terça-feira, 17 de março de 2015

NOITE DE TEMPESTADE



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NOITE DE TEMPESTADE

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Agitam-se as árvores! Curvam-se perante a tempestade, tremendo de frio, tremendo de medo, sacudidas pela feroz ventania que se faz sentir neste anoitecer tempestuoso de uma invernia jamais desejada por alguém.
As pobres aves, esvoaçando neste quase lusco-fusco, procuram, assustadas, seus melhores abrigos, num receio instintivo que lhes dá a noção do perigo duma noite escura que está prestes a chegar.
Voltamos a casa- local do nosso mui amado conforto- depois dum dia de trabalho e lembramos os inúmeros indigentes dispersos pela cidade; desgraçados que, sem abrigo, terão que suportar as dificuldades do temporal que se avizinha nesta medonha noite de trevas.
Aguardamos todos o nascer de um novo dia! Um rápido alvorecer, na fagueira expetativa- risonha esperança- dum sol amigo, sob o qual toda a vida pulsa.
Todos sabemos que tanto o bom como o mau tempo se alternam na Natureza. No entanto, nenhum de nós gosta do segundo pelas mais diversas razões, como o desconforto que nos traz e, principalmente, pelos estragos que causa. A chuva e o vento são necessários- todos o sabemos. No entanto, nunca em excesso! Dispensamo-lo bem. Mas como evitá-lo não é possível…
Como se diz na gíria, queríamos, sim, “ Sol na eira e água no nabal”, mas é assim a Natureza e há que procurar os meios para nos defendermos, o melhor que pudermos, das intempéries  que de vez em quando nos assolam o que, nos dias de hoje, já vai sendo menos grave, dada a informação atempada que os serviços da meteorologia nos vão dando.
Nem sempre resulta como desejaríamos, mas sempre ajuda alguma coisa.
Voltando aos sem-abrigo, que pena não dispormos de meios mais eficientes para lhes acudir!
Claro que o ideal seria que nem chegassem a essa triste situação, mas, infelizmente, por enquanto, ainda é preciso remediar ou tentar remediar, porque não houve uma efetiva ação preventiva que julgo seria possível se todos trabalhassem nesse sentido.
Tanto se gasta, a nível oficial como particular, em ações sem tino, coisas que nem contribuem para o real bem-estar das populações, mas sob a capa do divertimento e distração, que, dizem, também fazem falta. Sim, mas primeiro que tudo, está a assistência social, atuando aqui e ali, de modo a não termos que deparar com este espetáculo- tristíssimo espetáculo- que prejudica o nosso país e a sua imagem dentro e fora.
É também a saúde pública que está posta em causa, como facilmente se conclui. Isso não conta?! Alguns desses homens (e também mulheres) ainda poderiam ser úteis no exercício das profissões que exerceram; outros aprenderiam em ações de formação adrede criadas a nível oficial e/ou particular, proporcionando-lhes meios de subsistência condignos, não sendo mais um peso na nossa sociedade! Integrando-os a bem do bem comum, o que, com cuidadoso estudo e sensibilidade, não seria impossível de conseguir.
Quanto melhoraria o nosso país! Era um investimento que só traria benefícios para todos e que, cada um dos que me lerem, julgo poderão acrescentar algo mais do que aqui deixo resumidamente para a solução deste problema gravíssimo que nos aflige dia a dia.

Quinta da Piedade, 17 de março de 2015   -  JGRBranquinho   -   “Zé do Monte”





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