E S C R E V O
Escrevo por uma vontade maior que em mim
existe. Escrevo por uma força contrária à inércia que por momentos ainda
persiste, por meu mal.
Grato ao Céu, ao Destino, ou a alguma
inspiração, para no papel deixar as minhas impressões- porventura pobres
impressões- mas que me dão um certo conforto, satisfazendo o meu gosto pela
escrita.
Por vezes- felizmente para mim,
infelizmente para alguns- vou passando ao papel sentimentos que em mim
coabitam, uns mais agradáveis outros menos, provavelmente sem interesse de
maior…
Enfim, apetece-me escrever e, de vez em
quando, lá surge mais um poema ou prosa que guardo e depois dou a conhecer,
embora quase sempre algo receoso…
Vem isto um pouco a propósito de receber
comentários agradáveis de muitos amigos e, por vezes, julgar que o fazem mais
pela amizade que pela importância do que escrevo.
Nesses momentos bons- naturalmente- mas
ainda assim não muito seguro, penso, repenso e agradeço a amabilidade e lá vou
continuando a minha sementeira na terra lavrada que tenho à disposição, na
esperança de poder vir a fazer um pouco melhor, de modo a conseguir agradar a
mim próprio.
Dizem que o melhor trabalho será sempre
o próximo, nesta ambição louvável de cada um poder vir a ficar mais próximo da
perfeição que, para o ser humano, continua a ser uma utopia.
Claro que isto nunca deverá ser
impeditivo de cada um de nós procurar progredir na área da sua vocação.
Quantos escritores e gente de outros ramos da atividade humana, não tiveram
dúvidas sobre a valia do seu trabalho?!
Até mesmo por alguma incompreensão por parte de outros que, por incapacidade ou
inveja, os afrontaram numa atitude negativa mas que infelizmente sempre se
verificou e verifica nos nossos dias; e não é com atitudes destas que os mais
frágeis singram na vida, desistindo alguns dos seus propósitos, dando-se por
vencidos.
Esses- os tais "amigos da onça"- nunca chegarão a lado algum,
tornando-se, a si próprios, infelizes.
Até os mais fortes- OS QUE NOS DEIXARAM OBRA- também se queixaram de se
sentirem por vezes torpedeados, mas com um maior poder de resistência, mercê de
qualidades que em si são superiores- como a determinação e a coragem- tudo
conseguiram suplantar, deixando-nos verdadeiras pérolas como dádivas gratuitas
que nos fazem felizes, tanto quanto se pode ser neste trajeto que é a nossa
passagem por Aqui.
Amigos que porventura me vierem a ler:- Julgo não ter dito nenhuma barbaridade.
Desculpem se não foi novidade o que aqui vos disse e estiveram, simplesmente, a
perder o vosso tempo.
Então, também o meu obrigado pela boa vontade de me lerem.
Quinta da Piedade, 19 de julho de 2014
JGRBranquinho
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