POR VEZES... ACONTECE-ME!

Por vezes,  acontece-me!
Acontece-me sentir vontade de escrever, sem que, no entanto,  não tenha presente o que escrever, isto é,  o tema sobre que  vou escrever! É algo de estranho, dirão...Mas em mim é verdade, como no caso presente.
(Ocorre-me, agora, falar sobre a minha relação de amor com o campo e a cidade; dos seus contrastes e da maneira como, reconhecido, lhes sou devedor pelos benefícios recebidos nas minhas repetidas vivências ao longo de tantos anos).
Não posso esquecer que já tenho mais tempo de vida em Lisboa e, quanto lhe estou grato.
Aqui me fixei em 1959, retomando a actividade docente que tinha iniciado em Portalegre-Escola da Fontedeira.
Foi uma mudança a todos os níveis, como é fácil de calcular.Muitos ensinamentos, muita experiência de vida, num novo mundo que se abria a meus olhos!
Naruralmente, também, saudoso do meu Monte, do meu cantinho alentejano, onde permaneciam os meus jovens amigos desse tempo, sem possibilidades de procurarem outros rumos, então.
A recordação dos excelentes momentos da juventude na minha Ribeira de Nisa, com a  minha família; a saudade do convívio, até com figuras carismáticas, gente de outra idade,mas que respeitava e muito diziam à minha sensibilidade, eram quase uma constante nos primeiros tempos e, ainda hoje,  por vezes, creiam!
Aos poucos, a Cidade de Lisboa foi-me conquistando e começou, então, a ser um novo amor na minha vida!
Muito lhe devo e sinto que o meu coração está, naturalmente, dividido.
Aqui desenvolvi a minha actividade com muita luta, claro, mas sempre com a  noção de  quem sabe que parar é morrer e que as responsabilidades que, dia-a-dia, se vão acentuando, devem ser um forte estímulo se se anseia um futuro melhor.
Hoje, já jubilado, tenho como  hobby, para além da Escrita, a Poesia, a Música e o Canto, que procuro desenvolver com pessoas interessadas nestas áreas.
Colaboro em jornais e revistas, organizo Encontros de Canto e Poesia, participo em sessões de lançamento de Livros, sou coautor em Colectâneas de Poesia e membro de  várias Tertúlias Poéticas
Eis, em síntese, o que se me oferece dizer do muito que poderia dizer, relativamente ao muito que vivi.

                                                                                                                                        JGRBranquinho