sábado, 8 de novembro de 2014

NUMA NOITE DE MAU TEMPO



NUMA NOITE DE MAU TEMPO
Chove lá fora torrencialmente!
Assusta o seu ímpeto, também por força deste vento forte que se faz sentir e ouvir, assobiando pelas frinchas das portas e janelas, levantando telhados, sacudindo as pobres árvores que por vezes se quebram ou acabam por cair.
No conforto do meu lar, manobrando o computador, lembro os que andam na rua a esta hora tardia, quem sabe, se sem disporem do abrigo de um teto onde se acoitem, sofrendo do tempo a sua inclemência.
Todos sabemos da importância que a chuva tem nas nossas vidas, mas quem é que ao fim de meia dúzia de dias de mau tempo, se não fartou dela?!
Pena que não chovesse apenas moderadamente, quando não causasse prejuízos, e quando as pessoas estivessem a bom recato nos seus lares, refazendo forças para um novo dia de trabalho!
“Sol na eira e água nabal”, como diz o povo.
Pois é, seria o ideal, mas não é assim e há que saber levar com paciência, cada um defendendo-se o melhor que souber e… puder, claro.
A agravar esta medonha situação, ouço agora os trovões já anunciados pelos relâmpagos que iluminam esta tremenda noite de invernia ainda em pleno outono.
É mais uma achega brutal que apesar da existência de para-raios nos assusta desde crianças.
Há quem reze a Santa Bárbara, quem escolha um lugar dentro da própria casa, onde se sinta mais seguro, até por conselhos anteriormente ouvidos da parte dos mais velhos e experientes. No entanto, existe um receio comum entre os que habitam a mesma casa ou local de trabalho, como por exemplo, o afastar-se de objetos metálicos e outras medidas de precaução que um dia, alguém (mais sabedor) aconselhou e se crê poderem ser eficazes no ultrapassar destes sustos que se temem desde os tempos da antiguidade.
De momento a trovoada acalmou um pouco e ouço já as ambulâncias dos bombeiros na rua, apesar da chuva continuar a bater forte, auxiliada pela ventania agreste.
Amanhã, ouço agora uma informação radiofónica, o tempo vai estar melhor e será altura de se poder verificar e avaliar o tamanho dos estragos causados, que, infelizmente, admito serem bastante significativos, tanto na terra como no mar (pobres pescadores!) para além dos lamentos de todos quantos sofreram os efeitos da intempérie noutros locais.
É assim a Natureza e as suas contradições, umas vezes agressiva, outras, felizmente, mais acolhedora e atraente, com belos dias de sol e noites de luar inspirador, dando-nos, então, a alegria de a podermos desfrutar em pleno.
 De tudo se compõe a vida. Perante esta dicotomia, com o decorrer dos anos, se enriquece a nossa experiência, dando-nos a capacidade de resolução de muitos dos problemas que nos afetam ao longo dos tempos.
É a vida e as suas circunstâncias a darem-nos algum cabedal de conhecimentos, ajudando-nos a enfrentar as dificuldades surgidas no nosso dia-a-dia.
Se tudo fosse um mar de rosas à nossa volta, nunca desenvolveríamos capacidades de luta e o nosso engenho estagnaria. O bem e o mal sempre de braço dado, apelando à nossa imaginação, à nossa criatividade. Conhecermos o mal para também sabermos saborear melhor o bem.
Outono de 2014
JGRBranquinho


2 comentários:

  1. Olá, Amiga Maria!
    Obrigado por teres lido e deixado o teu comentário que para mim é um bom estímulo..
    Quando eu tiver tudo num ficheiro, conversaremos.
    Beijinhos.

    ResponderEliminar