sábado, 24 de janeiro de 2015

REMEMORANDO - UMA NOITE À LAREIRA



REMEMORANDO  DISTANTE

UMA NOITE À LAREIRA

Como eram interessantes e muitas vezes também divertidas aquelas conversas entre mim e os meus pais (por vezes também com a minha avó materna) onde não faltavam as mais bonitas “estórias” à volta da lareira bem acesa, como convinha nessas longas noites de inverno algo rigoroso, na casa que ainda hoje mantenho- a casa em que nasci. Até o jantar, (quantas vezes com a mesa deslocada para esse recanto de conforto) ali era servido.

A propósito, lembro que o jantar era relativamente frugal, constituído, essencialmente, por  uma boa sopa. Dizia-se “que das boas ceias estão a sepulturas cheias” e havia o cuidado de não ingerir comidas muito fortes à noite, o que ainda hoje é reconhecido como uma boa medida. Portanto, não estávamos no “século das luzes apagadas”…

Bem dispostos, ali ficávamos colocando no lume, de vez em quando, mais uma pequena acha de azinho ou castanho, desfrutando do seu calor até altas horas da noite! Para meu encanto, isto acontecia mais vezes nas noites de sábado, visto não ter que me levantar tão cedo no domingo por não ser dia de escola- ao princípio no meu amado Monte Carvalho e depois na cidade de Portalegre na Escola Industrial Fradêsso da Silveira e Liceu Mouzinho da Silveira.

Eram, também, as noites do magusto de que os meus pais se encarregavam a princípio, visto que eu era ainda muito novo. Mais tarde até fazíamos campeonatos entre os três para ver quem conseguia assar melhor, isto é, para ver quem tinha menos castanhas queimadas, com uma nota bastante divertida que era jogarmos “os pares ou nunes”com o intuito de ganharmos mais algumas ao parceiro.

Era uma alegria- uma enorme satisfação- pois era a altura em que podíamos estar juntos, terminadas as tarefas diárias de cada um. Todo esse encanto bem divertido, devo aos meus queridos e saudosos pais.

Éramos um trio fortemente unido e abençoado, quase três pessoas numa só, infinitamente distantes, claro, da ”Santíssima Trindade”!

Chegava a hora de ir “à deita” e então, bem quentinhos, adormecíamos na ‘santa paz do Senhor’, não esquecendo, por isso mesmo, como agradecimento, uma oração dirigida a DEUS.

Quinta da Piedade, 24 de janeiro de 2015

JGRBranquinho






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