domingo, 14 de abril de 2013

A HORA DO ADEUS

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                        A  HORA  DO  ADEUS

Nem sempre “a hora do adeus” é só um momento triste!
Há, implicitamente, um sentimento racional de separação custosa- mesmo difícil- de começo de ausência; mas, por outro lado, vêm ali ao de cima outros sentimentos, qual luz interior deveras especial, fruto da envolvência, plena de amor, entre dois seres que se amam.
Há manifestações espontâneas, sem travões que as façam parar, que se sobrepõem ao lado triste do afastamento, e que os ligam ainda mais.
Quantas afirmações, quantas confissões que andaram escondidas, e que ali são trocadas, confirmando a verdade da relação!
Sabe-se que vai surgir a separação física, mas, seguros da relação existente- porque se amam verdadeiramente- há uma confiança mútua que os leva a encarar com menor sofrimento essa ausência iminente, confiados, desde logo, num próximo encontro - um encontro que só pode ser de amor.
Extraordinário! Para mim é o que ressalta e se sobrepõe a tudo o resto: - alguma tristeza que está controlada, e isto porque existe uma certeza - a certeza do amor que os liga.
Esta estranha sensação de prazer numa altura de afastamento, para mim, está justificada. Não  será assim para outros, mas, isso… é lá com eles!
São contradições numa mesma situação de afastamento.
Sabe-se que se vai partir, é certo, mas há o conforto de um sorriso, de um afeto mais exuberante que se transmite e nos percorre inteiramente, que nos traz tranquilidade, sabendo que ali fica alguém que pensa em nós, porque nos ama e que amamos.
Sentir que ali fica alguém que muito prezamos e nos preza. Que compreende a razão da despedida, motivada por uma razão imperiosa que agora nos leva para outro lugar.
Termino com uma frase que já escrevi numa situação minha: - Quero partir, tenho que partir para poder voltar e, de novo, ter esse “adeus”-  o nosso “ adeus”- senhora do meu amor.
Nota:
Claro que isto parte do princípio que ambos estão de boa fé.
 É este o estado de espírito que está presente no meu escrito e não outro.

Quinta da Piedade, 14 de abril de 2013
JGRBranquinho

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