terça-feira, 24 de novembro de 2015

PÉTALAS DISPERSAS


Andam pelas ruas, moças engraçadas!
Ao vê-las tão contentes, tão airosas,
Lindas pétalas de rosas desfolhadas,
Encanto-me ao vê-las tão formosas.
Com seus enfeites de variada cor
Dão-te, Coimbra, redobrado valor.

Ei-las passando! Exalam seu perfume!
São, para o poeta, visão de sonho!
Sacudindo, da vida, seu negrume,
Meigo sol de alegria, seu ar risonho.
Todas frescura, graça e encanto,
Inspiram agora meu pobre canto.

Vivendo aqui- paraíso perdido-
Sua missão mais nobre, mais sublime,
Dar alento ao peito mais sofrido,
Rasgando trevas, são luz que redime.
Seu ar tão distinto, sem afetação,
Prende nosso olhar, nosso coração.

Dão cor à lida na noite sem lua,
Penetram em nós qual raio de luz.
Mas, meu Amor, nada como a tua:
Mágica luz que a tristeza reduz.
És tu, meu Amor, bela andorinha,
Meu anjo da guarda, sorte minha.

Coimbra, 16 de fevereiro de 1955
 NOTA:-Revisto em novembro de 2015
JGRBranquinho



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