quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O MELHOR TEMPO DA MINHA VIDA

 

Vivi no campo os melhores anos da minha vida! Ali nasci e cresci na Santa Paz do Senhor.
Ali aprendi as primeiras letras e também a amar e a respeitar as pessoas da minha família, assim como os meus vizinhos mais idosos. Com todos eles aprendi as regras da boa educação, numa convivência sã que verdadeiramente muito contribuiu para a minha formação, a par dos ensinamentos  recebidos na Escola.
Reconheço hoje, com  muito agrado, quanto foi bom para mim poder usufruir desse bom ambiente num meio pequeno onde nos conhecíamos bem e a amizade estava presente, considerando-nos quase como uma única família.
Os meus amigos de infância eram como meus irmãos, talvez até porque sendo filho único, mais facilmente assim os considerava. Partilhávamos os mesmos lugares, as mesmas brincadeiras, tínhamos interesses comuns.
Quando dali saí para a cidade para continuar os estudos (só um deles me acompanhou) senti imensamente essa falta, a ponto de, mal terminavam as aulas, correr logo para o meu Monte Carvalho! Só com eles me sentia bem e não conseguia fazer amigos na cidade. Aqueles, sim, os que ficaram a aprender as profissões dos pais ou a ajudarem nos trabalhos do campo, mantendo-se na aldeia, eram os meus verdadeiros amigos.
Quantas vezes, na pensão onde estava hospedado, aleguei com falsas razões, a necessidade de ter que ir a casa, só para voltar, por uma tarde ou noite, ao convívio deles.
Aos poucos, lá me fui habituando à vida da cidade e a conseguir novos amigos, nunca esquecendo os da minha criação.  
A minha vida era agora outra, com novas espetativas, mas, sempre que podia, lá estava eu ao lado deles, tendo mesmo formado um clube de futebol- "O Sporting Clube Ribeirense" cujo campo era o largo da aldeia com algumas pedras onde tropeçávamos e buracos onde nos estendíamos ao comprido com as repetidas e "agradáveis" mazelas como recordação dessas disputadas e alegres jogatanas.
Naturalmente, que também tínhamos as nossas zangas, mas tudo sem importância de maior, tudo se esquecia e ultrapassava depressa,  comparado com as alegrias que juntos desfrutávamos.
Belos tempos esses- os da Infância e juventude- sem preocupações que nos tirassem o sono! Isso seria muito mais tarde, então já com outra idade e as consequentes responsabilidades que iamos tendo na vida.
Termino este breve apontamento, manifestando o meu reconhecimento a Deus, a meus saudosos pais e demais familiares, à minha pensionista D. Maria da Assunção  Caldeira Carvalho Alvim da Vaza Gonçalves, a todos os meus inesquecíveis amigos- novos e velhos- do Monte Carvalho e aos professores que pacientemente me ensinaram.
A todos, a minha enorme gratidão, estejam onde estiverem.

Quinta da Piedade, 25 de fevereiro de 2015
JGRBranquinho

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