a caminho e corria o risco de perder o autocarro das 7.45 h.
Pensou um pouco e, na dúvida sobre se seria algum assunto importante, resolveu atender, embora algo contrariado.
Na véspera tivera um conversa muito agradável - e até certo ponto interessante - com uma moça um tanto mais jovem, sua conhecida, e tomara uma atitude não muito habitual em si, já que era algo tímido.
Ficara um pouco preocupado pela reação negativa da amiga, no dia anterior, mas nunca esperaria uma chamada especialmente àquela hora, dado que entendia, por mais normal, ser ele a ter que um dia dar uma justificação.
Mal dormira, meditando no que tinha acontecido, julgando-se, inclusive, culpado e era agora ela que vinha ligar-lhe, deixando-o tranquilo, dizendo-lhe abertamente que tinha saudades, que estava arrependida da atitude tomada no dia anterior.
Foi assim, e pelo que ouviu, mais calmo, contente, logo prometeu voltar a vê-la ainda nesse dia.
Despediram-se com um “até logo”, um beijo, não cabendo em si de contente, a caminho do trabalho.
Claro que na noite anterior para se conformar, chegou a pensar que para o atrevimento que tinha tido, também haveria de arranjar desculpa, decidindo fazê-lo logo que se encontrassem; justificando, igualmente, o seu procedimento por gostar dela, e não conseguido resistir a beijá-la.
Enfim, um conjunto de pensamentos com que se debatera que o não tinham deixado dormir.
Agora, felizmente, as coisas afiguravam-se-lhe resolvidas e aguardava já ansioso pelo próximo encontro, afinal logo aprazado no momento que recebeu a boa nova ao telefone.
Situações que acontecem quando menos se espera - neste caso a um homem de bom gosto - e que não merecia ter apanhado um susto.
 JGRBranquinho



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