Q U A N T A S V E Z E S !
Quantas vezes te procurei nesta cidade, motivado por este amor
sublime- o mais sublime!
Quantas vezes, por razão deste mesmo amor- deste amor proibido-
demorei longos minutos nos sítios onde poderias ir, que eram aqueles onde, por
vezes, nos encontrávamos!
Quantas vezes te não pude ver e ter, ainda que por apenas alguns
instantes!
Quantas desilusões, mas sempre fortalecido pela esperança de
que no outro dia isso haveria de ser possível, tudo por mercê da paixão comum
que nos ligava!
Ligava-te - e, por vezes, embora correndo riscos- falávamos,
confortávamo-nos e confiávamos que no dia seguinte haveríamos de nos encontrar.
Ressaltava dessa curta conversa a dor e o desespero por
aquele dia de inêxito, mas, ainda assim, com a esperança quase certeza de que
na manhã seguinte seríamos bem-sucedidos.
Para mim, a noite era passada em sobressalto! Nunca mais era
dia!
Bem cedo, lá ia eu. A cada passo, na tua direção, sentia algum
temor… mas, guiado e sustentado pela fé, continuava a caminhar ao teu encontro, num entusiasmo louco mas simultaneamente prudente.
Se aparecias, como estava combinado, era o êxtase!
Os primeiros passos, as primeiras palavras eram algo de
estranho, tal a emoção!
Era um prazer maior, superior ao domínio dos nervos,
superior à inteligência, e o que te dizia talvez nem fosse o mais apropriado.
Não era, decerto!
Volvidos minutos, tomando o habitual café, acalmava-me e
então já era eu, abrindo-te sem reservas a minha alma e o meu coração e ouvindo
as tuas reações de agrado a que não faltava uma carícia trocada e o guardar de
uma recordação tão simples como a do pacotinho de açúcar vazio, para nele
escrevermos um pequeno mas significativo pensamento.
Por vezes saíamos para um lugar mais atraente (quantos
foram?!) e ali nos amávamos sem reservas, almoçando, por vezes, em sítios que
escolhi e nos marcaram, fortalecendo os laços que nos ligaram para todo o
sempre.
Quisera, hoje mesmo, poder dar-te a ler este pequeno trecho.
Sei que o apreciarias por ser verídico. Sei que o sentirias como sinto.
A confiança continua. Perdurará eternamente.
Monte Carvalho- Ribeira de Nisa
(Sem data)
JGRBranquinho
As marcas dum grande amor, dificilmente desaparecem , são sonhos coloridos, entre o querer e aquilo que teve de acontecer, é inevitável que não venha à memória e nos faça escrever com este sentir profundo...Bela tua escrita amigo...fica bem bjinho.
ResponderEliminarMuito obrigado, por teres lido e comentado Amiga Natália!
ResponderEliminarTens toda a razão.
Este texto poderia ser uma carta privada.
Quem sabe se um dia poderá chegar às mãos desta pessoa?!
Faz bem à alma recordar!
"Amor... não está em nós dá-lo nem quitá-lo"- Madalena de Vilhena.
Beijinhos, Amiga! Bom Verão com muita saúde.