Esvoaçam, volteando em danças espontâneas no jardim à minha
frente, as velozes andorinhas.
Num tempo de lazer, procurando recarregar baterias no sul de
Portugal, tenho oportunidade de melhor apreciar a sua atividade, pois sei que
não se trata simplesmente do exercício do voo, embora também importante para
elas.
Incansáveis- muito especialmente ao entardecer- é um gosto
vê-las no seu estonteante voo, procurando alimento nos insetos que povoam os
céus, num trabalho digno de relevo, destruindo os indesejáveis mosquitos, como
vulgarmente são mais conhecidos.
O trabalho destas e doutras aves é por vezes muito mal
compreendido, mormente por parte de alguns agricultores que se queixam de lhes
atacarem as sementeiras, especialmente os pomares.
Não sabem quanto os beneficiam destruindo a praga de vários
insetos destruidores, com a pequena recompensa de debicarem algumas peças de
fruta ou sementes.
Quantos se preocupam injustamente- também por
desconhecimento, creio- com as aves do campo, não se lembrando do benefício
incomparavelmente superior que a todos prestam voluntariamente!
É triste que ainda se assista à caça, até de pequenas aves com
muito pouco de sustento e de diminuto interesse na nossa alimentação, não se coibindo (esses furtivos caçadores sem lei) de usar os mais diversos e
condenáveis métodos na sua destruição; esquecendo-se, mesmo, da grande utilidade que elas representam, inclusive, alegrando
a Natureza, com seus gorjeios, verdadeiramente encantadores e que, afinal, todos
tanto apreciam.
Também aqui o papel da Escola é importante (compreende-se
bem porquê) tanto por intermédio de textos apropriados, como por recomendações
pontuais por parte dos responsáveis, alertando os alunos para estas verdades
essenciais à vida de todos nós, inclusive, pela defesa intransigente da Natureza/ Mãe
Infelizmente sei, por conhecimento próprio no campo (vivi e volto
lá com relativa frequência) como se processam as coisas a este nível.
Até quando?!
Quando todos compreenderem a razão de ser das coisas, que
espero, possa ser muito em breve.
Vilamoura, 31 de julho de 2014
JGRBranquinho
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