domingo, 8 de agosto de 2010

ANGÚSTIA


Vão morrendo, em mim, as ilusões da vida!
Já o meu outono eu sinto ameaçador.
Já vejo longe a juventude querida
Da minha alegria ingénua e seu pudor.

Minha primavera, meu verão, vida e calor!
Saudade de uma infância não sentida!
Flor cultivada com desvelo, com amor,
Aos poucos... vai morrendo ressequida.

A nostalgia de um passado já distante...
Em mim existe agora, tão gritante!...
Que nem sei se alguma vez eu fui assim!

Aparecem-me tais contornos tão esbatidos...
Que, só por me serem tão queridos!
Me revejo ainda neles, como a mim.

                                                           JGRBranquinho

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