QUER FAZER UM SONETO?
Se pensa "dar à luz" algum soneto,
é simples: escolha o verso que inicia;
a partir desse, os outros, por magia,
irão nascendo, até ficar completo
As quadras são a parte do trajeto
em que dirá, do tema, a maioria;
aquela que cativa a simpatia
pra ler o seu assunto, em seu aspeto...
Depois, chegando aqui, você sem pressa,
Suave, a pouco e pouco, já começa
Como que a apontar a conclusão
Até que no seu último terceto
Veste em roupagens d'ouro o que foi feto,
E brilha a quem o lê! Tenho razão?
Joaquim Sustelo
.................................................................
SONETOS (CONTAGEM DE SÍLABAS)
As sílabas certinhas bem se vê
que importa, sobretudo num soneto;
É uma forma nobre e nesse aspecto
fazê-lo todo igual (1) tem o seu quê...
Contá-las, quase que é como se lê:
pe/que/nos/ e/xer/cí/cios/ ar/qui/te/(to)
con/tan/do a/té/ à/ tó/ni/ca, e/sse/ te/(to)
co/mo/ se/pa/ro a/qui/ pa/ra/ vo/cê/
Se o fim duma palavra ele é vogal
seguida de vogal - que outra começa,
ou seja, se há ditongo, que é formado,
Há uma absorção... especial (2)
para que só uma sílaba pareça...
Excepções: estar o ouvido em "desagrado." (3)
(1) "todo igual", refiro todos os versos com o mesmo
número de sílabas, a mesma cadência
(2) que se chama elisão (elisão = supressão da vogal
final duma palavra antes doutra palavra começada por
vogal ou h).
(3) por exemplo: em "honestidade inocente" deve
juntar-se (fazer a elisão), já que se lê "ho/nes/ti/da/di/no/cen/te.
Porém, em Marco Aurélio, já não se junta: ninguém vai ler Marcaurélio...
No verso "Há uma absorção... especial" coloquei reticências de propósito: não porque houvesse tendência para juntar as duas palavras, mas sim para "forçar" quem lê, a uma pequena paragem em "absorção" e dar mais ênfase ao verso, sobretudo à palavra "especial"
"A harmonia do verso há de principalmente depender da sensibilidade auditiva de quem o compõe" (ver Dicionário de Rimas da Lello Editores)
"Para o ouvido foram estabelecidas as regras; é portanto o seu único regulador" (idem, Dicionário citado)
Joaquim Sustelo
Se pensa "dar à luz" algum soneto,
é simples: escolha o verso que inicia;
a partir desse, os outros, por magia,
irão nascendo, até ficar completo
As quadras são a parte do trajeto
em que dirá, do tema, a maioria;
aquela que cativa a simpatia
pra ler o seu assunto, em seu aspeto...
Depois, chegando aqui, você sem pressa,
Suave, a pouco e pouco, já começa
Como que a apontar a conclusão
Até que no seu último terceto
Veste em roupagens d'ouro o que foi feto,
E brilha a quem o lê! Tenho razão?
Joaquim Sustelo
.................................................................
SONETOS (CONTAGEM DE SÍLABAS)
As sílabas certinhas bem se vê
que importa, sobretudo num soneto;
É uma forma nobre e nesse aspecto
fazê-lo todo igual (1) tem o seu quê...
Contá-las, quase que é como se lê:
pe/que/nos/ e/xer/cí/cios/ ar/qui/te/(to)
con/tan/do a/té/ à/ tó/ni/ca, e/sse/ te/(to)
co/mo/ se/pa/ro a/qui/ pa/ra/ vo/cê/
Se o fim duma palavra ele é vogal
seguida de vogal - que outra começa,
ou seja, se há ditongo, que é formado,
Há uma absorção... especial (2)
para que só uma sílaba pareça...
Excepções: estar o ouvido em "desagrado." (3)
(1) "todo igual", refiro todos os versos com o mesmo
número de sílabas, a mesma cadência
(2) que se chama elisão (elisão = supressão da vogal
final duma palavra antes doutra palavra começada por
vogal ou h).
(3) por exemplo: em "honestidade inocente" deve
juntar-se (fazer a elisão), já que se lê "ho/nes/ti/da/di/no/cen/te.
Porém, em Marco Aurélio, já não se junta: ninguém vai ler Marcaurélio...
No verso "Há uma absorção... especial" coloquei reticências de propósito: não porque houvesse tendência para juntar as duas palavras, mas sim para "forçar" quem lê, a uma pequena paragem em "absorção" e dar mais ênfase ao verso, sobretudo à palavra "especial"
"A harmonia do verso há de principalmente depender da sensibilidade auditiva de quem o compõe" (ver Dicionário de Rimas da Lello Editores)
"Para o ouvido foram estabelecidas as regras; é portanto o seu único regulador" (idem, Dicionário citado)
Joaquim Sustelo
Sem comentários:
Enviar um comentário